23 de dezembro de 2009

Não É Carne Nem Peixe #24 - entrevista com White Magic

Entrevista com White Magic (Mira Billotte). Segundo o Felipe Gutierrez ela está doidinha para vir tocar no Brasil.

Às vezes vocês são associados a um movimento chamado New Weird America, seja lá o que isso signifique. Vocês são, realmente?

Não tenho certeza, mas já escutei e ouvi de bandas que são associadas. Acho que é um gênero que alguém bolou para descrever algumas bandas contemporâneas de rock psicodélico e folk. Mas não acho que a gente se encaixa na categoria. Não acho que ainda exista um gênero para descrever a White Magic.

O Arthur Russell parecia ser um cara tão bacana, não?

Sim. Ele parecia ser um artista único e eu sou uma fã. Sinto uma conexão misteriosa com a música dele, como se tivéssemos um processo ou abordagem semelhante de música - minimal, experimental e que se espalha. E também com a experimentação, fora da avant garde, com a música popular.

Algumas canções e nomes de discos são associados a temas esotéricos, como Dat Rosa Mel Apibus. Vocês são esotéricos?
Dat Rosa Mel Apibus significa a Rosa Dá o Mel para as Abelhas em Latim. Nós somos as abelhas, a rosa é a vida, e estamos numa busca pelo mel, que é um presente. Sim, há temas esotéricos na minha música. Esotérico no sentido de sentido de pertencimento ao domínio do nosso interior e é uma exploração.

22 de dezembro de 2009

Baixe com exclusividade no Dominódromo versão do The Name para Soulful Christmas, do James Brown

2009 foi um ano de muitas conquistas para o The Name, entre elas o lançamento do EP Assonance, e um convite para participar da Canadian Music Week, em 2010.
Aproveitando o clima de final de ano, os sorocabanos fizeram uma versão bacanérrima e exclusiva para o Dominódromo de Soulful Christmas, do James Brown, para comemorar tudo de bom que 2009 trouxe para a banda.
Os caras até deixaram uma mensagem para os nossos leitores e seus fãs:
"Quando a gente pensou em fazer algo pro natal, não tivemos outra idéia senão uma música - nada mais justo.
Gravamos e produzimos ela com o Du em três ou quatro dias!
É uma exclusiva homenagem do rei do Funk pra todos os amigos que acompanham a gente!
2010 vai ser mega FODA! Have a good cheer!

Abraços,
Andy, Molinari e Alves!"

Você pode baixar a música aqui:
The Name - Soulful Christmas

Veja quem ganhou o par de ingressos para os shows do Homem Invisível, Pélico e Bazar Pamplona e CDs das bandas

Pois bem, a nossa promoção acabou, o show é hoje, e a gente já tem o nome da sortudona que levou um par de ingressos para ver Homem Invisível, Pélico e Bazar Pamplona no Tapas e ainda um CD de cada banda.

E o pacotão de prêmios vai para: Yvone Delpoio.

EEEEEEEEEEEEEEE!!! A gente já entrou em contato com ela por e-mail, e já passou todas as infos de como retirar o prêmio.

Para quem não ganhou, mas mesmo assim quer ver os shows, aí vai o serviço:

Homem Invisível, Pélico e Bazar Pamplona @ Tapas Club
22/12 às 22h
Discotecagem: Lulina
Entrada: 10,00
Endereço: Rua Augusta, 1246 - Consolação

Vênus de Milo com Dois Braços #8: Ritmo, é ritmo de festa

Tudo começou com Dance Dance Revolution, um videogame que colocava o jogador em uma pista de dança ditando os movimentos que ele deveria fazer. Quanto mais fiel aos comandos, maior a pontuação. Quanto maior o mico que a pessoa pagava frente aos amigos, maior a diversão. Simples assim. DDR foi considerado um sucesso de vendas, mas ainda assim teve lá seu nicho pois não era qualquer um que se propunha a enfrentar o ridículo.

Depois vieram vários jogos similares e Samba de Amigo, que fazia os jogadores tocarem maracas ao ritmo de sons latinos. Samba de Amigo não vendeu tanto quando DDR, mas é considerado um cult e, acreditem, tem uma capacidade enorme de promover diversão.

Até que alguém pensou que, ao invés de maracas, seria muito mais legal tocar guitarra. Tá bom, não sei se o insight foi exatamente esse, mas vamos fingir que sim para a história ficar mais interessante. E então surgiram Guitar Hero, Rock Band, DJ Hero e outros videogames rítimicos, sucessos instantâneos de vendas.

Muita gente da indústria da música está apostando suas fichas nesse gênero. A premissa é muito simples. Fazer o jogador se sentir um guitarrista, um dj, parte de uma banda ou, de uma forma mais genérica, alguém que sobe no palco para fazer música, é um contexto bem interessante para vender música, e nesse caso as possibilidades de pirataria são bem menores.

A grande aposta está na criação de catálogos digitais por meio dos quais os jogadores podem fazer downloads de novas músicas para jogar. Além de aumentar o fator replay do jogo, isso acaba virando um novo canal de vendas para bandas e gravadoras. A outra jogada está nas versões especiais que são tematizadas com uma banda específica, como o Rock Band dos Beatles e o Guitar Hero do Metallica. Sem dúvida é mais uma possibilidade de vender músicas que fizeram sucesso no passado e apresentar velhas bandas para a nova geração.

Que os videogames rítimicos são um achado para a indústria ninguém nega, mas duvido que sejam a salvação. A maioria das pessoas ainda vão preferir ouvir música do jeito "antigo". A lição que fica é que uma forma de combater a temida pirataria é a oferecer algo mais, de preferência algum tipo de experiência interativa que amarre o ouvinte à uma nova plataforma. Se alguma dessas plataformas irá ser tão popular quanto à simples música a ponto de salvar o leite das crianças de quem trabalha com isso, aí fica a questão. Nesse cenário seria possível imaginar, por exemplo, uma banda lançando seu novo álbum direto para os videogames.

O que você pensa sobre isso?

21 de dezembro de 2009

Resumão de Notícias: Discos novos do Wolf Parade, The Do e Radiohead, Thom Yorke em Compenhagen, Courtney X Frances Bean, o fim do Final Fantasy, The

* Depois de passar esse ano em turnê com o Handsome Furs, Dan Boeckner está de volta a ativa com a sua outra banda, o Wolf Parade.

Os caras estão começando a compor novas músicas, e segundo o baterista Arlen Thompson, o próximo disco deles deve estar pronto até o meio do ano.

Isso quer dizer que poderemos ter um novo álbum deles ainda em 2010.

* O The Do, que está gravando o seu segundo disco, soltou na internet um teaser para o seu próximo trabalho.



* As palhaçadas da Courtney Love continuam.

Na semana passada surgiu a notícia de que ela tinha perdido a guarda da sua filha Frances Bean Cobain, de 17 anos. Ela desmentiu a história, dizendo que a garota é quem escolheu morar com a sua avó paterna, e aproveitou para descer o pau na filha, via Facebook!!!

Parece que a coisa toda foi tão louca que agora a Frances pediu uma ordem de restrição contra a Courtney.

* O Thom Yorke deu um pulinho até a Conferência do Clima, em Copenhagen, na semana passada. Dá uma olhada nas declarações dele:

E falando em Thom Yorke, o Radiohead entra em estúdio em janeiro para gravar o seu próximo álbum.

* O Final Fantasy acabou! Quer dizer, mais ou menos. Segundo Owen Pallet, o homem por trás do projeto, seus discos solos,a partir de agora, serão lançados com o seu próprio nome ao invés de Final Fantasy.

* Saiu o trailer do filme The Runaways, que conta com Kristen Stewart no papel da Joan Jett, e com a Dakota Fanning na pele de Cherie Currie.



* Eu continuo na torcida por aquela parceria bizarra entre a Beyonce e o Of Montreal, e parece que ela está cada vez mais perto de se tornar realidade.

O vocalista do Of Montreal, Kevin Barnes, já está escrevendo uma música para a cantora, que já tem até nome: He's My Party Drug.

* O Beck continua com o seu projeto Record Club, e soltou mais um vídeo das colaborações na internet.

Desta vez a convidada é nada mais nada menos do que a Feist, que gravou com ele e mais um monte de gente legal a faixa Weighted Down, do Skip Spence.

Made In Paraguay #28: Cortez the Killer (Neil Young) por Bradford Cox, No Age e Jim Jarmusch

Bradford Cox (Deerhunter, Atlas Sound), Randy Randall (No Age) e o diretor Jim Jarmusch tocando Cortez the Killer, do Neil Young, em um quarto de hotel, durante o festival ATP.

Clipe novo do The Drums: I Felt Stupid

17 de dezembro de 2009

Dia 22/12 tem show do Homem Invisível, Pélico e Bazar Pamplona, no Tapas. Ganhe aqui ingressos e CDs das bandas

Na próxima terça-feira 22/12, rola uma noite promovida pela Monga Records, no Tapas, com shows do Homem Invisível, Pélico e Bazar Pamplona.

Quem estiver a fim de ganhar um par de ingressos para ver essas maravilhosas bandas e ainda levar um CD de cada uma delas (Homem Invisível - Homem Invisível, Pélico - O Último Dia de Um Homem Sem Juízo e Bazar Pamplona - À Espera das Nuvens Carregadas), é só mandar um e-mail para contato@dominodromo.com.br dizendo que você que ganhar o pacotão de prêmios.

Na terça-feira que vem, a gente anuncia o sortudo que levou tudo isso pra casa, ok?

Serviço

Homem Invisível, Pélico e Bazar Pamplona @ Tapas Club
22/12 às 22h
Entrada: 10,00
Endereço: Rua Augusta, 1246 - Consolação

15 de dezembro de 2009

Clipe novo do Washed Out: Belong

Um dos melhores vídeos de ginástica, ever!

Nossa singela lista de 30 bons discos lançados em 2009

Seria muita pretensão dizer que essa é uma lista de melhores discos do ano, mas aqui está a nossa singela lista de 30 ótimos discos lançados em 2009.

Não existe ordem de preferência. Esse é apenas um grupo de álbuns que moraram em nossos corações nos últimos meses, e continuarão por muitos.

Small Black - s/t (ep)
Le Lendemain (Danny Norbury & Library Tapes) - Fires
Franny Glass - Hay Un Cuerpo Tirado En La Calle
Washed out - Life Of Leisure
Federico Durand - La Siesta Del Ciprés
Leyland Kirby - Sadly, The Future Is No Longer What It Was
Animal Collective - Merriweather Post Pavilion
A Sunny Day In Glasgow – Ashes Grammmar
Atlas Sound – Logos
Bibio – Ambivalence Avenue
Cymbals Eat Guitars – Why There Are Mountains
Grizzly Bear - Veckatimest
HEALTH – Get Colour
Japandroids – Post-Nothing
JJ – No 2
Julianna Barwick - Florine
Le Loup – Family
Mount Eerie – Wind’s Poem
Neon Indian – Psychic Chasms
Night Control – Death Control
Pictureplane – Dark Rift
The Twilight Sad – Forget The Night Ahead
The Xx – The Xx
Volcano Choir – Unmap
Telepathe - Dance Mother
Bat For Lashes - Two Suns
Yeah Yeah Yeahs - It's Blitz!
Dirty Projectors - Bitte Orca
Passion Pit - Manners
Phoenix - Wolfgang Amadeus Phoenix

Clipe novo do New Young Pony Club: Lost A Girl

Venus de Milo com Dois Braços #7: O som é a nova imagem

Por Bruno Scartozzoni.

Desde sempre, ou pelo menos desde quando me considero um ser alfabetizado, jornais e revistas são os meus melhores amigos para a hora do aperto. Em outras palavras, a imprensa escrita sempre foi minha fiel companheira de trono, do famoso número 2. Mas isso começou a mudar.

Não, não aconteceu do dia para a noite. Certa vez não achei nada de interessante por perto para ler e então lembrei daquele podcast que tive que pausar antes do fim. Pensei que ali seria uma boa oportunidade de continuar escutando-o. A partir daí comecei a substituir gradualmente o papel pelo iPod. Antes que alguém faça uma má interpretação, continuo me limpado com papel higiênico. O que mudou foi a mídia que uso para me distrair nessas horas.

É verdade que um podcast pode ser comparado à uma revista sonora, e que podcast e música são coisas completamente diferentes. Também é verdade que essa coluna é sobre o mercado de música, e não de podcast. Mas, mesmo assim, esse singelo momento abriu minha cabeça para algo que está relacionado ao tema e vem ocorrendo nesses tempos modernos: o crescimento do som em detrimento da imagem.

Oras bolas, quando nasci, em 1980, a TV reinava absoluta em nossas vidas. Depois, com o tempo, lembro de ter presenciado a radicalização do ditado "uma imagem vale por mil palavras". Sempre que podiam substituir a palavra escrita por uma foto, ilustração ou gráfico, faziam. Essa era a fronteira do futuro, pensavam. Mas estávamos todos enganados.

Uma das vantagens de ter quase 30 anos é que, mais ou menos nessa idade, a gente começa a perceber que o mundo funciona de forma cíclica. Quando você acha que alguma coisa está consolidada é porque falta pouco para mudar tudo de novo. E é assim a relação dos seres humanos com som e imagem.

Não peguei o tempo onde as famílias se reuniam em volta do rádio, como você já deve ter visto em filmes e novelas de época, e acho que esse fenômeno não vai se repetir tão cedo. A cada dia que passa consumimos mais som, mas quase sempre individualmente. Enquanto a imagem demanda muito de nossa atenção, o som cabe como uma luva em atividades do dia a dia: uma caminha da casa até o trabalho, a hora de lavar louça, o momento de sentar no trono etc.

E daí? O que podemos esperar disso? Abaixo listo alguns palpites:

- o rádio ganhará importância
- videoclipes perderão importância
- o novo jornal de grande expressão será um podcast
- o novo programa de entrevista de grande expressão será um podcast
- a volta das radio-novelas
- aparelhos domésticos se adaptarão a essa nova realidade


(video via Brainstorm9)

E quando você achar que esse novo mundo estiver consolidado, lembre-se, a imagem certamente dará o troco!

14 de dezembro de 2009

O barraco tá rolando solto! Axl Rose, Jay Reatard e Kid Cudi se metem em confusões.

Gente, o que está acontecendo com essas celebridades hoje em dia???

No final da semana passada surgiram boatos de que o Axl Rose, que um dia já foi galã, mas que atualmente tá a cara do Mickey Rourke, tinha batido em um paparazzi no aeroporto de Los Angeles, o que foi desmentido em seguida por seus representantes.

Agora apareceu na internet um vídeo do Axl descendo o braço no fotógrafo. Não adianta negar, gente! Os gadgets e internet estão aí para mostrar que tudo o que vocês desmentiram era verdade.

Ainda na mesma linha de celebridades batendo em pobres mortais, o Kid Cudi socou um fã no último final de semana, em Vancouver, depois de um mal entendido.

Alguém jogou uma carteira no palco, e o Kid Cudi tentou devolver o objeto para o seu dono. Como tinha um monte de gente lá na frente do palco falando que a carteira era deles, o cantor acabou devolvendo ela para a pessoa errada. O fã então jogou a carteira de volta no palco, o que irritou Kid Cudi de tal maneira, que o fez descer do palco e dar um soco no cara, perdendo completamente a razão.

Um outro barraco que aconteceu recentemente envolvendo o Jay Reatard, por incrível que pareça, se deu de maneira contrária: dois fãs atacaram o roqueirão.

Quem conhece pelo menos um pouco a trajetória do Jay Reatard sabe que ele já agrediu fãs mais de uma vez, e não é difícil achar vídeos no YouTube para provar isso. Só que dessa vez os fãs conseguiram a sua vingança, ou pelo menos tentaram.

Na semana passada Reatard estava tocando em Austin, e depois de 40 minutos de show anunciou que aquela seria a sua última música. Dois fãs revoltados pela performance ter sido muito curta atacaram o cara, que acabou se defendendo com o pedestal do microfone, até os seguranças tirarem os elementos do palco.

Os caras foram presos, e o Jay Reatard saiu ileso. Don't mess with Texas, baby!

Clipe novo do Broadcast and the Focus Group: I See, So I See So

11 de dezembro de 2009

Que tal um enfeite de natal bizarro do Flaming Lips?

O Flaming Lips sempre consegue ser oportunista, no bom sentido. Agora os caras lançaram um enfeite de natal bizarro, em forma de feto. Isso mesmo, um feto prateado de natal.

Segundo o Wayne Coyne o mimo foi feito com um metal exótico, vindo do espaço, o que justifica o precinho salgado de 30 dólares.

Olha aí a "propaganda" feita pelo próprio Wayne. Ah! E não esqueçam de seguir as recomendações dele, hein?

Para comprar o enfeite, é só clicar aqui.

Clipe novo do Hot Chip: One Life Stand


10 de dezembro de 2009

Resumão de notícias: Novo disco do Arcade Fire, Passion Pit no Kimmel, o novo disco do Sonic Youth, os planos do Beastie Boys, música nova do Handsome

* Na semana passada alguns boatos correram pela internet dizendo que o próximo disco do Arcade Fire seria lançado em maio de 2010.

Um representante da banda desmentiu a história, e disse que o álbum só deve chegar às lojas no segundo semestre do ano que vem. A data exata do lançamento ainda não foi marcada.

* O Passion Pit deu uma passada no programa do Jimmy Kimmel, e fez uma performance o vivo de Little Secrets.

Olha aí como foi:



* Lee Ranaldo disse em uma entrevista para a BBC 6 Music, que o Sonic Youth já deve voltar ao estúdio no ano que vem, para gravar o sucessor de The Eternal, lançado nesse ano.

Ele não parou por aí e disse também que a banda deve lançar um DVD, em breve. O conteúdo dele seria filmagens da turnê que o Sonic Youth fez em 2007 e 2008 tocando o Daydream Nation na íntegra, além de imagens da turnê que eles fizeram em 1988, na época que o álbum foi lançado.

* Lembra que há um tempo atrás foi divulgada a notícia de que o Adam Yauch, do Beastie Boys, estava com câncer?

Recentemente ele deu uma declaração para o Movie Line, dizendo que está se sentindo muito bem depois que fez uma cirurgia para a retirada do tumor.

Quanto aos Beastie Boys, ele falou que já estão conversando sobre quando voltar a fazer shows, e quando lançar o próximo disco deles, Hot Sauce Committee Part 1, que deveria ter saído em setembro, mas teve que ter seu lançamento adiado por causa dos seus problemas de saúde.

* O Handsome Furs fechou o ano com chave de ouro e tocou a música nova A Great Decision, no seu último show de 2009.

Clipe novo do Junior Boys: Bits And Pieces

Portishead faz música para a judar a Anistia Internacional. Veja o clipe.

Hoje (10/12) é comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos, e o Portishead resolveu dar uma mãozinha para arrecadar dinheiro para a Anistia Internacional.

A banda lançou, hoje, a faixa inédita Chase The Tear, que está disponível para download aqui, mas pelo menos por enquanto não está disponível para o Brasil. Todo o dinheiro arrecadado com os downloads e com os direitos autorais da música irão para a organização.

A boa notícia é que a gente pode pelo menos ouvir a faixa, já que o seu clipe também saiu hoje. Para assistir, é só clicar aqui.

8 de dezembro de 2009

Clipe novo do Foreign Born: Early Warnings

Clipe novo do Times New Viking: Born Again Revisited

Vênus de Milo com dois braços # 6: Taleban Idol

Por Bruno Scartozzoni.

Você é daqueles que acha que os reality shows são um dos pilares da degradação da sociedade?

Talvez sejam mesmo, mas esse vídeo traz uma visão muito diferente sobre o assunto. Mais especificamente sobre a febre das competições musicais, ou seja, American Idol e similares.

Se nas sociedades ocidentais esse tipo de programa é considerado por alguns o que há de mais fútil, em países mais conservadores essas competições podem ter um papel muito importante. Estou falando, especificamente, de países árabes.

No equivalente afegão do American Idol, o programa acabou reintroduzindo a música na sociedade, anteriormente proibida pelo regime Taleban. Outra coisa curiosa é que isso acabou dando destaque às mulheres, oprimidas pelo mesmo regime. E, mais fantástico ainda, o programa gerou um fenômeno de integração social nunca visto antes: pessoas de uma tribo/etnia/religião votando em candidatos da tribo/etnia/religião rival simplesmente por serem melhores cantores.

Aparentemente o ouvido não sofre de tantos preconceitos. ;-)

Assista o vídeo abaixo, mais uma pérola do TED.

7 de dezembro de 2009

Notícias dos últimos dias: Weezer, Phoenix, Beyonce, Of Montreal, The Cribs e Animal Collective

* No último final de semana o Rivers Cuomo sofreu um acidente com o seu ônibus de turnê, onde também estavam algumas pessoas que trabalham com ele, além de sua mulher e filha.

Cuomo quebrou 3 costelas e sua assistente duas e uma vértebra, mas passam bem. O resto dos ocupantes não sofreram nada mais sério.

Por causa disso o Weezer cancelou os shows que faria em Dezembro.

* O Phoenix é o mais novo convidado do La Blogotheque, no seu Les Concerts A Emporter. As pop up performances da banda foram filmadas nas ruas de Paris. Para assistir os vídeos, é só clicar aqui.

* Lembra que eu falei aqui na semana passada que a Beyonce disse em uma entrevista que gostaria de gravar com o Of Montreal???

Pois bem, o Kevin Barnes deu uma declaração dizendo que curte muito o trabalho da cantora, e que também quer gravar com ela.

Que lindo!! Alguém junta esses dois?

* O Ross Jarman, do Cribs, sofreu um acidente bem bizarro. Ele estava tomando banho, quando a porta de vidro do box caiu, se despedaçou toda, e cortou feio suas mãos e pés.

Depois de postar no twitter o ocorrido e até uma foto de como ficou a "cena do crime", ele ainda agradeceu por nenhuma parte mais importante do seu corpo ter sido ferida.

Depois disso e do ocorrido com o Ryan Jarman no NME Awards de 2006, fico imaginando se a família é azarada ou apronta demais. Mesmo com tudo isso, o Cribs ainda participou do programa do David Letterman.

* O filme do Animal Collective, ODDSAC, vai estrear no Sundance Film Festival, que acontece em janeiro, nos Estados Unidos.

O filme, que segundo a banda será bem psicodélico, foi dirigido por Danny Perez, que é amigo de longa data dos caras, e sempre participa das empreitadas visuais do Animal Collective.

Clipe novo do Twilight Sad: Seven Years Of Letters

Clipe novo do Chromeo: Night By Night

2 de dezembro de 2009

Soda Popnski, festa nova na Neu!, estreia nesta quinta, cheia de músicas refrescantes para este calor senegalês.

Soda Popinski é o nome da festa. Nós do Dominódromo que estamos a organizando. Será na Neu!, nesta quinta, às 23 horas.

Sobre o som da noite, não vamos nos comprometer com gêneros. Nossa garantia é que só tocará música nova e fina, bem no estilo do blog. pode ser rock, eletropop, batidão e o que mais for.
O lugar não poderia ser melhor. A Neu! é a nossa balada favorita em São Paulo: preços honestos, pistinha agitada, bons sons e aquele quintal para se refrescar. Atmosfera de coisa nossa.

Precisamos da força de vocês: levem amigos, inimigos, colegas, parentes, estranhos encontrados na rua e o que mais for. Se tudo der certo, a noite será fixa e nós seremos eternamente gratos.
São só 10 reais de entrada e, prestem atenção, ainda temos VIPs para distribuir. Para ganhar ao seu, é só mandar um e-mail com o assunto SODA POPINSKI para contato@dominodromo.com.br.

Seguindo a tradição do Dominódromo, fica uma amostra do que rolará por lá, ó:

The Xx, Yeasayer, Pictureplane, Small Black, JJ, Neon Indian, Diamond Rings, Japandroids, Surf City, Delorean, Jeremy Jay, No Age, The Drums, Memory Cassette, Two Door Cinema Club, Passion Pit, Animal Collective, Washed Out, Heartsrevolution, Chairlift, Telepathe, Phoenix, Starfucker, Little Dragon, Javelin, Tanlines, Toro Y Moi, Bibio, Air France, Dirty Ghosts, The Tony Castles...

Serviço
Soda Popinski @ Neu!
DJs - Dominódromo (Fernando Araújo e Karen Kopitar)
Convidado - Bruno Scartozzoni
Entrada: R$10
Endereço: R. Germaine Burchard, 421
Site da Neu!
Facebook da festa

Clipe novo do Dodos: Long Form

Dominódromo indica: after do show do Dirty Projectors e Holger, na Neu

Eu já tinha falado aqui sobre o show do Dirty Projectors e Holger, que rola hoje, na Clash. Pois bem, depois do show vai rolar um after mais do que especial na Neu.

Os DJs da noite serão surpresa, mas algo me diz que a noite promete algumas presenças ilustres por lá.

Serviço:

After Dirty Projectors e Holger @ Neu
DJs: surpresa!
Entrada: 10,00
Endereço: Rua Dona Germaine Burchard, 421 - Água Branca

1 de dezembro de 2009

Da noite em que vi Broadcast e Atlas Sound em uma igreja e quase fui convertido

Fomos pegar um ônibus em Chinatown. Destino: Philadelphia. Com ticket na mão, em pé no corredor, ouço que não há lugares. Acabamos esperando por meia hora, na chuva, pelo próximo veículo. Coisa boba, pois veríamos Broadcast. E Atlas Sound. Em uma igreja. Por 12 dólares.

Embarcamos, finalmente. Estava podre, mas dormir naquele ônibus clandestino não seria uma boa ideia; acordar dentro de uma banheira, com um rasgo no torso, não parecia uma hipótese descabida. O alívio só veio com a visão da estação final.

Na Philadelphia, tudo foi mais tranquilo. Andamos, comemos, vimos prédios lindos. Próxima à tal igreja, havia uma loja somente de cervejas - todas geladas! A oferta era tamanha, que a escolha foi de acordo com o poder de atração do design das garrafas, uma mais linda que a outra. Seis dólares depois, com o saco de papel marrom preenchido na mão, entramos na First Unitarian Church.

Tirando a terapia de choque católica a que fui submetido durante o intercâmbio, entrei umas 5 vezes em igrejas. Achei graça, pois, da minha volta em grande estilo. A bebida alcoólica na mão era uma afronta permitida àquele local que eu tanto detestava.

Mas a rebeldia durou pouco: acabei simpatizando com o lugar. A raiva virou admiração, e a sinceridade da mensagem de tolerância até me balançou para a causa deles. Jovens, cervejas e shows de rock, dentro de uma igreja! E sem pedidos por dízimos, argumentos de venda sobre o homem de Nazaré ou qualquer restrição às apresentações das bandas. Uau. Quase me converteram. Quase.

Broadcast foi arte. Show conceitual, em que a dupla ficou no escuro e deu o palco para as projeções mais impressionates que já vi na vida, feitas por The Focus Group (Julian House), em sincronia perfeita com as músicas. Gradualmente, o repertório, que começou como experimentos abstratos em sintetizadores, foi tomando a forma das músicas que eu tanto ouvi na minha vida (Corporeal, Black Cat...) e novidades. Em alguns momentos, a supostamente serena Trish, dona daquela voz tão indiferente, vociferou: arrumem o lixo deste som. Não deve ter percebido que ninguém estava incomodado.

Broadcast - Corporeal



Depois, o fim da noite coube ao Atlas Sound. Qualquer leitor do blog sabe do meu fanatismo pela música do senhor Bradford Cox. Logo, confesso que algumas pequenas lágrimas escaparam ao ver a lânguida figura dele no palco, tão frágil, afinando e tocando múltiplos instrumentos, como se o seu destino não estivesse traçado. E o show não tinha começado ainda! Ouvir sua voz angelical, pois o local permite o uso do clichê, seria o fim.

Uma tangente explicativa: a morte costuma vir cedo para quem sofre da Síndrome de Marfan. E desarma ver que a existência de alguém tão talentoso possa ser negada por algo tão estúpido.

Mas a tristeza teve que passar, pois a música surgiu, com loops de guitarra, efeitos múltiplos, gaitas, eletricidade e acústica. A força do Atlas Sound não está em seu estilo, mas em virtudes superlativas: melodias lindas, texturas sonoras, composições que movem. E entre as canções, para dar cabo da minha depressão inicial, o raciocínio rápido de Bradford não falhava em tirar risadas da plateia.

O show foi perfeito. Nem precisava ter sido em uma igreja. Mas foi. Sentado no chão, a um metro do palco, Red Stripe no papel marrom e pilha de vinis ao lado. Não queria ir embora, mas tive que atender ao desejo do Bradford, "have a safe trip", em toda a sua delicada simpatia. A segurança da viagem, eu não podia garantir, mas a felicidade no caminho de volta seria certa.

Atlas Sound - música nova (e sensacional!)

Clipe novo do Small Black: Despicable Dogs

Uma das músicas do ano!!!

Notícias dos últimos dias: Pete Doherty, New Young Pony Club, Blur, Beyonce, Of Montreal

* O Pete Doherty aprontou mais uma das suas bizarrices. Dessa vez o doidera cantou um trecho do hino da Alemanha, que tinha sido retirado da versão atual, depois da Segunda Guerra Mundial, por ser considerado nazista, durante um show que ele fez em Munique.

Como não poderia ser diferente, a plateia vaiou e xingou o cara até não poder mais, mas mesmo assim ele ainda conseguiu cantar mais cinco músicas antes da apresentação ser interrompida a pedido dos organizadores. Mais para o final desse vídeo aí tem o registro do momento no qual o Pete começa a cantar: “Deutschland, Deutschland über alles”, algo como "Alemanha, Alemanha acima de todas no mundo".



* O New Young Pony Club vai disponibilizar a faixa Lost A Girl para download gratuito, a partir do dia 14 de dezembro, no seu site oficial. A faixa faz parte do segundo disco da banda, The Optimist, que sai no dia primeiro de março de 2010.

* Saiu o trailer do documentário, No Distance Left to Run, que mostra tudo o que rolou na reunião do Blur, no último verão europeu. O filme será lançado no dia 19 de janeiro do ano que vem.



* A Beyonce disse em uma entrevista ao Guardian que entre os artistas com os quais ela gostaria de trabalhar um dia está o Of Montreal!!!!

Ela disse que andou conhecendo alguns nomes mais alternativos graças a sua irmã Solange, e que gostaria de fazer algo diferente do que ela está acostumada a fazer.

30 de novembro de 2009

Não É Carne Nem Peixe #23 - Entrevista com Heather Woods Broderick

Entrevista com Heather Woods Broderick, por Felipe Gutierrez.

Qual a sua relação com Peter Broderick?
Peter Broderick é meu irmão mais novo, e também um dos meus colegas de banda no Efterklang.

Qual a sua relação com Portland?
Eu cresci num lugar a cerca de uma hora e meia de Portland durante o fim da minha infância. Era a cidade grande mais próxima da pequena cidade onde eu e minha família morávamos. Me mudei para Portland há nove anos, e tenho realmente gostado de viver lá por várias razões. As comunidades artística e musical de lá são muito únicas, e a cidade está entupida de gente com talento. Para mim está sendo um lugar ótimo para escrever e tocar música, e também para fazer bons amigos.

Você teve treinamento musical?
Minha família era muito musical. Eu comecei a ter aulas de piano quando tinha 8 anos, e continuei até grande parte da minha educação na faculdade. Comecei a tocar em bandas quando tinha uns 18 anos, mas só comecei a escrever minhas próprias canções há uns dois anos. Nunca tive aulas de canto, mas acho que seriam bem divertidas.

Veja como foi o show do Yacht no Smirnoff Experience

O que foi o show do Yacht no Smirnoff Experience??? Com certeza a dupla foi o grande destaque da noite, surpreendendo os fãs, tipo eu, e fisgando até os mais desavisados que não tinham ideia do que se passava naquela pista.

Quem perdeu pode tentar ter uma ideia do que foi nos vídeos aí embaixo.

Em breve, fotos no nosso Flickr: http://www.flickr.com/photos/dominodromo/. Em breve, junto às do Brooklyn Bridge, porque eu já torrei o meu limite de uploads do mês, ok?

26 de novembro de 2009

Made In Paraguay #26: Like A Prayer (Madonna) por Lavender Diamond

Florence and The Machine: Tres Avant Garde

A Florence é diva, musa, classuda e fina, por isso a Stella Artois escolheu ela para participar de um de seus anúncios.

No comercial ela interpreta ela mesma, participando de um programa de TV dos anos 60. A única pena é que o filme é em preto e branco, e não dá para ver a cor incrível do cabelo dela.

Me declarei agora!

24 de novembro de 2009

Notícias dos últimos dias III: Brian Borcherdt (Holy Fuck), Dirty Projectors, Small Black, Supersuckers, The Roots, Interpol, Raimundos e Tico Santa C

* O Brian Borcherdt, do Holy Fuck, disponibilizou o seu disco solo, Torches, para download gratuito no seu site. O álbum é composto por demos gravadas entre 2004 e 2006. Dica do Dago.

* No último final de semana o The Roots fez uma participação especialíssima no show do Dirty Projectors, em Nova York. Esse vídeo aí é para já ir entrando no clima do show do dia 02/12.



* Os shows que o Supersuckers faria nos dias 27 e 28 de novembro, no Goiânia Noise e na Clash, respectivamente, foram cancelados. A banda culpou o excesso de burocracia para conseguir os vistos de trabalho para o Brasil. Os promotores disseram que a banda se precipitou e poderia ter tentado mais antes de desistir das apresentações.

* O Small Black, que fez um dos shows mais legais que eu vi em NY, em outubro, deu uma passada na sede do The Trip Wire, e gravou versões ao vivo de Despicable Dogs e Pleasant Experience. Esses garotos ainda vão dar o que falar!!



* O Interpol anunciou que já está trabalhando no seu próximo disco, que deve ser lançado ainda no primeiro semestre de 2009. Sam Fogarino disse que o álbum será mais parecido com o primeiro da banda Turn on the Bright Lights, lançado em 2002.

* Para encerrar, uma das melhores notícias dos últimos tempos. Lembra do Raimundos? Lembra do Tico Santa Cruz, do Detonautas? Então, Tico será o novo vocalista da banda de Brasília. Por enquanto vai ser só durante uma turnê especial, mas se a coisa "for bem" a colaboração poderá se tornar uma coisa fixa. UAU!

Clipe novo do Fever Ray: Keep the Streets Empty For Me

19 de novembro de 2009

MP3 do dia - Heather Woods Broderick

Eu tenho um harém. Nele, moram Grouper, Julianna Barwick, A Gal. O meu estômago são os ouvidos; sou fisgado por frases ou vozes. Se, por uma rara felicidade, a dona de uma voz imaculada ainda diz ou canta coisas interessantes, o estrago no meu pobre ser é irreversível.

Heather Woods Broderick, você me estragou. Seus sussurros, seu piano gentil, sua reconfortante calma são a perdição. E você ainda guardou estas cordas para o final de sua canção. Que bom gosto.

Diga adeus para o Peter Broderick e a quem mais merecer uma despedida. Diga adeus a Portland. Você virá comigo. Não posso te dizer para onde. Mas não se preocupe, pois, mesmo na minha ausência, você ainda terá algumas amigas para conversar por lá.


[MP3: heather woods broderick - from the ground]
do álbum from the ground (2009)

FICHA
Quem: Heather Woods Broderick
Onde: por ora, Portland, EUA
Myspace: myspace.com/woodsmusical

Vênus de Milo com dois braços # 3: Universo Expandido

Por Bruno Scartozzoni.

Houve um tempo em que bandas ganhavam dinheiro vendendo CDs. O CD era a materialização física de seu trabalho. Você podia apalpá-lo, sentí-lo e exibí-lo em sua estante, assim justificando o preço pago por aquele conjunto de músicas. Com o advento do mp3, do iPod e do download ilegal (mas praticado por quase todo mundo) esse cenário mudou. Tá, já falei sobre isso na minha coluna anterior mas vale a pena repetir para os desavisados.

O negócio é que vivemos em um sistema capitalista e, feliz ou infelizmente, esses caras que tocam as músicas que gostamos de ouvir merecem ganhar alguma coisa em troca para garantir o pão nosos de cada dia, o leite das crianças e qualquer outro clichê que você prefira. Só que o ser humano é acomodado e, por mais que você ouça uma banda todos os dias, na hora H é altamente improvável que você vá abrir a carteira para recompensá-los. Bandas como Radiohead podem se dar ao luxo de fazer experimentos sociais e disponibilizar suas músicas pelo preço que cada um quiser pagar, mas por um bom tempo isso será a exceção que confirma a regra.

Nessa bagunça há duas saídas óbvias, apontadas por qualquer consultor futurologista de meia tigela. A primeira eu mesmo já falei na coluna passada, trata-se de dar um tratamento especial para o meio físico, tornar o CD um objeto de arte, de colecionador, feito para os fãs etc. Coisa que, diga-se de passagem, bandas de heavy metal como o Iron Maiden sabem fazer muito bem. Muito antes da onda mp3 elas já sabiam como lançar caixas e coletâneas para agradar seu público mais cativo.

A segunda saída são os shows, apontados como os salvadores da pátria. Muita gente defende que as bandas devam se popularizar distribuindo sua música de graça e depois capitalizar em cima das turnês. Mas, de novo, isso não funciona para todo mundo. E ultimamento li alguns artigos de especialistas apontando o alto custo para a realização de shows, não só no Brasil mas em qualquer país, o que inviabilizaria esse esquema.

É aí que entra a criatividade de expandir os limites e, inspirado pela música, criar outros produtos e serviços que tragam algo de novo e divertido para as pessoas e, ao mesmo tempo, garantam uns trocados para o artista. Nesse sentido as franquias de videogames Guitar Hero e Rock Band estão sendo apontadas como experiências bem sucedidas de vender música em um novo contexto, colocando as pessoas como protagonistas. Mas, para fugir do clichê, pegarei um exemplo nacional bastante criativo.

Trata-se do game para celular da Pitty, criado para promover seu novo trabalho. Trata-se de uma coletânea de três mini-games. Em um deles você banca a mulher moderna incorporando a Pitty mãe, dona de casa e profissional. No outro você confronta seus medos (ou os medos da Pitty? Não entendi!) por meio de um puzzle. E no terceiro você brinca de fazer stage diving em um show da cantora. A cada mini-game completado o jogador ganha acesso à uma música. Mais informações você encontra aqui, na fonte da notícia:http://www.gamereporter.org/2009/11/03/jogo-da-pitty-e-criado-para-promover-novo-trabalho/

Me parece que as idéias por trás dos mini-games poderiam ter sido melhor desenvolvidas, mas não vou julgar a execução pois não joguei. E o que realmente importa aqui é a cratividade de lançar algo que completa a música, mas ao mesmo tempo ajuda na divulgação. Me arrisco a dizer que esse game faz parte do trabalho, assim como as próprias faixas, o encarte do CD e a turnê que fatalmente acontecerá. A medida que tudo fica mais digital, e portanto menos palpável, é preciso expandir o universo de um trabalho musical para que as pessoas percebam sua existência e queiram remunerá-lo de alguma forma.

Se você tivesse uma banda, o que faria nesse sentido? Um filme? Um livro? Uma coleção de toy art? Uma instalação?

Amanhã tem Dominódromo DJ set na Maldita, no Alley. Quer ganhar um par de VIPs?

Quem lê o blog sempre já deve saber que a gente adora a Maldita Hits, que rola quinzenalmente, no Alley. Dessa vez a festa vai ser mais especial ainda, já que fomos convidados para tocar junto com o Zé e o Gordinho. Uma honra!

Bem, a festinha é amanhã e a gente tem 15 pares de vips para distribuir entre os nossos queridos leitores. Quem quiser ir, é só mandar um e-mail para contato@dominodromo.com.br. Os 15 primeiros a mandar levam os vips.

Ah! Não se esqueçam de participar até amanhã, às 17h.

Serviço:

Maldita Hits - Djs Zé, Gordinho, Fernando e Karen (Dominódromo)
20 de Novembro de 2009, a partir das 23:30h.

Alley Club
Rua Barra Funda, 1066 - Barra Funda.
20R$ porta 10R$ cupom site (Visa e Mastercard)

www.alleyclub.com.br

Dominódromo TV #2: Lulina no Studio SP

Ontem (18/11) a Lulina se apresentou no Studio SP. O Marcelo Perdido esteve por lá batendo um papo com eles, e ainda registrou um pedacinho do show.

Olha aí como foi:

Clipe novo do Vampire Weekend: Cousins

18 de novembro de 2009

Dominódromo TV #1: Brooklyn Bridge

Esse é o primeiro de muitos programetes que colocaremos no ar aqui no Dominódromo. Não poderíamos iniciar essa nova empreitada de maneira melhor do que mostrar um pouco de como foi o Brooklyn Bridge.

Estávamos cercados de amigos, gente bacana e bandas incríveis (Bear Hands, Telepathe e Chairlift) que, de longe, superaram qualquer expectativa que poderíamos ter, e que temos o maior orgulho de termos trazido para cá. Não poderíamos ter sido mais felizes nas nossas escolhas.

O vídeo é do Marcelo Perdido, que alguns devem conhecer como integrante do bacaníssimo Hidrocor, e alguns devem conhecer como a cabeça por trás da Cinema Perdido. Ele é o idealizador e nosso parceiro na Dominódromo TV.

A ilustração super fofa aí em cima, feita pela Bruna Canepa, é a mesma que ilustra a resenha que o Gilberto Custódio escreveu sobre o festival para o Suppaduppa.

Nos vemos no Brooklyn Bridge 2010 e nos próximos vídeos da Dominódromo TV!!!!

11 de novembro de 2009

Amanhã tem after do Brooklyn Bridge com discotecagem do Telepathe

Quinta-feira (12/11), logo após o show do Chairlift, o Brooklyn Bridge emenda para o Sonique, com DJ Set especial das garotas do Telepathe, mais o público do show e o pessoal das bandas. A noite também contará com discotecagens das meninas da Chá com Bolachas, de Carlos Farinha (Bizarre) e do Dominódromo, é claro. O Brooklyn vai estar logo ali.

Serviço:
Festa de lançamento Brooklyn Bridge @ Sonique
Quinta-feira, 12 de novembro
DJs: Telepathe DJ Set, Chá com Bolachas, Carlos Farinha (Bizarre) e Dominódromo (Fernando Araújo, Karen Kopitar e Rodrigo Maceira)
Entrada: R$40 de consumação (H) (R$20 na lista - contato@dominodromo.com.br) e R$00 (M)
Endereço: R. Bela Cintra, 461

Começa amanhã o Brooklyn Bridge com Chairlift, Telepathe e Bear Hands. Estamos sorteando ingressos!!!

Amanhã (12/11) começa o Brooklyn Bridge! Como já falamos aqui, o projeto trará três bandas da incrível cena musical do Brooklyn, NY, para São Paulo. Chairlift (12/11), Telepathe (13/11) e Bear Hands (14/11) ocuparão o palco do SESC Pompeia e mostrarão a nova música criada no “borough” mais alternativo de Nova York.

Quer ver de perto isso tudo? A gente vai sortear 1 ingresso para cada show para os nossos fiéis leitores. Para concorrer é só mandar um e-mail para contato@dominodromo.com.br, e dizer qual dos shows você está mais afim de ver.

A gente divulga os ganhadores amanhã.

Serviço:

Brooklyn Bridge – Ponte Brooklyn-Pompeia

Sesc Pompeia - Choperia

R$ 28,00[inteira]
R$ 14,00[usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante]
R$ 7,00[trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes

Ingressos a venda nas bilheterias da rede SESC.

Rua Clélia, 93
Pompeia
São Paulo - SP
cep 05042-000

Não é permitida a entrada de menores de 18 anos.

5 de novembro de 2009

MP3 do dia - BOAT

O BOAT, da excelente I'm A Donkey For Your Love (MP3 do dia aqui), representa a ingenuidade nerd do indie dos anos 90. Os elementos clássicos de uma banda de rock (guitarras, baixo, bateria e teclado) estão lá, mas há uma certa excentricidade nas letras e na forma de cantar e tocar os instrumentos. A musica é quebrada, as distorções da guitarra não permanecem, a letra é contada como um relato; a melodia mesmo está em um ondulante UuUuUuUuUU. A banda claramente quer tocar rock, mas faz zero questão de ser cool. E caso você me pergunte, acho isto bem legal.

Deixe-me explicar os antecedentes: depois de anos da repressão chauvinista dos punks e metaleiros, a década de 90 veio para aliviar a vida dos moleques nerds. Com a ascensão do indie rock, a esquisitice e as aspirações intelectuais deixaram de conflitar com os sonhos de rockstar, para virarem justamente a matéria dos mesmos.

Agora, as letras podiam ser mais elaboradas, sinceras, cheias de referências literárias; as músicas podiam ser preguiçosas, delicadas ou realmente esquisitas; a vergonha, a timidez e a acne não seriam empecilhos, mas parte do charme - com sorte, as garotas achariam a proposta adorável. Fazer tipo não era mais necessário!

E aí veio uma grande ironia: visto o sucesso inicial desta revolução educada, muitos começaram justamente a fazer o tipo nerd. Óculos espessos, suéteres de vovó, esquisitice premeditada. Nerd rock, a imprensa logo se apressou a declamar. Foi o fim: o cinismo pós-moderno matou esta pequena fresta de liberdade e auto-assunção para os nerds de verdade. Restou correr de volta para o Vale do Silício e as aulas de English Lit. Ou esperar por 15 anos, como o BOAT fez.


[MP3: boat - tough talking the tulips]
do álbum setting the paces (2009)

FICHA
Quem: BOAT
Onde: Seattle, EUA
Myspace: myspace.com/boatmusic

Vênus de Milo com dois braços # 2: Livro, a nova música.

Por Bruno Scartozzoni

Você conhece o Kindle? É aquele aparelhinho que funciona como um "iPod de livros", fabricado pela Amazon, e agora vendido oficialmente no Brasil. Trata-se basicamente de um mini computador capaz de armazenar publicações eletrônicas como livros e revistas. A diferença é que ao invés do papel a leitura acontece na tela.

Há quem não se adapte à essa nova forma de consumir leituras, mas já ficou claro que esse é o futuro. Para quê gastar centenas de reais e ocupar um baita espaço montando sua biblioteca se tudo isso pode estar na sua mão, dentro de um gadget só, por um custo bem mais baixo?

E o que isso tem a ver com música? Tudo, pois já vimos essa mesma história há alguns anos, quando os mp3 player começaram a invadir o mercado e mudar a forma como consumimos música. Da próxima vez que andar na rua repare que é cada vez maior o número de pessoas, de todas as classes sociais, que andam para lá e para cá com fones de ouvido.

O impacto dos mp3 players sobre nossos hábitos de consumo de música foram vários, mas vamos nos ater aqui apenas ao fato de que as pessoas estão substituindo as mídias físicas, ou CDs, por mídias digitais, ou arquivos de mp3. É exatamente o que vai acontecer com os livros.

Nessa realidade CD deve ser encarado cada vez mais como um mimo para colecionadores e fãs, uma edição especial, uma versão de luxo do arquivo digital. Pena que muita gente da indústria ainda não entendeu essa lógica, da mesma forma que as editoras também vão demorar muito tempo para entender que daqui a pouco isso vai se aplicar ao consumo de leitura. Livro físico será item de colecionador, objeto de decoração e versão (mais cara) para analfabetos digitais.

A próxima indústria a sofrer dessa transformação, para o bem e para o mal, provavelmente será o cinema, já que os serviços de download de filmes são cada vez mais populares lá fora. Se você pode ter todos os filmes do mundo a um click de distância, para quê encher a casa de caixinhas de DVDs?

Apesar de tudo não se enganem com esse papo de "a história se repete", porque aqui não se trata de várias histórias, mas de uma só. A sociedade como um todo está mudando radicalmente, a uma velocidade muito maior do que a maioria das empresas podem entender e suportar.

Conclusão: da próxima vez que você for comprar um livro, um CD ou um DVD, exija capa dura, encarte especial ou um recheio de extras que compense a aquisição. Como fã você merece. Entre um produto sem graça e sua versão digital, fique com a segunda.

4 de novembro de 2009

Pearl Jam se veste de Devo e Monsters Of Folk de Kiss para o Halloween

O Pearl Jam e o Monsters Of Folk tiveram uma ideia parecida para comemorar o Halloween, no último sábado. O Pearl Jam se vestiu como o Devo, e tocou um cover de Whip It.

Já o Monsters Of Folk se vestiu de Kiss, com maquiagem e tudo, e fizeram um cover de Detroit Rock City.

Olha aí:

Clipe novo do Tetine: Tropical Punk

3 de novembro de 2009

MP3 do dia - Summer Camp


O Summer Camp, que eu não sei se é uma banda ou uma pessoa só, nos engana ao desenhar as primeiras notas de Ghost Train como algum remix excêntrico da Lykke Li. O rumo é acertado em uns 15 segundos, apontando para uma canção pop, de refrão mágico e esparsos elementos instrumentais aqui e ali.

Ghost Train é seca até o osso: respeita a eminência do silêncio, pedindo licença com voz baixa e uma linha de baixo como percussão. O final, ouvido separadamente, mal registra algum poder de conclusão; na escala da música, porém, soa apoteótico.

A restrição diz muito em tão pouco: há uma felicidade real aqui, na suavidade da voz e da melodia, que não precisa ser alardeada. E cada evidência genuína de que esta existe - uma raridade, pois duvido de quem anuncia a própria felicidade - nos faz levantar um pouco mais a cabeça e seguir adiante.


[MP3: summer camp - ghost trains]


FICHA
Quem: Summer Camp
Onde: Suécia?
Myspace: myspace.com/morganwaves

Made In Paraguay #25: Viva La Vida (Coldplay) por Weezer

Weezer fazendo cover de Viva La Vida, do Coldplay.

Me explica o que é esse agasalho do Rivers Cuomo?

30 de outubro de 2009

Notícias dos últimos dias II: Animal Collective, Mika Miko, Beach House, Taylor Mitchell e Los Campesinos!

*Quem me conhece bem sabe que eu nunca fui uma das maiores fãs do Animal Collective, mas ultimamente tenho que confessar que eles estão conseguindo me conquistar aos poucos. Comecei a gostar de uma musiquinha aqui, outra ali...

Agora gosto ainda mais deles. Os caras participaram de uma campanha do PETA, para combater a matança de focas no Canadá. Quem me conhece bem também sabe que eu AMO animais e o Canadá, mas essa matança que rola lá é realmente escrota.



* O Mika Miko decidiu encerrar as suas atividades. A guitarrista Michelle Suarez disse ao jornal Los Angeles Times que eles não brigaram nem nada, mas como a banda está junta desde o colegial, já estava na hora deles partirem para novas empreitadas. A banda ainda vai fazer alguns shows, inclusive um especial de despedida, e ainda vão lançar um 7" antes de dar bye bye.

* O Beach House divulgou os detalhes do seu próximo disco. Ele vai se chamar Teen Dream, e sai no dia 26 de janeiro, pela Sub Pop. A surpresa é que o álbum vem acompanhado de um DVD, com um vídeo para cada faixa dele, cada um dirigido por um diretor diferente.

A tracklist é a seguinte:
01 Zebra
02 Silver Soul
03 Norway
04 Walk in the Park
05 Used to Be
06 Lover of Mine
07 Better Times
08 10 Mile Stereo
09 Real Love
10 Take Care

* A cantora canadense Taylor Mitchell, de apenas 19 anos, foi atacada por coiotes no Cape Breton Highlands National Park, em Nova Scotia, e morreu. Que horror!!!

* Os Los campesinos!, uma das bandas mais felizes e ensolaradas do mundo, provaram que banda que fica doente unida, permanece unida. TODOS os integrantes estão com H1N1, em plena turnê. Apesar disso, eles disseram que não vão cancelar nenhum show por causa disso, então já sabem, né? Se alguém aí estiver no Reino Unido e for em algum show deles, não esqueça de levar uma máscara.

Além disso, eles também anunciaram que o disco novo deles, Romance Is Boring, sai no dia primeiro de fevereiro.

Saiu o trailer do DVD Nirvana: Live at Reading

Saiu o trailer de Nirvana: Live at Reading. O DVD, que chega às lojas no dia três de novembro, traz a apresentação que a banda fez no Reading Festival, em 1992, na íntegra, e mais um monte de extras.

O material vai estar disponível nos seguintes formatos: DVD + CD, só CD, só DVD, e ainda em vinil duplo, mas que só sai no dia 17 de novembro. Para mais informações sobre tudo isso, é só clicar aqui.

Clipe novo do High Places: I Was Born

28 de outubro de 2009

Brooklyn Bridge traz Chairlift, Telepathe e Bear Hands para São Paulo

É com muito orgulho que o Dominódromo anuncia oficialmente o festival Brooklyn Bridge. Nos dias 12, 13 e 14 de novembro, Chairlift, Telepathe e Bear Hands, respectivamente, tomarão o palco do SESC Pompéia e mostrarão um pedacinho da absurda cena do Brooklyn, onde novas bandas legais saem até dos bueiros e há trocentos shows incríveis por dia.

Aí embaixo tem o release oficial do evento e das bandas:

Brooklyn visita Pompeia
Chairlift, Telepathe
e Bear Hands apresentam-se no Sesc Pompeia, nos dias 12, 13 e 14 de novembro

Nova York respira música. A tradição dos velhos tempos e a ebulição de novas etnias, uma inspirando-se na outra, fizeram da Grande Maça a provável capital mundial da música. Assim foi de Gershwin à disco, do hip-hop ao punk; cada "borough", um mundo em si, com suas próprias cenas, linguagens, misturas e sonoridades.

Hoje, uma das mais empolgantes cenas musicais de NY está no Brooklyn. O alto custo de vida em Manhattan fez de lá uma alternativa viável para o sonho de viver da própria arte. Daí a ebulição local de bandas, artistas, escritores e gente sedenta por mostrar sua voz e não se encaixar nos valores da ilha mais rica e famosa da cidade.

O Brooklyn, hoje, é tomado por lojas de discos, brechós e lojas de estilistas, estúdios e casas de shows. Tudo feito de forma independente, do-it-yourself. Tudo feito entre amigos. Este é o espírito local: se ninguém oferecer o espaço para mostrar sua arte, arregace as mangas, arregimente o seu público e crie o seu palco.

O projeto Brooklyn Bridge trará ao SESC Pompeia uma pequena amostra do sem-número de bandas empolgantes que nasceram por lá. Nesta primeira edição, que acontecerá de 12 a 14 de novembro, as escolhidas são Chairlift, Telepathe e Bear Hands.

CHAIRLIFT,
12/11/09, às 21h
Não é qualquer banda que emplaca uma música em um comercial de iPod. Foi justamente isto que o Chairlift conseguiu com “Bruises”, faixa do seu disco de estreia, Does You Inspire You, de 2008. Em 2007, o trio de Boulder instalou-se no Brooklyn para colecionar participações nos principais festivais do mundo, diversas críticas positivas e mais de 6.000.000 de visualizações no YouTube. O som do Chairlift é pop, mas com certa excentricidade: experimentos na forma, sintetizadores inusitados, letras que margeiam a livre associação e sinuosos fraseados da voz única de Caroline Polachek.
myspace.com/chairlift

TELEPATHE,
13/11/09, às 21h
O Telepathe são duas garotas do Brooklyn que não se satisfazem com seus arredores: seus olhos e ouvidos absorvem o mundo. Elas representam um traço marcante da nova cena do “borough”: a antropofagia de fontes cada vez mais improváveis, como a Tropicália, a África e o Oriente. A curiosidade musical das moças é especialmente voltada à percussão. Dance Mother, disco de estreia produzido por Dave Sitek (TV On The Radio), é feito de inúmeras batidas – africanas, asiáticas, sintetizadas, orgânicas... - que se fundem em algo radicalmente novo.
myspace.com/telepathe

BEAR HANDS,
14/11/09, às 21h
Com mais de meio milhão de visitas no MySpace, um EP e o recente single What A Drag, o Bear Hands é uma das principais apostas entre as novas bandas do Brooklyn. Formado em 2006, o quarteto combina rock e percussão, em linhas de guitarra sempre bem desenhadas sobre ritmos empolgantes. O resultado é um indie rock cheio de groove e psicodelia, regado a excelentes melodias.
myspace.com/bearhandsband

Serviço:
Brooklyn Bridge – Ponte Brooklyn-Pompeia
Sesc Pompeia - Choperia

R$ 28,00[inteira]
R$ 14,00[usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante]
R$ 7,00[trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes

Os ingressos começam a ser vendidos no dia 1° de novembro, nas bilheterias da rede SESC.

Rua Clélia, 93
Pompeia
São Paulo - SP
cep 05042-000

Não é permitida a entrada de menores de 18 anos.

Coluna nova no Dominódromo: Vênus de Milo com dois braços # 1

Hoje estreia mais uma coluna aqui no Dominódromo, a Vênus de Milo com Dois Braços. Periodicamente, o nosso amigo Bruno Scartozzoni vai falar, basicamente, sobre a indústria musical em geral.

Aí está, Vênus de Milo com Dois Braços #1:

Já faz um bom tempo que estávamos eu, o Fernando e a Karen em um bar discutindo o que viria a ser o Dominódromo. Desde aquele dia gostei da idéia e até hoje vinha acompanhando com muito carinho o trabalho dos dois. Não posso negar, ser amigo de faculdade do Fernando, no mínimo, já me rendeu uma série de convites vips e outras regalias do tipo.


Também há algum tempo namoro a possibilidade de contribuir para o site de alguma forma, ao menos para compensar as regalias. Idéias não faltaram, mas a verdade é que não tenho duas coisas importantes: tempo e conhecimento sobre música. Não me entendam mal, adoro música, mas em termos de conhecimento estou longe, bem longe, do Fernando e da Karen, ou mesmo do Rodrigo e do Felipe. Não é raro estarmos em algum lugar e eu perguntar para um deles o que é isso que está tocando, e no dia seguinte vou procurar todo pimpão procurar na internet e colocar no iPod para ouvir.
Mas nem sempre foi assim. Até uns anos atrás eu baixava o mp3 na internet mas queimava em um CDR para poder ouvir em qualquer outro lugar que não houvesse um computador. Antes disso eu comprava o CD na loja mesmo. E bem antes, na infância, o negócio eram as fitas K7. O LP eu já peguei o finalzinho.

Não sou novo o suficiente para já ter sido alfabetizado nesse novo mundo, nem velho o suficiente para não ter me adapado à essa nova realidade. Viver esse período é um privilégio pois, como "testemunha auricular" da história posso olhar para trás e ver uma estrutura ruir do dia para a noite ao mesmo tempo que as coisas que vão surgindo para ocupar esse espaço são misteriosas e indefinidas. Em outras palavras, ninguém sabe o que vai acontecer!

Como publicitário (de profissão) e administrador (de formação) esse é um assunto que me fascina, e por isso perguntei para o Fernando, que tem a mesma trajetória profissional e acadêmica, porque o Dominódromo não abordava esse tipo de reflexão. Estava aí um assunto do qual eu me sentia mais a vontade para contribuir, e cá estou!

O primeiro post é sobe o Lobão. Antes que você torça o nariz, já digo que não sou exatamente um fã de sua música, mas sempre que tenho oportunidade faço questão de ouvir o que o cara tem para dizer. Se tem alguém que entende do futuro da indústria fonográfica no Brasil, esse cara é o Lobão. Na verdade ele é o tipo de cara que faz o futuro da indústria fonográfica.

Mais ou menos na época em que o mp3 ainda não era muito difundido, que o rádio ainda gozava de certo prestígio e que o CD ainda era a principal mídia, Lobão se rebelou contra o sistema e fez algo impensável. Mas antes vale um flashback. Caso você não saiba de quem estou falando, Lobão foi um dos principais ícones do rock brasileiro nos anos 80, tendo fundado a banda Blitz e depois emplacado vários sucessos em carreira solo.

Pois bem, lá por volta do ano 2000 ele estava bastante desaparecido da mídia e há tempos não fazia nada que empolgasse o público como no passado. Lobão explicava a situação pela recusa de entrar no esquema da indústria, ou seja, pagar jabá para as rádios para ficar conhecido, e a partir daí fazer a máquina girar.

Então, inconformado, resolveu virar o jogo com uma idéia simples. Lobão produziu seu disco de maneira indepentente e começou a vendê-lo em bancas de jornal, junto com uma revista. Além de ser um ponto de venda mais democrático e acessível para o brasileiro médio, a novidade chamava atenção por si só e o custo do CD, sem o jabá, era reduzido para menos da metade do que normalmente custaria em uma loja, no esquema tradicional.

Depois ele ainda viria a lançar outras bandas nesse esquema, montando sua própria gravadora/editora. Como banda larga e mp3 player ainda não eram conceitos muito difundidos nessa época, para mim o futuro da música no Brasil começou nas bancas de jornais.

Foi nessa época que Lobão começou a dar entrevistas em vários lugares para falar o que pensava sobre música, indústria fonográfica, jabá e coisas do tipo. Sempre falando o que pensa, sem filtros, suas entrevistas são muito divertidas. Ele é o cara que consegue misturar em uma frase só uma coisa totalmente cabeça com um causo envolvendo drogas e palavrões. Imperdível.

Na verdade falei de todas essas coisas só porque queria abrir minha coluna no Dominódromo com uma entrevista recente do Lobão que vi no Café Filosófico, aqui: http://www.cpflcultura.com.br/video/integra-volta-dos-deuses-embusteiros-lobao O tema dessa vez não é a distribuição de música, mas sim a "volta dos deuses embusteiros", ou seja, o momento cultural em que vivemos onde qualquer um, por qualquer motivo, pode se tornar celebridade, ainda que não tenha motivos artisticamente relevantes para isso.

É um tipo de efeito colateral da democratização da internet. Se antes você tinha que pagar para aparecer, agora os meios estão disponíveis para qualquer um. O ruim é que o espaço está igualmente aberto para todos, bons artistas, maus artistas e aqueles que nem artistas são, como participantes de reality show.

Sem papas na língua, Lobão solta uma pérola atrás da outra, como, por exemplo, quando diz que brega pra ele não é o gênero popular do nordeste, mas sim a MPB simulacro da intelectualidade, ou o universitário que toca chorinho de forma virtuosa, como se fosse algo sagrado onde nenhuma inovação é permitida. Para Lobão isso é o falso absoluto, a "Vênus de Milos com dois braços".
Para ele isso é personificado em gente como Caetano Veloso, que toca violão como quem está tomando cafézinho com nojo, ou Gilberto Gil, que explica seu programa de governo por meio de batuque no microfone (sim, ele fez isso em uma convenção do partido).

Mas para Lobão a culpa não é da mídia, nem do jabá, mas sim do público que consome isso. Do cara de 18 anos que é um bundão e toca chorinho, nas palavras dele. E eu concordo plenamente. Por isso o Dominódromo está aí, para apresentar uma alternativa musical à esse público. E eu me orgulho de fazer parte desse time.