14 de setembro de 2010

Clipe novo do Twin Shadow: Castles in the Snow

Nós já falamos sobre o Twin Shadow aqui no Dominódromo. Ele é autor de uma das cinco melhores músicas de 2010, Slow, que você pode ouvir aqui.

O rapaz acaba de lançar um novo (e ótimo) vídeo. É para a música Castles in the Snow. O apreço pela nostalgia continua. E o mais interessante: as imagens são de São Paulo. Alguém conhece de onde elas foram tiradas?


Twin Shadow - Castles In The Snow Directed by Jamie Harley from Twin Shadow on Vimeo.

13 de setembro de 2010

MP3 do dia - How to Dress Well e Holy Other

R&B, hoje, é música pasteurizada. Existe uma máquina bem engrenada, de produtores, fórmulas e participações especiais, por trás dos hits que você adora. Acho tudo um tanto cínico. Até a sacanagem nas letras, abundante, soa calculada. O cara diz que vai garfar a moçoila na pista de dança, mas não convence; se a moça dissesse sim, ele provavelmente se diria impedido por algum contrato com o patrocinador ou medo de ser fotografado pelo TMZ.

No cenário acima, cê acha que o R. Kelly deixaria barato? A parada era outra no passado: mais artística, mais ousada, mais real. A formação da cara contemporânea do gênero ainda estava em curso, liderada por aqueles que ainda assumiam riscos e novos caminhos.

Ouvir "Take It On", do How to Dress Well, e o seu remix, do Holy Other, foi empolgante. Ambas sugerem novas possibilidades para o R&B, cada uma do seu jeito.

A reinvenção começa na música original. O minimalismo do How to Dress Well é romântico: despe o gênero dos seus excessos e concentra-se em manipulações dos marcantes vocais do estilo. Imagine o Steve Reich loopando os melismas de um coral de D'Angelos.


[MP3: how to dress well - take it on]
do single Take It On (2010)

O Holy Other chega para passar três mãos de tinta preta sobre Take It On. O soul do vocal original foi vendido para alguma entidade pagã. A uma voz tornou-se milhares, graves, agudas, fracionadas, arrastadas. Não sei o que dizem: os efeitos e a repetição transformam as frases em juras que são promessas que são profecias que são ameaças; o sujeito do falseto, acredite, fará coisas profanas contigo. Pouco mais é necessário: palmas, estalos de dedos, rajadas de percussão eletrônica e um insistente cama sintetizada. Climão. A black music e o gótico harmonizam em suas diferentes negritudes. Quem diria.


[MP3: how to dress well - take it on (holy other remix)]
do single Take It On (2010)

FICHA
Quem: How to Dress Well / Holy Other
Onde: Brooklyn, EUA / Berlim, Alemanha
Myspace: How to Dress Well / Holy Other

10 de setembro de 2010

Holger lança seu primeiro disco, Sunga, nesse sábado, com abertura do Lemonade (EUA). Ganhe ingressos!

Nesse sábado rola uma festa mais do que especial no Estúdio EMME: o lançamento do tão aguardado disco de estreia do Holger, Sunga.

Não faltam motivos para ir. Além do showzaço do Holger, os caras trouxeram o incrível Lemonade, diretamente dos Estados Unidos, para abrir o show, e entre as bandas ainda rolam discotecagens do Dago (Explode, Neu) e do Kurc.

Quem quiser ir na faixa nessa noitada, é só seguir o Dominódromo (@dominodromo) no Twitter que a gente vai sortear ingressos por lá. É só ficar ligado.

Mais um detalhe: quem for no show de lançamento pode guardar o ingresso, e depois comprar o Sunga com um descontinho camarada de R$ 5,00 nos próximos shows do Holger. É só apresentar o próprio.

Enquanto isso fica aí com o clipe novo do Holger e um do Lemonade também para já ir entrando no clima:

Serviço:

Lançamento do disco Sunga do Holger @ Estúdio EMME
11/09 às 23h30
Show: Holger e Lemonade (EUA)
DJs: Dago e Kurc
Ingressos: R$ 25,00 (antecipado ou lista: lista@estudioemme.com.br) R$ 35,00 (porta)
Ingressos antecipados pelo site
http://www.compreingressos.com/espetaculos/88-Show_de_lançamento_do_disco_Sunga,_do_Holger_+_Lemonade_(USA)+, pelo telefone 11 2626-5835, ou na bilheteria da casa.
Endereço: Av. Pedroso de Morais,1036 - Pinheiros

9 de setembro de 2010

MP3 do dia - Solar Bears


Quase toda repetição em uma música dispara "Krautrock!" na minha cabeça. Trata-se de um vício meu. A repetição não é uma característica obrigatória do gênero; é somente uma das mais marcantes. E mencionar esta referência é quase sempre um atalho preguiçoso para meus textos, confesso.

Veja o caso dos Solar Bears, por exemplo. Quase segui este rumo: repetição = krautrock = blablabá. Seria uma injustiça, um rótulo muito específico para o som deles.

Vamos dizer que eles são pós-rock, por ora, vai.

Sim, a repetição cumpre a mesma função de transe do kraut. Parece tentar alocar sua mente em um trilho de expectativa, inescapável, à mercê dos caprichos da música. Os Solar Bears são bem caprichosos: por que não cortar a elegância sintetizada de Ennio Morricone com passagens de violão dedilhado, gravações de campo ou uma explosão de guitarras sujas? Eles colocam o tapete sob seus pés e aguardam pela acomodação, só para puxá-lo duas, três vezes.

A dupla irlandesa é indócil. Prefere não se aderir a gêneros musicais. Não há ortodoxias, se não a própria. Este espírito é bem krautrock, é bem pós-rock, é bem pós-moderno, ôpa se é. Comparações com outros artistas atuais, você pergunta? Se pressionado, diria Holy Fuck, Bibio e, com um pouco mais de distância, Black Moth Super Rainbow. Todos compartilham da mesma curiosidade analógica/digital. Todos são tão sensacionais quanto.

She Was Coloured, o primeiro álbum completo, sai ainda neste ano. Promete.


[MP3: solar bears - trans waterfall]
do EP Inner Sunshine (2010)

FICHA
Quem: Solar Bears
Onde: Dublin, Irlanda
Myspace: http://www.myspace.com/solarbears