O Felipe me mandou esse artigo aqui, Does the world need another indie band?, do jornal inglês The Independent. Discordo dele. Com veemência.
Que preguiça. Esse raciocínio do "antes era bem melhor, bem mais autêntico" é falho desde o princípio. Primeiro, porque a memória da juventude sempre edulcora a realidade daquela época - você sempre se lembrará daquilo que mais importou, dos momentos felizes, da sua tentativa de algum idealismo.
Daí, você ainda comparará esse retrato fantasioso com a sua morna vida adulta, de obrigações, rotina, amizades protocolares, intolerância crescente e constante dúvida sobre a própria felicidade. Difícil adivinhar quem ganha a disputa, não? Essa conversa é recorrente - de trash 80s a maio de 68 - porque é assim que funcionamos.
Sempre existiram e existirão muitas bandas medíocres, descaradamente emulando o receituário do sucesso daquele momento, e outras poucas, de fato, indo contra a corrente e criando algo autêntico. Isso acontece também em tecnologia, arte, moda, produtos de consumo, etc. Mas é certo que a quantidade absoluta de bandas boas tem aumentado consideravelmente; o que mudou foi a proporção entre elas e as ruins. Tornou-se imperativo filtrar o que ouve, muito mais do que antigamente. Ao invés de 70% das bandas conhecidas serem ruins, agora são 97%. Você conhece muito mais bandas, e, ainda por cima, fica mais intolerante com o tempo. Mas nunca existiu tanta gente fazendo música, acho. Nem tanta coisa boa a ser descoberta. O MySpace pode ser agora do Rupert Murdoch, mas você acha que isso destitui de valor a música que os milhares de moleques por aí produziram toscamente e colocaram lá? Ela é menos indie por isso? A mudança do significado do termo "indie rock" mudou, e isso é claro para qualquer um, há tempos. Mas falar que não existe mais o significado antigo, ainda que com outra denominação? Sinceramente, acho um absurdo...
Um comentário:
muito bom o texto
uhul
weeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
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