31 de agosto de 2009

Bizarrê - Vanusa esculhamba o Hino Nacional e culpa remédios pelo mico.



Vocês viram a performance bizarra da Vanusa cantando o Hino Nacional, certo? Para ser bondoso, dá para se dizer que houve "improvisos", tanto na melodia, quanto na letra do hino. Ainda assim, Vanusa seguiu a cantar sua versão tão própria por minutos e minutos, mesmo depois de duas deixas para parar de fazê-lo. Coitada.


A apresentação aconteceu em março, na Assembleia Legislativa de São Paulo, mas, como em muitos outros casos, só recentemente que o vídeo tornou-se fenômeno na internet.

Segundo notícia no G1, que ouviu a cantora e um grupo de médicos, a confusão pode ter sido causada por sua labirintite e um efeito colateral de seu remédio. Tá bom. Conheço uma pessoa que assina embaixo da sua justificativa, Vanusa (É você mesmo!)

veja teaser do clipe novo do black drawing chalks

Os goianos do Black Drawing Chalks, que além de ter feito um show matador aqui em São Paulo, no final de semana retrasado, no CB Bar, está concorrendo aos prêmios Aposta MTV e Rock Alternativo, no VMB, soltaram na internet um teaser do seu novo clipe, My Favorite Way.

O vídeo é todo feito em animação, e foi produzido em parceria entre o Nitrocorpz e o Bicicleta Sem Freio.

mais um teaser do disco novo do jumbo elektro

Há uma semana a gente publicou aqui um teaser do disco novo do Jumbo Elektro, Terrorist!?, que sai no dia 11 de setembro

Pois bem, hoje saiu mais um videozinho mostrando qual é o clima do álbum. Olha aí:

clipe novo do lucy and the popsonics: garota rock inglês

27 de agosto de 2009

clipe novo do chairlift: ceiling wax

Esse clipe do Chairlift foi feito no mesmo esquema do Sarney, tudo em família (háhá).

Ele foi dirigido pela Caroline Polachek, vocalista da banda, e a dançarina que aparece no vídeo é irmã do Aaron Pfenning, o cara que canta, toca guitarra e faz mais um monte de barulhos no Chairlift. AH! E sem esquecer que os sacos rastejantes são a própria banda.

hoje tem mais uma edição da popista!, no vegas

Hoje (27/08) tem mais uma edição da POPISTA!, a nossa festa no Vegas. Quem já foi aprovou, quem ainda não foi, não pode perder.

Para colocar o seu nome na lista, é só clicar no flyer da festa, aí do lado esquerdo do blog. Fazendo isso, os 20 reais de entrada viram 20 de consumação. Se você ainda acha essa mamata pouco, dá um pulo lá no nosso tumblr (http://popista.tumblr.com), peça uma música para a gente tocar hoje, e concorra a um par de VIPs para a POPISTA!

POPISTA! - future pop, modern pop
27/08 - quinta-feira
DJs:
Carlos Farinha (Bizarre, Resfest)
Karen Kopitar + Fernando Araújo (dominodromo.com.br)
DJs convidados:
Lua de Mel em Diadema (Felipe Gutierrez e Laura Daviña)
Vegas - Rua Augusta, 765 / 23h30
Entrada: R$20 OU R$20 de consumação (lista no http://popista.tumblr.com)

matt and kim live @ jimmy kimmel

made in paraguay #20: shadow of a doubt (sonic youth) por frida hyvönen & jenny wilson

Frida Hyvönen e Jenny Wilson tocando Shadow Of A Doubt, do Sonic Youth.

24 de agosto de 2009

veja teaser do disco novo do jumbo elektro, terrorist!?

O próximo disco do Jumbo Elektro, Terrorist!?, sai no dia 11/09. Quer saber como vai ser? Olha aí:

made in paraguay #19: be my baby (the ronettes) por dum dum girls

Dum Dum Girls tocando Be My Baby, das Ronettes.

clipe novo do high places: late bloomer

MP3 do dia - Pictureplane


Tenho certeza de que o Pictureplane, codinome de Travis Egedy, quer passar uma imagem sombria para seu público. Seu disco chama-se Dark Rift, contém faixas com nomes como Trance Doll, Goth Star e True Ruin, e é recheado de timbres sinistros, notas graves, vocais indecifráveis e referências a bruxaria.

O problema do Pictureplane é que ele está enganando ninguém.

Quem cria algo tão ridiculamente dançante como Gang Signs não pode ser miserável desse jeito. Mesmo com o doloroso desafino da voz, a impetuosidade da batida não consegue ser refreada. A partir da marca do um minuto, quando ela vem mais e mais ao primeiro plano, o corpo borbulha em felicidade, esparramando-se, espasmo a espasmo, por onde puder. Seu som é, (in)felizmente, divertido pacas, Travis.

Argumento de texto à parte, imagino que o sujeito sempre almejou esta contradição: diversão dentro de um ideário macabro. Aposto que a farsa da música dançante para góticos também nunca o convenceu.

Dançar é coisa de gente feliz. Remexer-se todo em harmonia com uma música - às vezes até fazendo coro junto à voz (grave) do seu artista favorito! - tem nada de deprimente. Dançar com a parede, mas ao lado de um monte de outras pessoas fazendo a mesma coisa, tem nada de solitário.

Nunca sair de casa, por preferir ficar embaixo da coberta, ouvindo Elliot Smith até o disco furar e tomando vodka morna no gargalo: isto é deprimente. O resto é fantasia, romantismo, pantomima feita para se acreditar na própria profundidade pessoal. No final das contas, goths just wanna have fun.


[MP3: pictureplane - gang signs]do álbum dark rift (2009)

FICHA
Nome: Pictureplane (Travis Egedy)
Onde: Denver, EUA
Myspace: myspace.com/pictureplane

21 de agosto de 2009

clipe novo do dan deacon: paddling ghost

Que coisa mais fofa esse clipe do Dan Deacon. O vídeo mostra a jornada de um fantasminha caolho, através de fantoches, bichinhos de pelúcia e cenários incríveis. Tem até um bonequinho do próprio Dan.

Uma graça!

20 de agosto de 2009

clipe novo do the walkmen: on the water

MP3 do dia - Generationals

Alguém seria capaz de falar mal de These Habits, dos Generationals? O disco de estreia da dupla americana, Con Law, derrapa aqui e ali, mas These Habits é absoluta. É pop recém-apresentado, mas que parece velho conhecido logo na primeira audição. Não por ser derivativo, se bem que a música é um tanto, mas pelo sentido imediato que faz.

Está tudo lá: a introdução crescente, com um tema simples e que te acompanha por toda a música; a batida fácil, dançante; os metais que adornam na medida certa; o final que mostra a possibilidade de ir adiante e adiante, só para a música ser encerrada, fade out, e deixar gostinho de repeat. Bem legal.


[MP3: generationals - these habits]
do álbum con law (2009)

FICHA
Nome: Generationals
Onde: New Orleans, EUA
Myspace: myspace.com/generationals

18 de agosto de 2009

clipe novo do yo la tengo: nothing to hide

O quarto clipe, da série de cinco que o Yo La Tengo vai lançar, mostra a banda fazendo um showzinho bem intimista na Lost Weekend Records, que fica em Columbus, Ohio.

O twist da coisa toda é que o Yo La Tengo chamou alguns amigos deles, nada menos do que o pessoal do Times New Viking, para interpretá-los no vídeo.

não é carne nem peixe #21 - entrevista com the big pink

Entrevista com Milo Cordell, do The Big Pink, por Felipe Gutierrez.

Na sua opinião, quanto é velho suficiente para amar?

(Essa pergunta ele não respondeu)

Eu vi na sua página do MySpace que vocês colocaram uma foto da (videoperformance) “I’m Too Sad To Tell You”. Por que vocês colocaram lá?

Porque expressa uma emoção que eu sinto às vezes.

Vocês eram um par com caras de fofos, temperamento de dia ensolarado, membros do coral de Gloucestershire rural que gostavam de uma relação incrivelmente segura com os seus pais, como o Rob Fitzpatrick (crítico do Guardian) disse?

Não. Eu sou de Londres, não sei cantar e odeio meus pais.

MP3 do dia - JJ


JJ - não sei se é um homem, uma mulher, uma dupla ou um grupo - sonha com um verão de areia branca, mar azul e gaivotas. Tem uma ideia romântica da costa, distante do frio da sua Suécia. Daí o violão mediterrâneo, as marimbas e as melodias fáceis que fazem do seu disco, No 2, um exemplar fino de música pop.

É óbvio que JJ não sabe o tipo de perrengue que se passa aqui para baixo, nas nossas praias de areia escaldante, bichos geográficos e dejetos mil.

Deixa eu simplificar isso para você, JJ: insolação, de poesia, tem nada. A menos que você esteja vendo cores e luzes em meio a delírios febris. Se o Ícaro morasse no Brasil, abraçar o Sol jamais passaria por sua cabeça, certo?

My Hopes And Dreams é a música que deveria tocar nos alto-falantes dos quiosques ou carros na orla. Tem a levada das ondas, sopra como brisa nos ouvidos. Deveria. Entretanto, sobra o Créu para nós, ensurdecedor. Pois quanto pior a música, mais alta ela será tocada, claro.

Se ao menos os tubarões dessem o Créu para quem gosta do Créu. Taí a minha esperança, o meu sonho, JJ. Isso e as suas músicas sendo tocadas nas barracas de caipirinhas, deixando o calor um pouco mais suportável.


[MP3: jj - my hopes and dreams]
do álbum no 2 (2009)

FICHA
Nome: JJ
Onde: Suécia?!?
Myspace: Sincerely Yours

14 de agosto de 2009

patrick wolf ataca mulher durante show na alemanha

Hoje parece ser o dia dos posts sobre ataques em shows. Desta vez, a encrenca aconteceu durante uma apresentação do Patrick Wolf. A diferença é que, ao contrário dos Friendly Fires, o rapaz se mostrou um verdadeiro babaca.

Durante um show na Alemanha, Wolf deu um piti com uma mulher na lateral do palco, porque ela, supostamente, desligou o seu PA. Ele nem sabia direito se tinha sido a fulana, mas já soltou um monte de xingamentos, e como se isso não fosse o suficiente, começou a atirar coisas na coitada. Teve até cusparada!

What a bitch! E eu não estou falando da mulher!

made in paraguay #18: smells like teen spirit (nirvana) por tori amos

Tori Amos fazendo uma versão piano e voz de Smells Like Teen Spirit, do Nirvana.

clipe novo do antony and the johnsons: crazy in love (cover da beyonce)

Eu achei que não fosse possível, mas o Antony and The Johnsons conseguiu deixar chata e parada até uma música da Beyonce.

Groupie bêbada e assanhada é enxotada do palco pelos Friendly Fires. Veja o vídeo!

Se você vai no show do Friendly Fires no Rio de Janeiro ou em São Paulo, tome muito cuidado para não se empolgar demais.

No show que os caras fizeram ontem (13/08), em Nova York, uma garota bebaça subiu no palco, e não queria descer por nada. Depois do vocalista Ed Mac ter tentado empurrá-la, até que gentilmente, para fora do palco, a tarefa acabou sobrando para um roadie, que pegou a moça descontrolada no colo e a jogou para a galera.

13 de agosto de 2009

MP3 do dia - Azeda Booth


Aphex Twin com shoegaze? É isso que Ran traz à minha mente. Seu pulso assimétrico, de batidas quase escapando da espinha da música, intriga. Evoca futuro, fantasia, realidade distorcida. As melodias são fractais; fragmentos esparramados, desordenados, aderindo a qualquer superfície que encontrarem.

Descrita assim, a música soa fria, impetuosa. Mas ela é bonita pacas. Há uma gentileza na maneira em que todos os elementos acabam por achar o próprio espaço, no mesmo nível. Todos deferem a todos. Até os vocais, sussurros femininos de um homem, contentam-se em adornar. Há uma candura humana dando ordens aos processadores aqui. E o caos vira ordem, afinal.


[MP3: azeda booth - ran]

do álbum in flesh tones (2008)

In Red é mais convencional. Versos, cama de sons, crescendos, clima absurdo. Ainda que esteja em segundo lugar aqui, é, provavelmente, o melhor ponto de partida para o Azeda Booth.


[MP3: azeda booth - in red]

do álbum in flesh tones (2008)

Ainda por aqui? Então tenho um presente por sua obstinação: o trabalho mais recente deles, o EP Tubtrek, está disponível para download gratuito aqui, ó. Isso que é candura humana.

FICHA
Nome: Azeda Booth
Onde: Calgary, Canadá
Site: myspace.com/azedabooth

ouça música inédita do radiohead

Entre ontem à noite e hoje de manhã, apareceu na internet a música These Are My Twisted Words, como sendo uma faixa inédita do Radiohead.

O primeiro lugar a divulgar a novidade foi o site do fã clube da banda, At Ease, e como recentemente o Radiohead declarou que não lançaria discos no formato convencional por um bom tempo, tudo leva a crer que a bela música é realmente dos caras.

12 de agosto de 2009

bat for lashes live @ jimmy fallon

Sleep Alone conseguiu ficar melhor ainda ao vivo.

dominódromo indica: invasão recifense na livraria da esquina

Logo mais, a partir das 21h, as meninas da Alavanca chegam à Livraria da Esquina com mais uma edição do projeto Invasão.

Dessa vez, a região representada é o Recife, e para mostrar o que lá tem tem bom, a festa recebe os shows de Lulina, Nuda e Zeca Viana, e a discotecagem fica por conta de Dani Arraes.

Serviço:

Invasão Recifense @ Livraria da Esquina
Shows: Zeca Viana, Nuda e Lulina
Discotecagem: Dani Arrais
Rua do Bosque, 1.254, Barra Funda – São Paulo
Entrada: R$ 10,00

11 de agosto de 2009

MP3 do dia - Wavves


Wavves é massa. Ele publicou uma música nova no seu blog, para variar. Parece que o Zach Hill, do Hella, está na bateria. Percebe-se. Ele também é massa.

Cool Jumper é bem mais elaborada do que o material passado do rapaz; tempo quebrado, uma pilha de sintetizadores e mais clareza no som do que o usual. Dá para ouvir uma pitada do, prestem atenção, progressivo sintetizado de gente como Oneida e Dan Deacon. Acho que a faixa vai cair como uma surpresa para os muitos que esperavam dele apenas um tipo (limitado) de som.

É isso aí, Nathan, mostra para eles que você é muito mais do que um punhado de guitarras toscas e tortas. Para mim, você precisa provar nada. Já estávamos bem desde o seu primeiro disco.

Quer um palpite para a causa da mudança no som? Bem, como eu tinha dito em outro MP3 do Dia do Wavves (passa lá para ler todo o dossiê), a guitarra precisou ficar encostada. O rapaz deve ter se entediado com a situação e foi se arriscar com colaborações e instrumentos tocados com uma mão só (sem maldade, gente).

Ah, a angústia juvenil!


[MP3: wavves - cool jumper]faixa não lançada (2009)

FICHA:
Nome: Wavves (Nathan Williams)
Onde: San Diego, EUA
Site: myspace.com/wavves

MP3 do dia - Volcano Choir


Já deixei claro aqui no blog que sou fanático pelo senhor Justin Vernon, vulgo Bon Iver. Esse MP3 do Dia aqui foi um dos textos mais imparciais da minha vida. Coisa de groupie mesmo.

Pois quando li que ele tinha formado uma nova banda, Volcano Choir, que abrangeria “David Sylvian e Steve Reich a Mahalia Jackson e Tom Waits”, fiquei eufórico. Bon Iver + Steve Reich?!? Sabia que o homem curtia uns experimentos (sem maldades), mas não nesse grau. E a mistura na minha cabeça ainda não fazia sentido. A curiosidade, claro, virou ansiedade.

Hoje, saciei a curiosidade. A mistura fez sentido. O primeiro single da banda, também composta por membros do Collections of Colonies of Bees, é o exato ponto médio entre as duas partes. A repetição e a sobreposição de camadas de Reich, aquecidas pela voz e o violão de Vernon. Técnica e sentimento, a um só tempo. Gênio, gênio, gênio.


[MP3: volcano choir - island, is]do disco unmap (2009)

FICHA
Nome: Volcano Choir
Local: EUA
Myspace: myspace.com/volcanochoir

clipe novo do yo la tengo: avalon or someone very similar

made in paraguay #17: killing an arab (the cure) por santigold

Mais uma combinação improvável aqui na Made In Paraguay: Santigold tocando Killing An Arab, do The Cure, no Lollapalooza, que rolou no último final de semana.

Eu não sou muito fã do Cure, mas essa música eu acho muuuito boa. É a minha preferida deles.

não é carne nem peixe #20 - entrevista com o thermals

Entrevista com Hutch Harris, do Thermals, por Felipe Gutierrez.

Como estão as coisas na Kill Rock Stars? É melhor pagar impostos em Seattle ou Portland?

O melhor é não pagar impostos! As coisas vão ótimas na Kill Rock Stars. Eles são muito rápidos e eficientes, e muito legais de se trabalhar. Portland sempre teve muitos selos pequenos e decentes, mas nunca um grande selo. Agora temos. Kill Rock Stars!

Vocês vão lançar We Sleep in a Holy Bed?

Obrigado por perguntar! Acho que não. Não num futuro próximo. É um disco muito bom! Ou pelo menos vai ser. Ainda precisa de um tanto de trabalho. Eu gostaria de ver ele lançado, eventualmente. Talvez depois que fizermos o próximo disco dos Thermals, e depois que eu fizer meu primeiro disco solo.

Vocês já dirigiram um Hummer?

Não, nem dirigimos e nem andamos num Hummer. Eu tomo isso como referência à nossa recusa em licenciar à Hummer a nossa canção "It's Trivia". Se vocês leitores não sabem, nós recusamos (pelo menos) 50 mil dólares. Nós somos tão radicais! Estamos esperando que a empresa chinesa que comprou a Hummer faça uma oferta ainda maior, mais amedrontadora e mais desperdiçadora. Daí estaremos totalmente dentro!

Seu últimos discos parecem ser mais pop dos que os anteriores. Vocês atingiram público maior ou isso não mudou?

Nós estamos sempre atingindo um público maior, porque a gente só melhora e melhora. Todos os nossos discos vendem mais do que o anterior, e cada disco é baixado ilegalmente mais do que o anterior. Go us! (acho que não precisa traduzir esse Go us!)

10 de agosto de 2009

MP3 do dia - Health


Atenção: hipérbole adiante. Avisados? Então lá vai.

HEALTH é o futuro do rock.

A constatação começa pelos ouvidos: a origem dos milhares de sons criados da banda de LA é nebulosa. O sintetizador pode ser guitarra que pode ser baixo que pode ser sintetizador. Apesar da aparente anarquia, há um meticuloso cuidado na elaboração dessas malhas de texturas sonoras. Tudo soa novo, fresco, fora das frequências às quais nossa audição está acostumada.

Aí, temos também a percussão. O HEALTH, apesar da aparente anarquia, é uma banda de cadência, de groove. Além do baterista, um animal por si só, eles também contam com um percussionista. Isso é o que eleva uma faixa como Crimewave, do primeiro disco, a algo tão impressionante. O poder da percussão é inegável. E raramente ele pode ser apreciado fora do contexto afro/odara/meu nêgo.

Get Color é o passo seguinte à atual obsessão por música de laptop. É a volta da música análogica depois do seu contágio pelo digital; dos instrumentos clássicos do rock, tocados, ainda que de forma completamente nova, emitindo sons antes exclusivos às geringonças eletrônicas. Este é um daqueles raros discos que realmente soam diferentes de tudo. Daí a dificuldade geral em engolir essa música excêntrica. Dores da vanguarda.

Se alguém abrisse um estabelecimento que fosse o futuro da discoteca, We Are Water seria Born Slippy. Pulso kraut, implacabilidade de pós-punk e lampejos de noise. E nós estaríamos na pista, suados, tentando achar, entre pés desorientados e relinchos de borracha, o futuro dos passinhos de dança.


[MP3: health - we are water]
do disco Get Color (2009)

FICHA
Nome: HEALTH
Local: Los Angeles, EUA
Myspace: myspace.com/healthmusic

julian plenti live @ jimmy fallon

Na última sexta-feira (07/08) o Paul Banks fez a sua primeira aparição na TV com o seu trabalho solo Julian Plenti, no programa do Jimmy Fallon. Olha aí:

clipe novo do girls: lust for life

7 de agosto de 2009

Como foi o show do cérebro eletrônico no MIS, em texto, fotos e vídeos de novas músicas!


Tudo aconteceu em um cenário de sonhos. Cérebros artesanais, nos mais diversos tamanhos e materiais, uma cidade de janelas que piscam (e um quarteirão sem luz, em nome da veracidade), amigos de longa data, histórias internas, riscos a cada número, projeções, boa música.

O show do Cérebro Eletrônico no MIS foi especial. O próprio Tatá Aeroplano disse que seria uma apresentação única, feita sob medida para a ocasião: o primeiro aniversário do novo MIS. Daí os agradecimentos sinceros a todos, a participação especial da amiga Tulipa Ruiz (que voz linda!) e um repertório de lados-B e músicas que não costumam chegar ao palco.

Ver a banda bem de perto, na calma de uma cadeira, impressiona. Como tocam bem! O baterista e o guitarrista, em especial, deram show; o primeiro, dando um pulso inesperado à mais arrastada das músicas; o segundo, criando paisagens de notas mil, líquidas ou distorcidas, que sofisticavam até os momentos de preguiça caetanesca (nhé).

Várias músicas novas, do futuro álbum Deus e o diabo no liquidificador, foram ensaiadas diante do público. Isso foi o que eles disseram, pois pareceram prontas. Para mim, duas dessas novidades foram os destaques do show: Realejo Em Dó, pela letra e os arroubos virtuosos na guitarra, e Decência, que é um single pronto, daqueles que funcionam no show, no rádio e na pista.

Fizemos um vídeo de outra faixa nova, Cama, que você pode ver abaixo. O resto da noite, você confere em vídeos aqui e fotos aqui.

Foi isso. A apresentação em edição única valeu a pena. Ficam aqui os parabéns ao Cérebro Eletrônico, ao MIS e ao Farinha, e os agradecimentos pela noite one-of-a-kind que tivemos.

MP3 do dia - Two Door Cinema Club


Something Good Can Work parece Phoenix com uma pitada de afrobeat. Melodia fácil, voz reconfortante, quase que na tradição do blue-eyed soul, batida curta (feita no notebook, cabe notar) e um marcante dedilhado, com a suavidade e a graça das guitarras africanas.

Se for para ser música pronta para rádio, que seja assim: dinâmica, dançante e com referências um pouco menos óbvias. Sem se esquecer, claro, de um refrão ridiculamente melódico e com um belo "yooooouuuuuu" para todos cantarmos juntos.

Com uma boa assessoria (eles já caíram nas graças da Kitsuné, que os incluiu em sua última coletânea) e um número não tão alto de decisões estúpidas, esse trio de moleques da Irlanda do Norte irá bem longe. Não dá para uma música ser mais redonda do que esta. Este é o som do estrelato, minha gente.


[MP3: two door cinema club - something good can work]
do single something good can work (2009)

FICHA
Nome: Two Door Cinema Club
Onde: Bangor, Irlanda do Norte
Site: myspace.com/twodoorcinemaclub

6 de agosto de 2009

clipe novo do julian plenti (paul banks): games for days

Games For Days é o primeiro clipe do Julian Plenti, projeto solo do Paul Banks, do Interpol.

O clipe mostra o Paul em dois papeis, um bonzinho e um mais dark. Enquanto o certinho está fora, o badboy apavora em um quarto de hotel, com a ajuda de ninguém menos do que a Emily Haines, vocalista do Metric.

Tá aí uma parceria que eu nunca tinha imaginado.

O disco do moçoilo Julian Plenti is... Skyscraper saiu no começo da semana, pela Matador Records.

dominódromo indica: cérebro eletrônico no mis

Hoje à noite, a partir das 21h, rola um show Superespecial do Cérebro Eletrônico, no MIS.

A apresentação está repleta de coisas legais. O show vai contar com projeções, cenários especiais e arte em edição limitada, além de músicas novas, lançamento de clipe novo, e participação da cantora Tulipa Ruiz.

Está imperdível!

Serviço

Cérebro Eletrônico Superespecial @ MIS

06/08 às 21h

Ingresso: R$ 5,00 - R$ 10,00

Endereço: Avenida Europa, 158, Jardim Europa

5 de agosto de 2009

MP3 do dia - The Drums


Como mostrou Best Friend, música sobre a morte de um melhor amigo, que tive o atrevimento de incluir na minha mixtape para o Dia do Amigo (mórbido, eu sei, mas vocês nem perceberam), os Drums são uma banda que sente falta do passado.

Submarine contém linhas de baixo incríveis, voz um tanto distante, sem o tom de urgência que a letra supostamente solicitaria, e influência descarada do clássico som da Factory Records. Tudo bem simples e enxuto. Sinta a nostalgia.


[MP3: the drums - submarine]
do ep the drums (2009)

Agora, se no EP deles, The Drums, predominam os anos 80, Let's Go Surfing volta três décadas. Assobios, guitarrinhas de surf music, harmonias vocais agudas e uma certa rebeldia ("I wanna go surfing / i don't care about nothing") que, nos anos 50, devia ser equivalente a fumar crack hoje em dia. Ouro pop do Brooklyn, pra variar.


[MP3: the drums - let's go surfing]
do ep the drums (2009)

FICHA
Nome: The Drums
Local: Nova York, EUA
Myspace: myspace.com/thedrumsforever

veja vídeo do no age, deerhunter e dan deacon tocando juntos na no deachunter tour

Na última sexta-feira (31/07) rolou o primeiro show da tão falada turnê conjunta do No Age, Dan Deacon e Deerhunter, que foi batizada de No Deachunter.

Hoje apareceu na internet um gostinho do que rolou por lá: um vídeo com as três bandas tocando juntas a faixa Cryptograms, do Deerhunter. Ficou incrível!

4 de agosto de 2009

clipe novo + made in paraguay da florence and the machine

Hoje eu li em diversos sites que, em alguns momentos, o clipe de Drumming Song lembra o vídeo de Single Ladies, da Beyonce. Pois bem, eu fui mais fundo e descobri que essa obsessão não é de agora.

Eu não apenas achei um cover que a Florence and The Machine fez de Halo, da Beyonce, no Radio1 Live Lounge, como também achei outro vídeo da Florence dançando a dita música da popozuda, em um momento de descontração, em casa, ou em um quarto de hotel, ou algo do tipo.

clipe novo do jay reatard: it ain't gonna save me

É isso que acontece quando você chama o Jay Reatard para ser mágico na festa do seu filho.

clipe novo do yo la tengo: periodically double or triple

Esse é o segundo de uma série de cinco clipes que o Yo La Tengo vai lançar até o seu próximo disco, Popular Songs, chegar às lojas, no dia oito de setembro.

Eu gostei mais desse.

clipe novo do modest mouse: king rat

3 de agosto de 2009

MP3 do dia - The Twilight Sad


Melancolia e desolação; a arte sempre foi mais adequada para evocar esses sentimentos. A alegria ou euforia são tratadas como objetos de obras menores. A beleza real, superior, está na representação daquilo que sentimos com muito mais intensidade: a tristeza. Saber da existência de outras pessoas que se sentem dessa mesma forma, e ainda são capazes de encapsular o indescritível em notas, cores ou palavras, é alento, tem muito mais serventia do que demonstrações de felicidade de terceiros.

Os escoceses do Twilight Sad são deveras melancólicos. Percebe-se na escolha das notas, no sufocante reverb das guitarras, no sotaque acentuado de James Graham. As letras são sentidas, emocionais mesmo. Seriam até piegas, não fosse a sinceridade. São contos de tristeza e desconsolo de pessoas ordinárias, sobre as quais conseguimos colocar nossos próprios rostos.

Esses relatos microcósmicos, porém, tomam outra dimensão quando sobrepostos aos arranjos grandiosos e cinemáticos da banda; a música de fundo é post-rock, ao invés do costumeiro folk. Esse é o paradoxo aqui: o pequeno e o grande, o intimista e o expansivo. E a catarse da ficção não tarda em tornar-se real para quem está sobre e à frente do palco.

Se Fourteen Autumns & Fifteen Winters, disco de estreia da banda, era paciente, queimava lentamente, as amostras de Forget The Night Ahead, o novo trabalho, apontam para uma sonoridade mais rock e imediata.

Em I Became A Prostitute, ao invés das longas passagens instrumentais e narrativas quase que faladas, os versos têm mais melodia, a forma é mais enxuta e, sobretudo, há um lindíssimo refrão, irrepreensível. Ainda assim, o grande propósito em ouvir o Twilight Sad, para a nossa tristeza e consequente satisfação, permanece: a elevação de espírito no reconhecimento da própria miséria nos outros. E as guitarras, claro.


[MP3: the twilight sad - i became a prostitute]do disco Forget The Night Ahead (2009)



FICHA
Nome: The Twilight Sad
Local: Edinburgo, Escócia
Myspace: myspace.com/thetwilightsad

clipe novo do the gossip: love long distance

Olha, eu achei esse clipe bem fofo.

veja como foi o guifest

Na última sexta (31/07), rolou mais uma edição do Guifest, na União Fraterna. Nós estivemos lá, discotecando e vendo os vários shows, claro. Fiz um resumo da noite rápido, porque acho que os vídeos e as fotos dizem mais do que qualquer coisa. Algumas considerações:

Objeto Amarelo

Infelizmente não temos nenhum registro da passagem do Carlos Issa pelo Guifest. Assim como o vento ele subiu no palco e se foi. Não fomos rápidos o suficiente para pegá-lo. O momento ficará registrado apenas em nossos pensamentos.

Projeto Manada

Realmente não tem jeito melhor de descrever o som do Manada do que "hip hop good vibe", como a própria organização do evento descreveu. Os caras colocaram todo mundo para dançar.

Holger

Sem palavras. Os caras mandam muito bem. Foi a primeira vez que vimos um show elétrico deles na íntegra. As novas músicas são ótimas e a banda está muito afiada. Destaque para a participação do Oga do Projeto Manada em uma das músicas.

Turbo Trio

Já quase no final da noite, o Turbo Trio entrou no palco quebrando tudo, e manteve a animação do público que esperou para vê-los. O B Negão tem uma mega presença de palco, sabe o que faz.

A gente também queria agradecer pelo convite para tocar no Guifest. Foi muito legal mesmo.

Quem quiser ver as fotos que a gente fez por lá, é só entrar no nosso Flickr aqui. Para quem quiser embedar os vídeos eles também estão aqui.

clipe novo do bat for lashes: sleep alone

não é carne nem peixe #19 - entrevista com o delorean

Entrevista com Ekhi, do Delorean, por Felipe Gutierrez.

Por que vocês nomearam o EP “Ayrton Senna”? Delorean também é o nome de um carro, não é?

Não tem nada a ver com o nome Delorean. É só que a gente gosta de F1, e o Ayrton Senna é mais ou menos uma referência. O Igor uma vez veio do estúdio e nos falou que o Ayrton Senna disse: “se tudo está sob controle e alguma coisa não está bem, isso significa que você não está dando tudo de si”. E nós pensamos “é isso”.

Ayrton Senna parece ser mais eletrônico do que o material anterior. É uma mudança intencional?

É mais eletrônico, num certo sentido porque produzimos num computador. Soa mais eclético, no entanto, é mais pop, e mais rico em termos de ritmos e arranjos. Nós éramos mais techno antes.

Como é a vida em Barcelona?

A vida é boa. Era mais divertida, no entanto. Agora a diversão se foi e nós só trabalhamos com música com nossos amigos e com quem aprendemos juntos, fazemos nossas próprias festas como a Desparrame e tal... Tem uma comunidade legal agora com gente como John Talabot, Sidechains, Hivern Discs, The Requesters, Dj K**O, Extraperlo, El Guincho, Plat du Jour, Discoteca Oceano...É definitivamente legal.