2 de março de 2010

Vênus de Milo com dois braços #16: Bandas e empresas unidas

Por Bruno Scartozzoni.

Poderia ilustrar esse post com a nova propaganda da NET, protagonizada pela Claudia Leitte, mas achei melhor fazê-lo com esse belíssimo filme da Skoda, montadora de automóveis tcheca que convidou o músico experimental Petr Spatina para fazer uma composição com algumas centenas de taças de cristal cheias de...água!

Não é a primeira e nem será a última vez que artistas do mundo da música são convidados por empresas a participarem de campanhas. Na verdade isso é mais velho que andar pra frente. A diferença é que, em uma realidade onde vender música para o público é cada vez mais incerto, é possível que artistas comecem a ficar cada vez mais dependentes do marketing.

Esse é um post sobre traçar cenários. Abaixo vou dar alguns exemplos de coisas que podem acontecer no futuro. Se são coisas boas ou ruins eu não sei, aí cabe a você decidir:

- Bandas serão criadas por departamentos de marketing. Desde a escolha dos membros até o ritmo, passando por detalhes como figurino e cenário do palco, tudo deverá refletir a marca que a banda representa. Já que a banda se sustenta por meio da empresa, todo seu trabalho será disponibilizado de graça para as pessoas. O lado ruim é que, no fundo, cada álbum será uma grande propaganda subliminar (ou descarada mesmo). Mas se música e letras tiverem qualidade, porque não?

- Uma possibilidade menos apocalíptica do que essa seria as bandas abrirem espaço para patrocinarem seus trabalho. Cada novo álbum teria um novo patrocinador. A intervenção pode ir desde um logo na capa, uma faixa patrocinada cuja letra fale de um produto específico, ou tudo fazer parte de um conceito só.

- Já pensando no uso comercial de suas músicas, bandas eventualmente vão compor pensando nesse ou naquele produto, já com o intuito de bater na porta do marketing das empresas e oferecer os direitos daquela faixa específica para uma campanha. Será um tipo de "product placement" ativo, onde o artista toma a dianteira ao invés de esperar que a empresa o contrate. Nesse cenário imagino agentes se especializando nesse tipo de coisa.

Video via Update or Die.

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