A cisão não foi amigável, acho.
Fica a impressão de que a senhorita Franciotti ficou com contas a acertar com as ex-colegas. O símbolo de infinito tornou-se uma bandeira pessoal: "este não é o fim da MINHA banda." Para provar o ponto, ela não recorreu a tapas, mas aos instrumentos ao seu alcance.
Casual Diamond é mais elaborada do que a espetacular Outer Limits, faixa de destaque da banda na formação anterior. Teclado, batida e voz tornaram-se pouco: surgiram um baixo fretless aventureiro, e um complicado equilíbrio de guitarras e teclados que insistem em mudar de forma. A moça, sozinha e com os olhos cheios de sangue, desdobrou-se em múltiplas gravações e foi meticulosa ao sobrepô-las. Baita talento, baita esforço.
E o que permaneceu entre o antes e o agora da "banda"? Algo fundamental, que não pode ser explicado com objetividade. Mas eu vou tentar.
Ao ouvir as melodias, os tons e os efeitos de Casual Diamond (e Outer Limits), um formigamento estranho começa a tilintar lá dentro. É saudade.
Saudade de quê? Você não tem ideia.
O Sleep ∞ Over faz música que não pertence a uma era, mas a um passado idealizado. Dela, desponta uma nostalgia sem lastro real – Menthos fingindo-se de naftalina -, que você teima em provar. Vício em melancolia bonita. Coisa que só se entende quando se sente.
É música que torna este texto desnecessário.
[MP3: sleep over - casual diamond]
do single Casual Diamond
FICHA
Quem: Sleep ∞ Over
Onde: Austin, EUA
Myspace: http://www.myspace.com/sleepoverforever
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