24 de setembro de 2008
de onde veio isso? #8
O episódio é do ano passado, mas só descobri isso agora. Game of Pricks, do Guided by Voices, tocando com destaque no sitcom The IT Crowd.
Esse programa já tinha crédito indie por causa do Richard Ayoade, o Moss, que dirigiu clipes do Vampire Weekend e o novo DVD do Arctic Monkeys. Mas Game of Pricks, do Guided by Voices? Uau. De onde veio isso?
Esse programa já tinha crédito indie por causa do Richard Ayoade, o Moss, que dirigiu clipes do Vampire Weekend e o novo DVD do Arctic Monkeys. Mas Game of Pricks, do Guided by Voices? Uau. De onde veio isso?
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23 de setembro de 2008
mp3 do dia - shugo tokumaru
A música autoral é recorrente nos MP3s do Dia. Espontaneamente, minha atenção tem se encaminhado ao artista que é aquilo que canta e toca. Vocês conhecem o tipo: aquele cara que, por cada música ser tão sua, nem sequer deixa outras pessoas chegarem perto do estúdio. É ele quem toca todos os instrumentos. Aliás, se for tecnicamente possível, ele também faz o show sozinho. Aos seus olhos, os outros parecem impostores enquanto tocam suas composições, pois jamais compreenderão o que há por trás de cada minúscula pausa ou sílaba estendida.
O japonês Shugo Tokumaru é a própria música. Dá para conhecer o sujeito, sem jamais ter conversado com ele. É excêntrico, cheio de barulhinhos na cabeça, otimista incorrigível. Respira música, e nada além dela o deixaria feliz.
Prazer em conhecê-lo, Shugo.
[MP3: shugo tokumaru - parachute]
do disco EXIT (2008)
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22 de setembro de 2008
não é carne nem peixe #7 - vivian girls
Entrevista com Cassie Ramone, das Vivian Girls, por Felipe Gutierrez.
O primeiro disco de vocês saiu só em vinil que depois também ganhou uma versão em CD. Vocês gostam de mais, e por quê?
Vinil. Nós somos todas colecionadoras de discos. Na verdade, estou no processo de me livrar de todos os meus CDs. Discos são mais bonitos, mais bacanas e têm som melhor.
Vi as datas de shows na sua página do Myspace e vocês tem uns 50 shows até o fim do ano Você acha que vai cansar?
Provavelmente. Mas não ligamos. Amamos fazer turnês e é por isso que fazemos o tempo todo.
O NY Times disse que no fundo vocês são românticas. Vocês são, realmente?
Sim. Infelizmente.
Vocês têm projetos solos? Se sim, quais são eles?
Eu tenho uma banda chamada Peaced Out com meu amigo Ryan. Até agora é só um projeto para gravações - é um som stoner meio estranho cheio de kams com reverb. A (Kickball) Katy (baixista e vocalista) e a Ali (baterista) tinham uma outra banda chamada The Pot and The Kettle, que era de punk lo-fi bem pegajoso.
O primeiro disco de vocês saiu só em vinil que depois também ganhou uma versão em CD. Vocês gostam de mais, e por quê?
Vinil. Nós somos todas colecionadoras de discos. Na verdade, estou no processo de me livrar de todos os meus CDs. Discos são mais bonitos, mais bacanas e têm som melhor.
Vi as datas de shows na sua página do Myspace e vocês tem uns 50 shows até o fim do ano Você acha que vai cansar?
Provavelmente. Mas não ligamos. Amamos fazer turnês e é por isso que fazemos o tempo todo.
O NY Times disse que no fundo vocês são românticas. Vocês são, realmente?
Sim. Infelizmente.
Vocês têm projetos solos? Se sim, quais são eles?
Eu tenho uma banda chamada Peaced Out com meu amigo Ryan. Até agora é só um projeto para gravações - é um som stoner meio estranho cheio de kams com reverb. A (Kickball) Katy (baixista e vocalista) e a Ali (baterista) tinham uma outra banda chamada The Pot and The Kettle, que era de punk lo-fi bem pegajoso.
19 de setembro de 2008
fãs do nine inch nails não gostam de deixar barato
A Mondo cancelou o show do Nine Inch Nails aqui no São Paulo, de maneira confusa, com apenas 3 semanas de antecedência à sua realização, e deixou milhares de pessoas frustradas e com ingresso na mão. A história toda é muito esquisita e cheia de meias-verdades, e os fãs da banda não parecem dispostos a aceitar a situação passivamente.
Parte protesto, parte pedido para a realização do show, o blog we're in this together foi criado para juntar todos aqueles que foram prejudicados pelo cancelamento, por meio de um abaixo-assinado. Além disso, há uma explicação detalhada sobre as trapalhadas que levaram a situação a esse ponto. Não ficou feliz com o que aconteceu? Passa lá.
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17 de setembro de 2008
mp3 do dia - love is all
Alegria, velocidade, guitarras cortantes, os mesmos backing vocals graves e um grande refrão. Na primeira impressão, a espetacular Big Bangs, Black Holes, Meteorites, faixa de A Hundred Things Keep Me Up at Night, beira a Walk like an Egyptian. É o Love is All que tanto amo, só que mais bem-produzido. A familiaridade somente treme na marca dos 1:08. Vocês andaram escutando noise nas férias, Love is All? Circularam pelas más vizinhanças de Gotemburgo? É isso que os têm deixado acordados?
[MP3: love is all - big bangs, black holes, meteorites]
Do disco A Hundred Things Keep Me Up at Night (2008)
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esperamos que vocês tenham gostado!
um flash de ontem, por marco dimitri
A Rodrigo Maceira, maestro absoluto, Juan Stewart, Milocovik, Martin, Felipe, Lucas, Dagoberto, Cliff, Carlinhos, e tantos outros mais... E claro, a vocês, que vieram com sorrisos e cabeça aberta para essa primeira edição da ENTONCES... OBRIGADO!
Para nós, agora, ficam expectativas e boas memórias. Esperamos que para vocês também.
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16 de setembro de 2008
juan stewart: é hoje!
Finalmente chegou o dia! Juan Stewart (ARG) e Milocovik, no Na Mata, hoje, às 21h30. Veja o tanto de coisa boa que rolará por lá!
Enquanto não estiver tocando discos, o Dominódromo estará conversando e dando abraços. Apresente-se! E não se esqueça de colocar seu nome na lista (entonces@dominodromo.com.br).
Até lá!
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15 de setembro de 2008
mp3 do dia - empire of the sun
Até pensei em escrever um texto elaborado sobre os australianos do Empire of the Sun, mas nem perderei o tempo. Estamos em uma era na qual uma banda que mal teve um disco lançado já vira referência para outras. E o Empire of the Sun claramente aspira pelo título de MGMT de 2009. A similaridade talvez não seja intencional, mas, ah!, como é óbvia.
Walking on a Dream, a única música que lançaram, e as credenciais de seus membros (Pnau, The Sleepy Jackson), qualificam-nos para tal posto. É synth-pop pegajoso e afetado, pronto para ser consumido por milhões.
[MP3: empire of the sun - walking on a dream]
do single walking on a dream (2008)
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o show do juan stewart será amanhã, hein?
Dêem uma olhada no pôster que o incrível Lucas Biazon criou para amanhã!
Já falamos disso umas 20 vezes, mas tenho que insistir: amanhã, no Na Mata Café, rolará o show do Juan Stewart (ARG), músico, produtor e multi-instrumentista ferrado, compositor de várias trilhas sonoras do novo cinema argentino, e autor de 3 discos incríveis.
Além da apresentação do homem, rolarão vááárias outras coisas por lá, como:
- Show de abertura com o Milocovik;
- Projeções de um artista uruguaio, Felipe Ridao;
- Discotecagem dos No-DJs, residentes da Niceto (a balada mais legal de Buenos Aires);
- Venda de pôsteres e um monte de discos incríveis (inclusive o mais novo lançamento do SNPB);
- O primeiro aniversário do Dominódromo!
Tudo fará parte do projeto Entonces..., realizado pelo Dominódromo e os selos Si No Puedo Bailar No Es Mi Revolucion e Estamos Felices (ARG), que sempre trará música e arte cult e de vanguarda para São Paulo.
Para entrar na lista de desconto, envie os nomes para entonces@dominodromo.com.br
Juan Stewart @ Entonces... #1
Na Mata Café (R. da Mata, 70), às 19h30 (jantar) / 21h30 (show).
R$25 / R$20 na lista (entonces@dominodromo.com.br)
Já falamos disso umas 20 vezes, mas tenho que insistir: amanhã, no Na Mata Café, rolará o show do Juan Stewart (ARG), músico, produtor e multi-instrumentista ferrado, compositor de várias trilhas sonoras do novo cinema argentino, e autor de 3 discos incríveis.
Além da apresentação do homem, rolarão vááárias outras coisas por lá, como:
- Show de abertura com o Milocovik;
- Projeções de um artista uruguaio, Felipe Ridao;
- Discotecagem dos No-DJs, residentes da Niceto (a balada mais legal de Buenos Aires);
- Venda de pôsteres e um monte de discos incríveis (inclusive o mais novo lançamento do SNPB);
- O primeiro aniversário do Dominódromo!
Tudo fará parte do projeto Entonces..., realizado pelo Dominódromo e os selos Si No Puedo Bailar No Es Mi Revolucion e Estamos Felices (ARG), que sempre trará música e arte cult e de vanguarda para São Paulo.
Para entrar na lista de desconto, envie os nomes para entonces@dominodromo.com.br
Juan Stewart @ Entonces... #1
Na Mata Café (R. da Mata, 70), às 19h30 (jantar) / 21h30 (show).
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12 de setembro de 2008
mp3 do dia - jong pang
Apesar de frios, Dinamarca e Suécia são países de costa e tradição marítima. Falta apenas o calor. Às vezes, esqueço-me disso.
O Jong Pang é o dinamarquês Andres Redhin, responsável por quase todos os instrumentos, mais um punhado de pessoas aqui e acolá. O som é litorâneo, como o dos suecos do Air France, e também soaria adequado em um resort qualquer. Tá, o resort em questão seria afrescalhado, daqueles que aparecem na revista Wallpaper. Porque há bongôs, sim, mas sobre sintetizadores que lembram Ulrich Schnauss. Small Cut Sensations passa por batuque, transe e euro-pop, agradável, sem ser insossa. Até me faz querer ir para a praia e ficar mais do que 15 minutos.
[MP3: jong pang - small cut sensations]
do disco Bright White Light (2008)
bizarrê #1 - the penny magic show
Why do you think you're nuts?
Após encontrarmos e recebermos tantos vídeos musicais bizarros no YouTube, decidimos criar a seção BIZARRÊ, dedicada a essas pérolas da web. Na estréia, deixo-lhes The Shrink, do trio The Penny Magic Show.
Essa incendiária apresentaçào foi realizada em um programa de um canal comunitário de Santa Monica, California. Notem na desenvoltura da senhorinha da esquerda.
É isso que as pessoas chamam de outsider art?
Após encontrarmos e recebermos tantos vídeos musicais bizarros no YouTube, decidimos criar a seção BIZARRÊ, dedicada a essas pérolas da web. Na estréia, deixo-lhes The Shrink, do trio The Penny Magic Show.
Essa incendiária apresentaçào foi realizada em um programa de um canal comunitário de Santa Monica, California. Notem na desenvoltura da senhorinha da esquerda.
É isso que as pessoas chamam de outsider art?
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the penny magic show
uma homenagem para nagi noda
Nagi Noda, a visionária artista, designer e videomaker japonesa que fez esse SENSACIONAL videoclipe (e um monte de comerciais legais), morreu essa semana, por complicações durante uma cirurgia. Ela tinha apenas 35 anos.
Yuki - Sentimental Journey
Que triste...
Yuki - Sentimental Journey
Que triste...
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11 de setembro de 2008
mp3 do dia - deerhoof
Como daria para definir o som do Deerhoof? Pop progressivo, talvez? A complexidade técnica e os bizarríssimos compassos fariam um estudante do Souza Lima chorar, com certeza. Mas suas músicas nunca são pedantes. Ao contrário: convidam a cantar junto (na medida do possível), tralalá *corte brusco* tchururu *dissonância*. A doçura da voz de Satomi Matsuzaki, as letras engraçadas e as melodias, sobretudo, colam na cabeça em instantes. Aposto que eles são a banda que mais assobio involuntariamente.
Sim, o Deerhoof é pop, ainda que suas músicas não tenham refrão, noção de previsibilidade ou gênero definido. É esse estranho paradoxo que me faz voltar e voltar e voltar a cada disco, como se fosse a primeira vez. E é por isso que já estou na, sei lá, vigésima audição de Offend Maggie, faixa-título do próximo disco deles. Parece um doce de leite que não enjoa na segunda colher.
[MP3: deerhoof - offend maggie]
do disco Offend Maggie (2008)
vocês ouviram a nova música do justice?
O tal mix que o Justice fez para o desfile da Dior Homme passou pelo estúdio e virou oficialmente uma música nova da dupla francesa, Planisphere. Os 20 e tantos minutos dela foram quebrados em quatro partes (ou movimentos), que acabaram de ser colocadas no MySpace deles.
Minha opinião, em uma palavra (na verdade, um substantivo composto): auto-indulgência.
Primeiro, as jaquetinhas de sei lá quantos milhares de euro; depois, aquele clipe babaca de Stress; e agora, esse pomposo rascunho de progressivo. Sério... Dá para inflarem o ego desses dois um pouco mais?
Ô, Justice, o Daft Punk ligou e quer as guitarrinhas farofeiras de volta.
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um pouco de juan stewart para alegrar o dia
Não custa lembrar: o Dominódromo está fazendo um ano de vida, e o senhor Juan Stewart virá de Buenos Aires para tocar na festa, dia 16 de setembro. Além disso, haverá show do Milocovik, discotecagem dos No-DJs (residentes da melhor festa indie de Buenos Aires, no Niceto), venda de discos da Si No Puedo Bailar e Estamos Felices, e projeções do artista uruguaio Felipe Ridao. A coisa será fina.
Tudo isso fará parte da primeira ENTONCES..., noite de música e arte de vanguarda, no Na Mata Café (r. da Mata, 80 - junto à 9 de Julho). A entrada custa R$25, mas você pode pagar R$20 mandando o seu nome (e de quem mais quiser) para entonces@dominodromo.com.br.
Até lá!
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10 de setembro de 2008
mp3 do dia - benoit pioulard
Fiquei fã desse tal de Benoît Pioulard na primeira das milhares de audições de Enge e Précis. E isso ainda irá longe, pelo rumo que sua música está tomando em Temper, seu novo disco.
Thomas Meluch, a figura por trás do projeto, continua obcecado por texturas - reverberação de cordas, sussurros, sons ambientes e sopros eletrônicos -, mas agora há mais dinâmica e meticulosidade em cada composição. As músicas não são passagens; cada uma encerra um arco completo. Se Précis eram capítulos de uma mesma longa história, Temper é um livro de diferentes contos de um mesmo autor.
Karen "isso é muito riponga" Kopitar, que não gostava do Pioulard, ficará feliz em saber que há um senso maior de imediatismo aqui. E eu, do outro lado, continuarei maravilhado com a beleza da música desse sujeito.
[MP3: benoît pioulard - ahn]
do disco Temper (2008)
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entrevista milocovik
Quem acompanha o blog já está sabendo que no próximo dia 16/09 rola o primeiro show com a chancela do Dominódromo, junto ao parceiro Si no puedo bailar no es mi revolución. A primeira edição da festa Entonces... traz ao Brasil, pela primeira vez, o argentino Juan Stewart. Como banda de abertura escolhemos os brasileiros do Milocovik, que acreditamos ter potencial de sobra para ir longe. Essa entrevista, feita pelo Rodrigo Maceira, mostra um pouquinho do universo deles, já nos preparando para o show da próxima terça.
O Milocovik, que não tem disco - e, por opção da banda, provavelmente nem chegará a ter -, abrirá um projeto que, entre outras coisas, marca o lançamento de um disco. Revolución?!
Não temos nada contra gravar discos... rs... o que acontece é que já tivemos muito retorno apenas com o myspace. Já nos envolvemos em diversos eventos superdivertidos apenas com essa divulgação pela internet. Em alguns desses eventos, gravamos CDRs com nossas músicas para distribuição. Acredito que iremos fazer discos, sim, mas por enquanto estamos funcionando dessa maneira.
Como será o show?
Nós vamos tocar as três músicas que temos no myspace e algumas outras novas que não gravamos ainda. O Martín, do selo Estamos Felices, já conhece nosso trabalho há algum tempo, mas não viu nenhum show ainda. Será uma ótima oportunidade pra ele escutar "Bitter Plum", sua música predileta... rs
Vocês conhecem o Juan, certo? Gostam do trabalho dele?
Sim, já conhecíamos o trabalho do Juan faz alguns anos. Adoramos. Já tinhamos alguns discos dele e também de sua antiga banda. Acabamos conhecendo ele quando teve o show do Coiffeur aqui em São Paulo, em dezembro do ano passado. O Juan veio como parte da banda, tocando piano. Além do show, naquela ocasião, saímos pela noite aqui em São Paulo. Foi muito divertido. Estamos muito ansiosos pela volta dele ao país e agora ainda vamos tocar juntos. Será incrível!!!
Como foi a participação do vocês no Red Bull Music Academy deste ano?
Foi um convite que partiu da promoter Lalai. Era um evento que abriria os desfiles de moda da Casa de Criadores; o cast seria formado por bandas de electro. Apenas nossa banda fugia um pouco do estilo, mas isso não foi problema. Tivemos uma resposta incrível e fizemos muitos contatos por lá. O evento todo foi muito elogiado. Tocamos com outras bandas que gostamos muito como Mono4, NRK, Madame Mim, Montage, etc...
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9 de setembro de 2008
o que robbie williams e noel gallagher têm em comum
Vocês viram o Noel Gallagher sendo empurrado no palco por um maluco aqui, certo?
Isso aqui foi beeeeeeeeem pior.
Isso aqui foi beeeeeeeeem pior.
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8 de setembro de 2008
mp3 do dia - bon iver
No remoto Wisconsin, terra do queijo e da neve, neve, neve, Justin Vernom ficou sozinho. Um ermitão na tundra, lenhador durante o dia, músico ridiculamente sensível à noite. Coisas simples, ele queria. Lenha e violão; o toque da madeira, reconfortante, diante do isolamento absoluto e os fantasmas que este traz.
Do silêncio, surgiu uma voz que ele nem sabia ter, destilando conclusões há muito tardias. Finalmente, tinha o tempo para colocar cada pensamento e nota no lugar, e encontrar a beleza no fim das coisas.
For Emma, Forever Ago, símbolo de um relacionamento terminado, é o primeiro disco de Justin Vernom como Bon Iver, e uma daquelas raras obras autorais, intrusivas como polaroids da alma do artista. E o que existe dentro de Vernom é de uma beleza irrefutável. Reduzir a mero folk a meticulosa ambiência criada aqui, de métrica, ruídos e harmonias vocais entre ecos e falsetes, seria um desserviço.
[MP3: bon iver - for emma]
do disco For Emma, Forever Ago (2008)
irmãos gallagher são atacados no palco no canadá
Mais uma história de malucos atacando o pessoal do Oasis. Dessa vez, a coisa rolou durante um show da banda no Virgin Festival, que aconteceu nesse final de semana, em Toronto.
Um doidão subiu no palco, empurrou o Noel Gallagher por trás, e depois partiu para cima do Liam. A sorte é que um monte de gente correu para cima do cara e ele não conseguiu executar a segunda parte do seu plano.
No vídeo ainda dá para ver o Liam tentando bater no cara. O tumulto está, aproximadamente, nos 1:25 minutos de vídeo.
7 de setembro de 2008
made in paraguay #7: i shall be released por wilco e fleet foxes
* música original do Bob Dylan.
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5 de setembro de 2008
jesus é seu amigo também?
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mp3 do dia - crystal castles
Nada comove mais do que uma fração de uma lembrança ou época idealizada. O romantizado é absoluto, inderrotável. Por isso que os mais velhos falam sobre como os dias passados eram melhores, e o primeiro beijo parece tão mais do que esbarrão atrapalhado de lábios. A memória adorna o passado, como um verniz cronológico - a cada ano, as cores ficam mais vibrantes, o morno, mais quente, e as ranhuras, mais embaçadas. Fomos felizes, enfim. E nunca mais o seremos - não daquela forma e naquela intensidade. Mas será que tudo foi tão mágico assim, lá, na época, ou apenas nos enganamos com o brilho sobre a madeira gasta?
É fácil ser nostálgico quando sua música é feita em 8-bit e samples de músicas recentes das quais você já gosta. Som de infância, das noites viradas jogando Nintendinho, das melodias da segunda fase do Ninja Gaiden II tiradas no teclado Casio. Aquele cheio de demos, que vinha com a incrível versão reggae para House of the Rising Sun. Mas há momentos em que o Crystal Castles consegue soar ainda melhor do que essa nostalgia idealizada - "nossa, essa música tornaria a quarta fase do Mega Man III ainda mais incrível!". O real derrota o idealizado, afinal.
Nos videogames, impressionava como recursos tão limitados podiam criar músicas tão distintas, uma para cada contexto programado - a agressiva trilha do chefe, a espástica melodia da fase bônus e a açucarada balada do final do jogo. Da mesma forma, o Crystal Castles conseguiu, com tão pouco, fazer um disco diverso, passando pelo sombrio, o eufórico e o lírico; novas lembranças de infância, 15 anos depois.
[MP3: crystal castles - untrust us]
do disco Crystal Castles (2008)
É fácil ser nostálgico quando sua música é feita em 8-bit e samples de músicas recentes das quais você já gosta. Som de infância, das noites viradas jogando Nintendinho, das melodias da segunda fase do Ninja Gaiden II tiradas no teclado Casio. Aquele cheio de demos, que vinha com a incrível versão reggae para House of the Rising Sun. Mas há momentos em que o Crystal Castles consegue soar ainda melhor do que essa nostalgia idealizada - "nossa, essa música tornaria a quarta fase do Mega Man III ainda mais incrível!". O real derrota o idealizado, afinal.
Nos videogames, impressionava como recursos tão limitados podiam criar músicas tão distintas, uma para cada contexto programado - a agressiva trilha do chefe, a espástica melodia da fase bônus e a açucarada balada do final do jogo. Da mesma forma, o Crystal Castles conseguiu, com tão pouco, fazer um disco diverso, passando pelo sombrio, o eufórico e o lírico; novas lembranças de infância, 15 anos depois.
[MP3: crystal castles - untrust us]
do disco Crystal Castles (2008)
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3 de setembro de 2008
2 de setembro de 2008
mp3 do dia - moscow olympics
Dream pop no sentido real da expressão. Música que faz sonhar acordado, feita de éter e nuvens, leveza e ascensão. Cada segundo mais belo que anterior, até um momento no qual a sucessào torna-se impossível. Mas continua. Uma primeira justificativa válida para a insônia - dormir para quê, se o sonho te espera no play?
Os rapazes do Moscow Olympics, primeira banda das Filipinas (!!!) no meu iPod, buscam sublimação, ainda que confinados à estética pop. Com impressionante naturalidade, passam por explosões, sussurros, bateria com pulso (afinal) e passagens instrumentais belíssimas; uma longa transição sem começo, meio ou fim. Ride, Pet Shop Boys e A Northern Chorus comparecem, mas falar que o som da banda é datado ou antigo seria um equívoco: esse tipo de música foge de trivialidades como "eras" ou "décadas". Seu tempo é próprio, capaz de distorcer as horas do expediente, da fila de carros, da insônia...
[MP3: moscow olympics - what is left unsaid]
do disco Cut the World (2008)
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club de las serpientes #17 - el sueño de la casa propia
É. Eu cresci ouvindo falar da casa própria, do demônio do aluguel, do condomínio-pra-vida-toda, da Tele-Sena e da Porta da Esperança, no SBT; do caminhão do Faustão, na Globo, e das mil e uma casas da Nestlé, nos dois canais ao mesmo tempo - muito foda o Nescau do café da manhã. Expressão melódica, perfeita, o sonho, próprio, tudo redondo, não tem coisa melhor. Já viu? Aí, hoje, depois de um tumulto do cão no metrô, a Sé de sexta-feira, a pressa de ser feliz em casa, que vontade de um fim de semana para sempre. Vocês sabem como é: a gente tropeça no Guia da Folha, tem Flap!, tão sonho e literária, completamente independente. Flip para os intelectuais que colecionan as xícaras da Caras; Flap para um blog de 10 leitores. Mas fui, troquei idéia, "Viva la conexión", gritaram na porta da Casa das Rosas. E antes de eu passar: "seu passaporte?". Gozado, a poesia de hoje curiosamente não está feita para as pessoas de agora. Não? Cheguei em casa, abri o livro: Saludos para mi nuevo amigo Rodrigo. E folheei aos poucos, preguiça, fim cinzento da sexta-feira que eu quis para sempre. Página 69, revelação: a casa própria era só para eu comer a Marcela em paz, sem ter que apertar a boca e fechar a porta do quarto.
El sueño de la casa propia
La vieja dijo clarito
- la casa es mía y yo mando
duermen solos, cuidadito
si no se me van cascando
Y va a seguir de sapa
después de muerta,
aunque le ponga llave a nuestra puerta
A nuestra puerta, sí
tremendo atado
andar por esta vida
como allegado
No prendo ni las teles
de los moteles
(Rascacielos, Enrique Winter - p. 69)
- tradução livre -
A velha disse claramente
- a casa é minha e eu mando
dormem sozinhos, ouviram
senão, vocês me matam
E a velha vai continuar atormentando
depois de morta
mesmo que eu passe a chave na nossa porta
A nossa porta mesmo
tremendo amarrado
andar por esta vida
como eterno inquilino
Não ligo nem as tvs
dos motéis
Rodrigo Maceira
[MP3: el sueño de la casa propia - ropa interior]
myspace.com/delacasapropia
estréia: css - move
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Quer ganhar um pacote de CDs do Juan Stewart?
Para comemorar um ano do Dominódromo e tantas outras coisas vindo pela frente, nós, juntamente com o selo Si no puedo bailar, no es mi revolución e o Julius - o boneco mais requisitado pela galera, que aparece conosco na foto na barra ao lado -, vamos dar um pacote com dois CDs do Juan Stewart, El Silencio de las Cosas e Oui!, mais um da sua antiga banda, Jaime sin Terra, Autochocador, para algum sortudo.
Se você sempre fica a um número de gritar bingo, essa pode ser a sua chance de se dar bem. Para participar da promoção, é só mandar um e-mail para entonces@dominodromo.com.br, com o assunto "Eu quero!" (bem simples, né?)
Lembrando que o argentino Juan Stewart toca na primeira edição da festa Entonces..., que rola no dia 16 de setembro, no Na Mata Café.
Serviço:
ENTONCES... #1, com JUAN STEWART (myspace.com/juanstewart)
Abertura - Milocovik (myspace.com/milocovik)
16 de setembro de 2008, às 21h
Na Mata Café - Rua da Mata, 70. São Paulo - SP.
R$25 / R$20 na lista (mande seu nome para entonces@dominodromo.com.br)
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1 de setembro de 2008
mp3 do dia - the walkmen
Eu gostava dos Walkmen. Mas, dia desses, eles acabaram sumindo da minha mente. A fadada evolução artística não correu nos conformes: a música deles foi piorando, enquanto tantas outras boas bandas surgiam. Mas chega You & Me para fazer justiça, um cutucão nos desavisados, "não se esqueçam de como éramos bons". Coração na goela, som cortante (até hoje, ainda lembro-me de ficar chocado com a bateria do Bows & Arrows), e glória analógica; tudo está nesse disco. E Hamilton Leithauser - eu compraria um livro de um autor com esse nome - continua soando como um bêbado jogado na sarjeta, desesperado por cuspir confissões guardadas há anos, de uma vez, como se fosse aquela a única oportunidade de fazê-lo. In Scotch Veritas.
[MP3: the walkmen - on the water]
do disco You & Me (2008)
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não é carne nem peixe #6 - constantina
Entrevista com Daniel Nunes, do Constantina, por Felipe Gutierrez.
Como seus fãs ficaram conhecendo o trabalho do Constantina? Vocês sabem se tem gente de outros países que ouve também?
Acredito que isso seja uma longa história... A banda já faz quatro anos de muita batalha, shows, internet, boca a boca...Isso tudo nos favoreceu, acredito que os shows tenham sido primordiais, pois sempre pensamos em uma postura diferente das que vemos nos palcos. A cada show temos um tipo de decoração, isso serve para ilustrar um pouco mais nossas músicas, pois acredito que elas sejam bastante imagéticas...Penso que as pessoas que vão aos shows se surpreendem ao verem sempre uma nova forma de mostrar...Acreditamos que sempre temos que nos inovar, mas isso não só para o público, com certeza é para a gente também. Com o advento dos shows entra o papel da internet. As pessoas que gostam dos shows entram na internet e começam a divulgar o trabalho, acredito que isso aconteça de uma forma natural, pois fazemos o que gostamos, sem pensar em viver disso, entende? E a partir daí se o trabalho é legal, novas pessoas irão se interessar, pois a internet nos proporcionou isso, divulgar nossas músicas em qualquer lugar do mundo.
Sobre a segunda parte da pergunta: Sim, existem pessoas que nos falamos sempre, e elas nos contactam perguntado quando iremos tocar no país delas, e isso é muito positivo para o nosso trabalho, pois é realmente muito verdadeiro quando se compartilha algo que gosta com pessoas que se interessam pelo teu trabalho. Recentemente andamos conversando sobre uma possível ida a Argentina, pois existem muitas pessoas de lá que nos perguntam quando iremos para lá, então pensamos em começar a olhar algo por lá. Ainda não temos nada definido mas já iniciamos alguns contatos. Se tivermos algo realmente fechado iremos divulgar pelo Myspace. As coisas ainda acontecem um pouco lentas no meio independente, pois nunca temos verbas suficientes para dar um grande salto, mas com ajudas de todos os lados, com certeza conseguiremos algo bem legal.
De uns anos pra cá, é mais comum aparecerem ótimas bandas sem vocais. Por quê?
Parece ser uma tendência e eu realmente não sei o porquê. Ou talvez tenha um (motivo), mas não seja o "verdadeiro". O Constantina é minha segunda banda instrumental, e eu optei por ter uma banda instrumental pois queria fazer algo mais livre, sem limitações de formas musicais, algo em que pudéssemos experimentar novos elementos até então não presentes em minha música, e acredito que a música instrumental seja um modo de trabalhar todas esses parâmetros.
Como seus fãs ficaram conhecendo o trabalho do Constantina? Vocês sabem se tem gente de outros países que ouve também?
Acredito que isso seja uma longa história... A banda já faz quatro anos de muita batalha, shows, internet, boca a boca...Isso tudo nos favoreceu, acredito que os shows tenham sido primordiais, pois sempre pensamos em uma postura diferente das que vemos nos palcos. A cada show temos um tipo de decoração, isso serve para ilustrar um pouco mais nossas músicas, pois acredito que elas sejam bastante imagéticas...Penso que as pessoas que vão aos shows se surpreendem ao verem sempre uma nova forma de mostrar...Acreditamos que sempre temos que nos inovar, mas isso não só para o público, com certeza é para a gente também. Com o advento dos shows entra o papel da internet. As pessoas que gostam dos shows entram na internet e começam a divulgar o trabalho, acredito que isso aconteça de uma forma natural, pois fazemos o que gostamos, sem pensar em viver disso, entende? E a partir daí se o trabalho é legal, novas pessoas irão se interessar, pois a internet nos proporcionou isso, divulgar nossas músicas em qualquer lugar do mundo.
Sobre a segunda parte da pergunta: Sim, existem pessoas que nos falamos sempre, e elas nos contactam perguntado quando iremos tocar no país delas, e isso é muito positivo para o nosso trabalho, pois é realmente muito verdadeiro quando se compartilha algo que gosta com pessoas que se interessam pelo teu trabalho. Recentemente andamos conversando sobre uma possível ida a Argentina, pois existem muitas pessoas de lá que nos perguntam quando iremos para lá, então pensamos em começar a olhar algo por lá. Ainda não temos nada definido mas já iniciamos alguns contatos. Se tivermos algo realmente fechado iremos divulgar pelo Myspace. As coisas ainda acontecem um pouco lentas no meio independente, pois nunca temos verbas suficientes para dar um grande salto, mas com ajudas de todos os lados, com certeza conseguiremos algo bem legal.
De uns anos pra cá, é mais comum aparecerem ótimas bandas sem vocais. Por quê?
Parece ser uma tendência e eu realmente não sei o porquê. Ou talvez tenha um (motivo), mas não seja o "verdadeiro". O Constantina é minha segunda banda instrumental, e eu optei por ter uma banda instrumental pois queria fazer algo mais livre, sem limitações de formas musicais, algo em que pudéssemos experimentar novos elementos até então não presentes em minha música, e acredito que a música instrumental seja um modo de trabalhar todas esses parâmetros.
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