22 de dezembro de 2009

Vênus de Milo com Dois Braços #8: Ritmo, é ritmo de festa

Tudo começou com Dance Dance Revolution, um videogame que colocava o jogador em uma pista de dança ditando os movimentos que ele deveria fazer. Quanto mais fiel aos comandos, maior a pontuação. Quanto maior o mico que a pessoa pagava frente aos amigos, maior a diversão. Simples assim. DDR foi considerado um sucesso de vendas, mas ainda assim teve lá seu nicho pois não era qualquer um que se propunha a enfrentar o ridículo.

Depois vieram vários jogos similares e Samba de Amigo, que fazia os jogadores tocarem maracas ao ritmo de sons latinos. Samba de Amigo não vendeu tanto quando DDR, mas é considerado um cult e, acreditem, tem uma capacidade enorme de promover diversão.

Até que alguém pensou que, ao invés de maracas, seria muito mais legal tocar guitarra. Tá bom, não sei se o insight foi exatamente esse, mas vamos fingir que sim para a história ficar mais interessante. E então surgiram Guitar Hero, Rock Band, DJ Hero e outros videogames rítimicos, sucessos instantâneos de vendas.

Muita gente da indústria da música está apostando suas fichas nesse gênero. A premissa é muito simples. Fazer o jogador se sentir um guitarrista, um dj, parte de uma banda ou, de uma forma mais genérica, alguém que sobe no palco para fazer música, é um contexto bem interessante para vender música, e nesse caso as possibilidades de pirataria são bem menores.

A grande aposta está na criação de catálogos digitais por meio dos quais os jogadores podem fazer downloads de novas músicas para jogar. Além de aumentar o fator replay do jogo, isso acaba virando um novo canal de vendas para bandas e gravadoras. A outra jogada está nas versões especiais que são tematizadas com uma banda específica, como o Rock Band dos Beatles e o Guitar Hero do Metallica. Sem dúvida é mais uma possibilidade de vender músicas que fizeram sucesso no passado e apresentar velhas bandas para a nova geração.

Que os videogames rítimicos são um achado para a indústria ninguém nega, mas duvido que sejam a salvação. A maioria das pessoas ainda vão preferir ouvir música do jeito "antigo". A lição que fica é que uma forma de combater a temida pirataria é a oferecer algo mais, de preferência algum tipo de experiência interativa que amarre o ouvinte à uma nova plataforma. Se alguma dessas plataformas irá ser tão popular quanto à simples música a ponto de salvar o leite das crianças de quem trabalha com isso, aí fica a questão. Nesse cenário seria possível imaginar, por exemplo, uma banda lançando seu novo álbum direto para os videogames.

O que você pensa sobre isso?

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