30 de janeiro de 2009

mp3 do dia - eternal summers

eternal summers
Não dá para ficar um pouco mais? Não precisamos ir embora agora. O sol é a nossa deixa. Não se questiona a sabedoria da natureza.

Digo que fui atingido por um coco mal-intencionado ou bicado por uma gaivota. Nada sério, exceto pela infecção que peguei no precário hospital local. Ninguém vai querer saber dos detalhes de algo tão potencialmente repulsivo.

Basta um telefonema - dois, na verdade -, e a praia, o céu, o tempo, as risadas e o silêncio serão todos nossos. A gratidão por essa segunda chance me deixará irreconhecível! Isso é bom, certo? Não reclamarei dos insetos, das algas ou do chuveiro ruim. Até prometo paciência com o abismal gosto musical daqueles ao nosso redor. Ponho fones, canto no seu ouvido, entro na água (apesar das algas e do chuveiro ruim). Talvez seja uma oportunidade de me tornar uma pessoa melhor, mais tolerante. Descoberta a mentira, justifico: "precisava desse tempo para aprimorar minhas competências interpessoais". Eles adoram esse tipo de coisa lá no escritório.

Vai, vamos lá. Quem disse que precisa acabar? Eu conto a sua história; você, a minha. Cúmplices por um verão eterno.

myspace.com/eternalsummers


[MP3: eternal summers - fall straight back]
do álbum eternal summers (2009)

mostra do rankin acaba no dia 5, hein?

Antes de tudo, quero deixar claro que há parcialidade nesse post. O projeto é meu filhote, e estou empolgadíssimo com ele. Mas nem invocaria o Fernando Profissional se o Fernando Dominódromo não achasse o assunto relevante.

thom yorke, por rankin
Vale a pena conferir a exposição Chop Off Their Heads, do fotógrafo britânico Rankin. Para quem não sabe, o sujeito é criador das revistas Dazed & Confused e Another Magazine, e fotografou editoriais e capas para Esquire, Vogue, Harpers Bazaar e Arena, entre outras publicações.

Suas lentes criaram algumas das imagens mais famosas da moda, da música e da cultura pop internacional. Boa parte delas está na mostra, uma coleção de 50 retratos que satirizam a condição de celebridade dos fotografados.

A atenção da maioria será dada aos retratos de gente como Madonna, U2, George Clooney, Rainha Elizabeth, Kate Moss... Mas o legal mesmo é ver Jarvis Cocker, Thom Yorke, Blur, Björk, David Bowie, White Stripes, Justin Timberlake, Brian Eno, Damien Hirst...

Ah, um detalhe interessante: a exposição é gratuita. Basta aparecer por lá. Um luxo.

Serviço
Rankin - Chop Off Their Heads
De 22/01 a 05/02, das 10:00 às 19:00
Entrada gratuita
MuBE - Av. Europa, 218. Jd. Europa

29 de janeiro de 2009

mp3 do dia - montag

montag
Antoine Bedard hibernou por quase dois anos, e voltou à consciência revigorado. Ao invés de criar raízes, seu pop eletrônico tomou nova forma; ao invés de criar lodo e pó, sua música nunca esteve tão impoluta, imaculada.

Hibernation (2009), o novo EP do seu projeto Montag, é como uma sinfonia de micro-processadores para o inverno. Ainda que indiscutivelmente agradável aos ouvidos, o disco é um passo na direção contrária do recente Going Places (2007), o seu trabalho mais pop até então.

A trilogia Nord é o coração de Hibernation. Duas antesalas (1 e 3), fade in e fade out, para a magnífica Nord 2, uma câmara de cristais simétricos, preenchida por reverberação, refração e reflexo. 1 minuto e 55 segundos depois, a pequena fresta já não serve para a luz de fora. Escuridão.

Steve Reich puro, mas com um toque de gentileza.


[MP3: montag - nord 2]
do álbum hibernation (2009)

club de las serpientes #21 - laura wrona

laura wrona
Quando eu era pequeno, meu vô não me deixava comer ovo. Tinha histórico de colesterol alto na família. Na verdade, nunca cheguei a saber se a história era verdade ou mais um lenda que meu avô contava simplesmente por contar alguma coisa. A gente conversava pouco. Inclusive quando saíamos juntos para escolher o presente no dia do meu aniversário. Só me lembro dele rindo nessas horas, porque meu brinquedo favorito seria tanto um arco e flecha, de ventosa, quanto um kit Zorro. "De novo, filho?"

Pensei nisso, agora há pouco, depois do almoço aqui na casa da Lília. O pai dela fez ovo. Ovo pochet - dez minutos até eu aprender o nome. E repetir direito. "O-vo-po-ché". No mês passado, fiz 46 anos. Agora, aqui no sofá, diante do jogo, estou sentindo um ligeiro incômodo: o colesterol desregrado ou a saudade de tudo que não experimentei na esperança de viver um ou dois minutos a mais.
Rodrigo Maceira

***

Laura Wrona faz show no Berlin, nessa sexta, dia 30/01. Música de estofo, voz de artista, letras maiúsculas. Se eu vou? Até cair bêbado.

Você abre 2009 com um show no Berlin. Um bom começo?
Sim, sim, foi ótimo ter recebido esse convite para tocar logo em janeiro, pois me estimulou a dar continuidade a esse projeto. Foi também um momento propício, pois ainda não retomamos os ensaios do Aspen e pude convocar reforços para o show!

Além das faixas no myspace, que outras músicas fazem parte do set?
Além de "Valsa das Vontades", "Baleia","Ovo Poché" e "Por que Pra que" (faixas do myspace), tocaremos "Sofrendo Mais", "Dentes" e um cover com surpresa.

Planos de lançar um disco/ep? E novas gravações?
Penso em gravar as músicas em estúdio, pois minhas gravações são supercaseiras, com direito aos barulhos acidentais de campainha, gato tendo ataque, essas coisas. As gravações que faço têm acontecido dessa maneira, e a ideia é organizar o material para compor um disco, quem sabe ainda neste ano.

Você compõe, escreve as letras, inclui os barulhinhos e canta em todas as músicas, certo? Qual a melhor parte?
Gosto muito de gravar as vozes, de sobrepor e brincar com as possibilidades dos efeitos. Sei bem pouco de gravação, então tudo parece incrível. Pena que ao vivo ainda não saiba reproduzir o que registro em casa.

Um disco definitivo.
Um só? Puts. Rubber Soul, dos Beatles. Ouvi um monte e acho que nunca direi "chega".

laura wrona - ovo poché
http://myspace.com/lalarilala

28 de janeiro de 2009

estréia: telepathe - so fine

eu te entendo, jay reatard

jay reatard

Tá, via de regra, não gosto da música do Jay Reatard. Mas veja o que ele tem a dizer sobre o seu processo de composição, nessa entrevista para o AV Club:

I tend to be one of those negative people that thinks you're defined more by what you dislike than what you like. I tend to write about things that irritate me. Don't get me wrong, I'm not an elitist, but I can't find anywhere that I can go in the world where at least one person is not going to fucking tick me off. I fly a lot, and I can come home after taking a long flight fucking amped up to write two or three songs about what fucking scumbags people are, after having to sit on a plane with them and watch them eat their boogers.

Uia. Vocês acham que o House é exemplo de misantropia? Ele é uma flor perto desse sujeito. Ah, e claro, um personagem fictício.

27 de janeiro de 2009

mp3 do dia - deastro

deastro
Shaded Forests começa synth-pop, passa por um refrão de rádio, rasga com guitarras, repete a fórmula e, ôpa, peraí, esse é o refrão de verdade?!?

O indivíduo realmente colocou dois refrões desse quilate na mesma música?

Isso deveria ser maior do que os Killers. De verdade. Seja pela maneira como esses 3 minutos guardam tantos picos e depressões, ou por como Deastro, o moleque de 22 anos (!!!) por trás disso, consegue colocar alma e, diria até, agressividade no pop oitentista de ternos brancos e atrocidades capilares. Tudo feito por conta própria.

Deastro, Randy Chabot "no mundo real", é artista. Criou a arte dos seus CDs, passou anos no coral da igreja, atuou em musicais, elaborou o figurino dos seus shows. É um daqueles sujeitos que parecem não caber em si próprios. Mas prefere ficar entre as paredes da casa dos seus pais, com seus três irmãos. Foi lá onde estudou, dos 6 anos de idade até o fim do colegial. E foi para lá que retornou e construiu seu estúdio, após dois anos de faculdade. Talvez o mundo lá fora tenha o enlouquecido. Se ele me deixa assim, imagina o que deve ter feito para alguém com uma sensibilidade dessas.


[MP3: deastro - the shaded forests]
do álbum keepers (2008)

estréia: asobi seksu - me & mary

damien hirst vs lily allen

lily allen
Damien Hirst, aquele da vaca partida ao meio e do crânio de pedras preciosas, fez essa entrevista aqui com a Lily Allen, pela Interview Magazine.

O artista conheceu Allen quando ela tinha 3 (ou 6) anos, uma criança em meio a um círculo social de adultos famosos (e com uma queda por ácido), do qual seu pai fazia parte. Fica claro que há uma intimidade entre as partes.

Na entrevista, eles falam sobre a vida como celebridade, arte, drogas, assuntos pessoais e a carreira musical de Allen. A conversa vale pela descontração. E porque eles não se levam muito a sério. Eu gosto disso.

26 de janeiro de 2009

não é carne nem peixe #8 - stephanie toth

Entrevista com Stephanie Toth, por Felipe Gutierrez.

stephanie toth

Qual foi o seu disco preferido de 2008?

Se o Conor Oberst and the Mystic Valley Band não tivesse sido lançado, eu diria Fleet Foxes.

Li uma reportagem na qual estava escrito que você "nunca gostou muito do Brasil". Não quero ser chatinho nacionalista, mas não há nada na música brasileira que você goste?

Sim, há. Gosto de Mombojó, Los Hermanos - além de Homiepie e Holger, claro.

Você acha que os jornalistas e críticos te tratam com uma certa condescendência por causa da sua idade? E o público?

Cansei de ouvir falar da minha idade. Não deveriam, mas se quiserem ser condescendentes, que sejam.

Hot Chip ou Elliott Smith?

Wow. Elliott Smith! Não acredito que você me fez essa pergunta. Haha.

dos dias em que tive um zine

club de las serpientes
(para baixar: botão direito > "salvar link como")

Tive um zine no início de 2005, chamado Club de las Serpientes. Éramos eu, Rodrigo Maceira e Mariana Cetra, mais amigos-colaboradores, falando sobre cultura. O foco, inicialmente, estava na música, mas, olhando para trás, percebo que esta era apenas uma desculpa para escrevermos.

Postulamos um manifesto, feito como um anagrama de textos dos três, entrevistamos bandas, expusemos as associações que fazíamos a cada música. Fomos ingênuos no esforço. Não havia objetivos maiores - o impresso na mão bastava.

Ou não. Pois abrir a caixa recém-chegada da gráfica não bastou. Acabamos por distribuir o zine na Sensorial e fazer um lançamento oficial dele na Funhouse, onde tocamos M83, The Radio Dept e Broken Social Scene.

Foi incrível. E, ainda sim, o fim chegou, dias depois. A mediocridade do mundo real não tarda em bater à porta. E eu não hesito em torcer a maçaneta, sem olho mágico, para ela.

Sinto falta daquela ingenuidade-relâmpago.

O PDF do zine está aqui, na íntegra, para download. Recomendo a leitura no Reading Mode do Acrobat, com Page Display "Two Up".

23 de janeiro de 2009

jorma taccone quebrando até o chão

Vi o primeiro vídeo abaixo, no Trabalho Sujo, e depois, pesquisando no YouTube, descobri que essa performance é uma tradição do Jorma Taccone, um dos roteiristas do Saturday Night Live, para todos os shows que acontecem no programa. O resultado nunca vai para o ar: trata-se de uma piada interna que se propagou pela internet.

Os outros vídeos estão logo em seguida. Reparem na constante cara de desaprovação do Bill Hader.





club de las serpientes #20 - entre ríos



Não contei para mais ninguém. Um pouco de vergonha - ou timidez. Uma vez, era pequeno, uns 6 ou 7 anos. Inventaram um carnaval no clube de alguém. Disse não; homem rebelde diz não. E, depois de 12 minutos, tive que dizer sim, ou não vai para Juquehy. Fidel passou três meses de estrepolias entre Miami e Nova York, antes da revolução. Com tudo pago - pelo pai. Tudo bem. Fui até o armário, cabisbaixo, improvisar alguma fantasia. Abri a porta, as gavetas. E me vesti com a única roupa de super-herói que eu tinha. Um batman de capa vermelha. Meia hora num ginásio suado, confete e serpentina no pescoço, sem graça alguma, refúgio no parquinho. Brinquedos cheios, eu, estrangeiro, com receio de arranjar briga por falta de lugar. Fui para a fila do carrossel. Lá dentro, bem no meio, um molequinho rodava o aro que fazia o carrossel rodar no sentido inverso. Quase a xícara da Cidade das Crianças. Em São Bernardo. Quando chegou a minha vez, perdi o controle. Girei demais o timão. Eu e o moleque. Criançadinha gritando, mãe mandando, para, deixa disso, diabo. Eu, por um triz; a mão suando na barra, perdendo contato, é um, é dois, é três, a asa acionada, o voo de seis metros, metros e meio, meu melhor carnaval.
Rodrigo Maceira

entre ríos - temprano
myspace.com/entrerios

estréia: animal collective - my girls

a revolução dos nerds

Oh, my! Os nerds expulsaram o De Leve com a sua banda, Leme, do palco, em um show que eles estavam fazendo na Campus Party.

Detalhe: depois da confusão, o nerd foi "entrevistado" e falou que quebraria o De Leve se pegasse ele. Coitado!



Para quem ficou curioso para ver a música do "mexe o cu", hoje, o Leme toca na Neu, na Peligro.

Peligro – sexta-feira (23/01)
show: Banda Leme
DJ: Dago Donato
horário: 23h
preço: R$15
preço com nome na lista (listaneu@gmail.com até às 18h): R$10
Rua Dona Germaine Burchard, 421 - Água Branca

21 de janeiro de 2009

entrevista com a dupla do flight of the conchords

flight of the conchords
Não tinha idéia de que o primeiro álbum da incrível Flight of the Conchords, série (ou banda?) exibida pela HBO, ganhou até disco de platina nos EUA. Uau.

E mais: os shows da dupla estão lotados. Como eles dizem nessa entrevista aqui para o AV Club, não existem muitos programas que podem sair em turnê.

Mas o sucesso faz sentido. Stand-up e indie sempre andaram juntos nos EUA. É comum ver comediantes abrindo shows de rock ou apresentando espetáculos em clubs. O Flight of the Conchords somente quebrou os intervalos entre as duas coisas. Ao invés de intercalados, humor e música misturam-se naturalmente, como um sitcom musical lo-fi.

Lembro-me de como o estranhamento pela primeira inserção musical no primeiro episódio que vi na TV durou 10 segundos. Ajudou que a música era a ótima Business Time, uma sensual pormenorização do sexo mais ordinário que se pode imaginar. Sintam a safadeza do funk:



Making love...
Making love for...
Making love for two...
Making love for two... minutes


Vamos ver se a HBO daqui exibirá a segunda temporada do programa, que está passando agora nos EUA. Por ora, qual é a nossa melhor alternativa? Os musicais do Zorra Total? Brothers from Brazil?

20 de janeiro de 2009

como foram as minhas férias, em 100 ou menos palavras

paraty
Esqueci de avisar. As férias foram reais. O Dominódromo desconectou-se e foi para Paraty. Foi legal.

Para não fugir do assunto, queria mencionar uma experiência musical que tivemos.

Vimos muitos shows de banquinho e violão. Não dava para comer em paz. Os músicos eram qualificados, mas o repertório era repetido recorrentemente. Depois da quarta audição, queria que a tal garota de Ipanema nunca tivesse existido.

Ok, isso foi ingratidão. Não é sempre que você consegue achar uma praia sem axé.

Voltando ao ponto principal: o destaque musical da viagem foi o mash-up que um dos tios do violão fez. Aposto que foi espontâneo, um lampejo de criatividade. Cantem juntos:

Passar uma tarde em Paraty
Ao sol que arde em Paraty
Ouvindo o mar de Paraty
Falar de amor em Paraty

mp3 do dia - a weather

a weather
Amo Portland e não a conheço. Amo, porém, a ideia que tenho dela. Sintética e orgânica, civilização e floresta, casas de madeira e pistas de skate, frio indescritível e pessoas que fazem sentido. A rotina seria tão mais que rotina: caminhadas noturnas para casa, rosas colhidas, fogueiras sobre o barro, dieta de fanzines, stickers, guitarras toscas e cordas gentis. Portland é a minha Paris.

Da ambiências celestes da moça que mais ouvi em 2008, Grouper, aos jogos de métrica e palavras dos rapazes que mais ouvi na adolescência, Pavement, há algo na música de lá que faz sentido para mim, um vínculo para o qual não espero compreensão alheia. O contexto imaginário que originou tudo isso é a Portland onde busco morar, todo dia. O blog é o meu zine; os fones de ouvidos, as caixas de som no quintal, amplificando o chiado da vitrola surrada; os livros e textos, conversas profundas sobre todos os assuntos. Tento não esquecer disto.

Spider, Snakes simplesmente bateu. Foi o soco no estômago mais delicado que já existiu. Os poucos elementos significaram tudo, no ato. Poucas notas, chiados, um sutil órgão ciceroneando as vozes,  dedilhados simples e bonitos de guitarra pontuando o refrão. E ainda há isto aqui:

Do you read when you go to bed?
Do you lie there shaking instead?
Cause it works both ways with the rain
leaving the words unread
and I want to have you again
listening to Bedhead


Mencionar o Bedhead na cama, algo que fiz tantas vezes, já nem era necessário. E descobrir que o A Weather é de Portland, apenas depois dessa impressão contundente, trouxe uma estranha satisfação. Não é sempre que as coisas fazem sentido assim. A cidade imaginária ficou ainda mais absoluta.


[MP3: a weather - spiders, snakes]
do álbum cove (2008)

mais um mico para a kate perry



A Kate Perry não dá sorte em premiações. Depois do incidente no MTV Latin American Awards (vídeo abaixo), ela pagou o maior mico no NRJ Awards, que rolou no último sábado, dia 17/01, em Cannes.

Ela foi anunciada como a vencedora do prêmio de Melhor Música Internacional, por I Kissed a Girl, e então subiu ao palco e pegou a estatueta. Até aí, tudo bem.

Um pouco antes do final da premiação, porém, o apresentador pediu desculpas a todos e disse que tinha havido um engano na contagem dos votos: a ganhadora do prêmio da Perry, na verdade, era a Rihanna, por sua música Disturbia.

Sacanagem, né?

Quanto ao vídeo do bolo, eu sei que ele já está meio véio, mas eu não canso de ver. É uma das coisas mais engraçadas que eu já vi acontecer na televisão.

19 de janeiro de 2009

fleet foxes no saturday night live

bizarrê - marli

Não entendo esse monte de gente ouvindo Elliott Smith para ficar deprimido. A Marli é brazuca e me deixa muito mais triste.



Se os meus verso te guiaram,
pela ondas dessa vida
Rapaz, eu nunca fui
uma garotra tropicalista.


jemina pearl do be your own pet mostra música nova

A Jemina Pearl, ex-vocalista do Be Your Own Pet, mostrou uma música nova do seu projeto solo, em um show em Nova York, no último sábado, 17/01.

A faixa se chama So Sick!

mp3 do dia - the war on drugs

the war on drugs
Ok, já vou tirar isso da frente: The War on Drugs lembra Bob Dylan. Lembra, mas não parece. Lembra como o Walkmen lembra Bob Dylan.

Wagonwheel Blues (2008) possui as reflexões do homem comum, as esquinas tortas na dicção de cada palavra cantada/falada, e a estranha capacidade de sintetizar, em poucos minutos, o âmago dos Estados Unidos - você nunca o confundiria com o álbum de uma banda inglesa, certamente. O War on Drugs, porém, reinventa a estética do folk para o tempo presente, com uma proposta sonora radicalmente distinta.

Adam Granduciel e Kurt Vile distanciam-se da esperada aridez instrumental. O banquinho logo é chutado; em seu lugar, uma pilha de amplificadores é ligada. As palavras, sempre tão precisas enquanto atalhos para uma imagem mental, não bastam: a história a ser contada aqui é maior, e clama por texturas. A vastidão do interior americano não evoca silêncio, mas devaneios psicodélicos. Cada camada sonora dos magníficos 10 minutos de Show Me The Coast representa um vizinho, uma lenda, uma angústia, um orgulho, uma esperança. Há profundidade no jeito caipira de ser.


[MP3: the war on drugs - show me the coast]
do álbum wagonwheel blues (2008)

Enquanto isso, a pegajosa Taking the Farm encharca as raízes do rock americano com um barril de fuzz. Copiar suas influências descaradamente = ruim. Expandi-las para algo novo, só seu = bom.


[MP3: the war on drugs - taking the farm]
do álbum wagonwheel blues (2008)

o joaquin phoenix tá louco?



Já faz um tempinho que todo mundo anda dizendo que o Joaquin Phoenix perdeu as estribeiras, mas acho que agora não há mais dúvidas quanto a isso.

Primeiro, ele começou a aparecer com esse visu aí de cima. Depois, declarou que largaria sua premiada carreira de ator para se dedicar ao rap (?!?).

Pois bem... Promessa é dívida, e o senhor Joaquin finalmente fez sua estreia musical oficial, nos palcos do Lavo, em Las Vegas. O resultado foi esse aí:



Ah! Ainda aconteceu isso aqui:

fluxus #1 - a sudden manhattan of the night

O Dominódromo tem uma nova seção, Fluxus. Nela, constarão explorações sônicas, novas formas de pensamento e as intersecções da música com outras disciplinas artísticas. As palavras são de Rodrigo Maceira.

max richter

Você não precisa ter viajado muito. São Paulo, Tubarão ou Salvador. É ali que você mora. Então, com dois ou três quarteirões, diante do prédio, o seu, quantas vezes me deixaram aqui, vê o postal definitivo - aquele que não serve para coleção nem arranja a vontade de mandar notícia. Fica guardado, num envelope macio, como a última prova da existência de um lugar no mundo que é só seu.

Max Richter fez isso no ano passado. Com 24 postais diferentes. E vinhetas extraordinárias, entre piano, cordas, efeitos e distorção. No http://www.24postcards.co.uk/, estão os pedaços de mundo do maestro, acompanhados da magnífica homenagem que prestou para cada um.

16 de janeiro de 2009

mp3 do dia - burning hearts

burning hearts
Finlandeses gostam de duas coisas: sexo e vodka. Relato de alguém que viajou para lá. O tédio trazido pela neve leva as pessoas a isso.

Sobre o sexo, não tenho certeza, mas parece que eles realmente gostam de uma vodka. Lembro-me de uma notícia sobre como a família do Mika Hakkinnen fez uma intervenção para o então piloto da Fórmula-1 parar de beber. A McLaren, sua equipe, ajudou na empreitada. Temiam sua morte. Sem brincadeira.

Engana-se aquele tentado pela idéia de um país regido por sexo e vodka. Sem freios morais/sociais, ambos acabam destituídos de qualquer carga emocional. Não há expectativas para o primeiro gole ou o mistério guardado por um sutiã. Eles simplesmente estão lá, o tempo todo, banalizados. O prazer acaba surgindo de outros lugares. Como a música.

A ironia está em como, em meio a essa semi-sordidez, álcool e sexo, e justamente devido a ela, surgem bandas como os Burning Hearts. Um multi-instrumentista e uma cantora, forjando canções de Labrador Records e sintetizadores. É o romance que falta no cotidiano, condensado em pop indiscutível.


[MP3: burning hearts - a peasant's dream]
do álbum aboa sleeping (2009)

15 de janeiro de 2009

mp3 do dia - telepathe

telepathe

Gosto do Telepathe. Bastante. E estava ansioso pelo disco novo das moças. Tenho até um MP3 do Dia anterior para mostrar.

Bem, vazou o trabalho, finalmente. Seu nome é Dance Mother (2009). O Dave Sitek, do TV on the Radio, foi o produtor. Pelo que entendi, elas não jogaram as gravações fora, ao contrário desses sujeitos aqui. Fizeram bem. O homem entende de atmosferas e texturas sintetizadas. E é isso, junto a uma constante curiosidade percussiva, que faz o Telepathe soar tão distinto. E bom.

Colocaria uma faixa inédita, mas fui tão arrebatado pela nova versão de Can't Stand It, música que já tinha saído em um EP, que mudei de ideia. Recomendo fones de ouvido.


[MP3: telepathe - can't stand it]
do álbum dance mother (2009)

Ah, que diabos, vai uma inédita junto também. Vocês vão baixar (ou já baixaram) o disco de qualquer jeito, peraltinhas. Feliz Ano Novo.


[MP3: telepathe - so fine]

braços torcidos

Como vocês podem ver na barra lateral, temos um twitter. Para nos adicionar, basta clicar no título.

Também adicionei o widget de seguidores. Nem sei direito para o que serve isso, mas convido-os a dar o ar de suas respectivas graças por lá.

"Ano novo, experimentos novos": essa foi a resolução do Dominódromo para 2009. E posts mais constantes também. E menos cinismo. E menos Pitchfork.

i remember courtney love when she was a dude

O cabelo sujo, os dentes sujos, as roupas sujas, os banheiros sujos... Ah, os dias do grunge eram gloriosos, de fato.



O sujeito chama-se Eugene Mirman. Ele é comediante, tem dois discos de stand-up, um deles lançado pela Sub Pop, já abriu shows de gente como Modest Mouse e Yo La Tengo, e atua no sensacional Flight of the Conchords. Nada mal, Eugene, nada mal.

14 de janeiro de 2009

estreia: beirut - la llorona

bizarrê - microsoft songsmith

Com o Microsoft Songsmith, você pode usar o seu computador para criar músicas que dão vontade de enfiar um lápis no próprio ouvido. Obrigado, Microsoft!

E sim, esse vídeo é de verdade.



Microsoft, huh? So it's pretty easy to use...

13 de janeiro de 2009

estamos de volta!




O Dominódromo passou por um pequeno hiato -isso parece papo de banda, como um amigo nosso disse-, mas aos poucos estamos retomando o blog e preparando muitas novidades.

Muito obrigada às pessoas que não nos deixam desistir de fazer o que gostamos.

2009 promete!

ouça o novo disco do fever ray (karin dreijer andersson)



O primeiro disco do Fever Ray, projeto paralelo da Karin Dreijer Andersson, do The Knife, só sai no dia 18 de março, mas já está disponível para download no site Klicktrack, por 12 dólares (meio carinho para um disco virtual, não?).

Quem não quiser baixar o álbum e preferir esperar ele ser lançado no formato "físico", já pode pelo menos escutar as faixas, já que o disco também está disponível para streaming.

Ah! Só para constar: essa foto aí em cima é da capa do disco, que também se chama Fever Ray.