Por Bruno Scartozzoni
Você conhece o Kindle? É aquele aparelhinho que funciona como um "iPod de livros", fabricado pela Amazon, e agora vendido oficialmente no Brasil. Trata-se basicamente de um mini computador capaz de armazenar publicações eletrônicas como livros e revistas. A diferença é que ao invés do papel a leitura acontece na tela.
Há quem não se adapte à essa nova forma de consumir leituras, mas já ficou claro que esse é o futuro. Para quê gastar centenas de reais e ocupar um baita espaço montando sua biblioteca se tudo isso pode estar na sua mão, dentro de um gadget só, por um custo bem mais baixo?
E o que isso tem a ver com música? Tudo, pois já vimos essa mesma história há alguns anos, quando os mp3 player começaram a invadir o mercado e mudar a forma como consumimos música. Da próxima vez que andar na rua repare que é cada vez maior o número de pessoas, de todas as classes sociais, que andam para lá e para cá com fones de ouvido.
O impacto dos mp3 players sobre nossos hábitos de consumo de música foram vários, mas vamos nos ater aqui apenas ao fato de que as pessoas estão substituindo as mídias físicas, ou CDs, por mídias digitais, ou arquivos de mp3. É exatamente o que vai acontecer com os livros.
Nessa realidade CD deve ser encarado cada vez mais como um mimo para colecionadores e fãs, uma edição especial, uma versão de luxo do arquivo digital. Pena que muita gente da indústria ainda não entendeu essa lógica, da mesma forma que as editoras também vão demorar muito tempo para entender que daqui a pouco isso vai se aplicar ao consumo de leitura. Livro físico será item de colecionador, objeto de decoração e versão (mais cara) para analfabetos digitais.
A próxima indústria a sofrer dessa transformação, para o bem e para o mal, provavelmente será o cinema, já que os serviços de download de filmes são cada vez mais populares lá fora. Se você pode ter todos os filmes do mundo a um click de distância, para quê encher a casa de caixinhas de DVDs?
Apesar de tudo não se enganem com esse papo de "a história se repete", porque aqui não se trata de várias histórias, mas de uma só. A sociedade como um todo está mudando radicalmente, a uma velocidade muito maior do que a maioria das empresas podem entender e suportar.
Conclusão: da próxima vez que você for comprar um livro, um CD ou um DVD, exija capa dura, encarte especial ou um recheio de extras que compense a aquisição. Como fã você merece. Entre um produto sem graça e sua versão digital, fique com a segunda.
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