
E não é que Thom Yorke soa mais feliz? E o ouvido coletivo para melodias bonitas, que sempre esteve lá, mas acabara deixado um pouco de lado, volta ao primeiro plano, deitado sobre um ritmo anos-luz à frente do início da banda. O som ainda é técnico, complexo e elaborado, partes sobre partes, caminhos inusitados a cada compasso, mas adere a um plano maior: adicionar o extra ao ordinário.
Como em Jigsaw Falling into Place, 4 minutos de acústica e bateria, dançantes aos pés mais leigos... Epa, como o Thom Yorke soa grave! Mas agora voltou à sua aguda zona de conforto, no meio do verso mesmo - ok, isso não é para qualquer um; os acordes no violão continuam bonitos, simples até, mas por que a música soa suntuosa? Nossa, olha para onde o baixo está indo, e o coro fantasminha, amaldiçoado em sua insistência, e esse som sintetizado tão melancólico... é uma guitarra com efeitos, na verdade? No ponto culminante, são três guitarras ao mesmo tempo?!? E a melodia do três minutos em diante... Palavras... Palavras... Quando foi a última vez que ouvi algo tão... Como eles conseguem? Isso não era só violão e bateria?
Sim, eles permanecem à frente da curva, comercial e artisticamente - a diferença é que, seja pelo marketing, seja pela música mais acessível, mais gente entenderá o porquê.
[MP3: radiohead - jigsaw falling into place]
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