28 de abril de 2009

panela velha - orchestral manouevres in the dark

orchestral manouevres in the dark

*ARQUIVO CORRIGIDO

Vamos começar pelo nome deles: Orchestral Manouevres in the Dark. Uau. Sujeitos modestos, não eram. Em uma era de excessos, a dupla de Liverpool ansiava por coisas maiores.

Pois conseguiram o que queriam. Foi meio como "O Segredo", sabe? Mentalizar o sucesso, verbalizá-lo, não ter amigos pobres... É fazer isso e deixar que os átomos cuidem o resto do trabalho. E assim foi: músicas grandiosas, capas de Peter Saville, produções de Martin Hannett e uma turnê com Gary Numan materializaram as ambições dos dois em hits nas paradas européias e americana.

Ouvir o terceiro disco do OMD, Architecture and Morality, impressiona. Lançado em 1981, o auge da dupla, vendeu milhões. Mas não é um disco fácil. Sobram cantos escuros, silêncios, estruturas circulares, longos experimentos com o mellotron... Isso não venderia nem 20 cópias hoje. Mas foi dele que saiu o provável maior hit da banda, Souvenir.



Em 2007, saiu uma versão remasterizada do clássico, com a adição de 7 lados-B da época, incluindo Of All The Things We've Made, música de uma delicadeza absurda. Todas essas coisas que disse, que escrevi, serviram apenas para justificar esse momento.







[MP3: orchestral manoeuvres in the dark - of all the things we've made]
do álbum architecture & morality (1981/2007)

Repetição, Durutti Column, 4 frases que se modificam com sutileza ímpar, como um mantra que sedimenta, de forma imperceptível aos olhos (e ouvidos) nus. Na mesma graciosidade que surge, sobrepondo, com calma, suas poucas notas e elementos, Of All The Things We've Made desaparece. E permanece.

Um comentário:

Rodrigo disse...

100% clássico!!! "Of All The Things We've Made" - como é que não tinha lido esse post antes!