Olha, o autor deste blog será sincero: não sabe porque anda tão obcecado por Black Country, música da dupla experimental/lo-fi até o osso Tonstartsbandht. Este texto será uma tentativa de desvendar este mistério. Caso não esteja claro, você está convidado a acompanhá-lo.
Play. Os primeiros segundos começam em solavancos espaçados. Distorção preenche o vazio entre as badaladas, ainda que o silêncio, estranhamente, permaneça lá. O tempo arrasta-se, como se a aspereza sonora dificultasse o prosseguimento. Espectros surgem aqui e ali, deslocados, mas tão certos.
E aí surge a voz. Suja e de timbre esquálido, mas portando uma melodia matadora, daquelas que estampariam qualquer música pop por aí. No refrão, surge um improvável falsete; depois, até um tchu-tchu-tchu.
Ôpa. Deixe-me entender uma coisa: esta música é bonita?!?
A aspereza superficial de Black Country é uma farsa. A gratificação em ouvi-la está em revelá-la. Porque a melodia exposta, entregue na bandeja, é de todos; esta aqui só pertence a quem a encontra, mais ninguém. E permanece. Como permanece. Em assobios, cantaroladas, execuções mentais e posts de blog, obcecando a vida do autor e a de mais ninguém, provavelmente.
[MP3: tonstartssbandht - black country]
do álbum an when (2009)
FICHA
Nome: Tonstartssbandht
Onde: Montreal, Canadá?!?
Myspace: myspace.com/tonstartssbandht
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