Aí, tem o programa mais da noite, as bailarinas tirando a roupa, só o espectador, acerta a resposta, caramba! E cada intervalo toma muito tempo, a espera deixa o dedo rasgado, mordido, e as perguntas difíceis, cheio de ódio. Ai, se... Antes, poxa, jornal das 9, notícia um, notícia dois, o papagaio que joga bola, o deputado em greve de fome, caramba. Então, pensando no biquíni curto, na curva comprida, contando as horas, meu Deus, ai, ai, Deus, não, desculpe; justo Ele numa hora dessas. E a protagonista encontra o pai com a afilhada, o samba de roda na periferia, o emprego que remunera bem o segurança da fábrica de papel. No sofá azul celeste da sala, as almofadas cheias de flores, ponho no colo quando ela tira a parte de cima. Ufff. Caramba. Mas tem que esperar, quem sabe meu pai dorme mais cedo, vai, pai, vai. Aí, o intervalo da história chata, no tempo das "cenas do próximo capítulo", têm que ser a seguir.Ffffff. Volta e nada. Espero, caramba. Espero. A moça de 16 anos, filha da empregada da patroa de Copacabana, vende amendoim na praia, com roupa, sem graça. O padre acha o bilhete anônimo, a loira se despede do motorista, vou um pouco ao banheiro. Aquele cabelo cacheado dobra os ombros, cobrindo tudo, só mistério, enquanto, por baixo, outra bailarina tira tudo. Uhh. Tudo, tudo, caramba. E o melhor do próximo capítulo da novela adia um pouco, os últimos comerciais, finalmente a vinheta, a abertura, o suadouro, uma salada de frutas, tem cor para qualquer gosto. E, então, mamãe aparece na porta da sala, de pijama, sabe que horas são, Rubinho? É tarde, filho, hora de criança estar na cama. Merda.
Rodrigo Maceira
[MP3:Jóvenes Y Sexys - El Reloj]
myspace.com/jovenesysexys
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