5 de fevereiro de 2009
panela velha: arthur russell
Arthur Russell viveu pouco, mas fez mais do que eu, você e todo mundo juntos. Após uma infância de reclusão no interior, acabou se mudando para Nova York, onde finalmente descobriu, na arte e nas pessoas, quem era. Foi lá que deixou de ser apenas um freak, essa simplificação provinciana que suprimia seus outros adjetivos: visionário, louco, gay, complexado, genial. Sua auto-restrição tornara-se desnecessária. Agora, sua insaciável curiosidade prosperava em possibilidades: folk, eletrônica, música indiana, cello clássico, poesia, performance e a cena disco nova-iorquina... Arte corrompendo a música corrompendo a arte.
Russell morreu cedo (1992, 41 anos, AIDS), mas ainda lança um disco inédito por ano. Deixou um acervo de milhares de músicas nunca lançadas, cortadas ao meio, justapostas entre si, rabiscadas e revisadas freneticamente. Hoje, quase duas décadas depois, sua obra ainda é vanguardista. Sua mente estava sempre adiante, já tinha experimentado o presente dos outros. Sua intensidade, quântica, acelerou o tempo.
[MP3: arthur russell - planted a thought]
do álbum love is overtaking me (2008)
Acaba de sair no exterior um documentário sobre o homem, Wild Combination: A Portrait of Arthur Russell. Queria poder acelerar o tempo para pegar o torrent.
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Um comentário:
Esse cara é fantástico, fantástico, fantástico. Fico "de cara" com tudo que ele fez (quer dizer, com tudo que ele fez e que tive contato, logo logo irá aparecer mais e mais coisas novas dele)
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