27 de fevereiro de 2009
mp3 do dia - comet gain
In case you're looking for a little bit of soul...
[MP3: comet gain - if you ever walk out my life]
do álbum broken record prayers (2008)
myspace.com/thecometgain
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26 de fevereiro de 2009
20 de fevereiro de 2009
grito de carnaval
Aí vai um vídeo para marcar o Grito de Carnaval do Dominódromo. É muita disposição e muita criatividade.
O cara até que tem um gosto musical bom, apesar de algumas bombas pelo caminho.
Bom carnaval para todos, e cuidado com a saliência (adoro os termos goianos)
O vídeo foi dica da Fernanda Cardoso.
O cara até que tem um gosto musical bom, apesar de algumas bombas pelo caminho.
Bom carnaval para todos, e cuidado com a saliência (adoro os termos goianos)
O vídeo foi dica da Fernanda Cardoso.
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mp3 do dia - pretty & nice
O Pretty & Nice não é necessariamente pretty: sua música é fraturada; engasga aqui, pula dois degraus ali. É som de quem ouviu muito post-punk, Ex Models e Brainiac. O que distingue a banda de suas influências é o elemento nice: Get Young é, acima de tudo, pop. Há um otimismo inabalável em cada uma dessas músicas. Por que ficar perdendo tempo com isolação e auto-flagelação? Aqui, a epilepsia é euforia, vontade incontrolável de agitar o corpo, cada átomo em uma direção.
[MP3: pretty & nice - nuts & bolts]
do álbum get young (2008)
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não é carne nem peixe #11 - blood music
Entrevista com Blood Music (Karl Jonas), por Felipe Gutierrez.
Por que o nome é Blood Music?
Oh...por várias razões, algumas melhores do que outras...Para resumir, eu estava no hospital há uns anos enquanto meu primeiro disco estava sendo feito. Tive vários problemas sérios de operações por causa de um aneurisma cerebral. Então, enquanto eu estava deitado na cama, eu tentava pensar em algo sobre o disco que eu fazia e as enfermeiras e médicos vinham e me diziam coisas sobre meu sangue...porque eu tinha que checar o meu sangue o tempo todo para ver se estava tudo bem...sangue e música eram os grandes assuntos da minha vida, então. Ainda é, mas agora é mais música do que sangue.
Você pode falar um pouco da sua formação musical?
Eu toquei piano por meio ano quando eu tinha 12. Tinha um professor de piano na minha escola, mas ele perdeu as esperanças por mim. Eu não fazia minha lição de casa. Eu gostava de sentar no piano e improvisar e brincar e fazer minhas próprias canções, mas na hora das lições e tocar as notas, eu era preguiçoso e pouco inspirado. Daí parei de tocar.
Comecei a atuar e trabalhei numa loja de música. Música ainda era meu grande interesse. Mas eu só escutava discos como um fã.
Então encontrei Jenny Wilson em Malmö, no sul da Suécia, e nos apaixonamos e decidimos começar uma banda. Sentíamos que a cena de música sueca prescindia algo imprevisível e excitante no momento. Então começamos o First Floor Power.
Comprei um órgão caseiro e barato e ela comprou uma guitarra. A gente ficava acordado toda a noite e escrevíamos canções. Pedimos à irmãzinha da Jenny, a Sara, para se juntar e tocar baixo. Isso foi antes de 2000. Então conseguimos um contrato de disco num selo alternativo bem legal e progressista chamado Silence Records, e eles lançaram nossos dois primeiros discos. O terceiro, "Don't Back Down" foi lançado no ano passado. Então o First Floor Power está vivo. Mas no tempo em que eu estava no hospital nós demos um tempo e nessa época e senti que precisava fazer algo completamente meu, musicalmente...então decidi que meu projeto solo seria Blood Music.
Desculpe se eu as interpreto erroneamente, mas as canções que ouvi são de humor. Você se acha uma pessoa de bom humor?
Espero que sim. Mas é difícil dizer. Pergunte à minha namorada...não, não pergunte a ela! Não, sério, fico contente que alguém no Brasil ache (as canções) bem humoradas.
E 2009?
Oh, o ano das mudanças. Eu tive um filho no Natal e isso mudou o meu mundo em muitas maneiras. Ele é incrível e me deixa acordado toda a noite. Eu gravei tudo menos os vocais para o novo disco do Blood Music (o terceiro) e me sinto muito bem com isso. Tem esse clima de banda solta, porque gravamos quase tudo ao vivo. E os músicos são os meus favoritos. Então esse ano eu vou ficar em casa para terminar o disco e lançar antes do fim do ano.
Acho que 2009 é um ano bom. Um monte de coisas ruins acontecem pelo mundo, mas vejo vários raios de luz e esperança.
Você já esteve apaixonado por alguém e teve que fingir que não estava?
Sim. Tudo na canção oct/nov é baseado na verdade. Se não minha, na de alguém. Mas vou responder a pergunta de novo: sim.
Tantas bandas boas apareceram na Suécia recentemente. É possível ser um artista independente e viver uma vida confortável aí?
Hmmm...temos sem teto nas grandes cidades, e claro que a Suécia é muito fria no inverno. Mas a maioria dos suecos vive uma vida confortável. Temos um sistema de seguridade social que é OK, se você fica doente e termina no hospital, isso não vai te arruinar financeiramente.
Musicalmente tem muitas bandas bacanas no momento. Acho que algumas podem viver muito confortavelmente de música. Mas eu, como muitos outros, faço trabalhos extra para fazer o trabalho da minha vida. Tive muitos trabalhos assim. Agora trabalho num cinema. Aliás, acabamos de exibir "Tropa de Elite" aqui. Era bom. Muito violento.
Oh, por favor, deem uma olhada nessas bandas de amigos meus:
http://www.myspace.com/assmyass
http://www.myspace.com/goldmedalrecordings
http://www.myspace.com/wildbirdsandpeacedrums
17 de fevereiro de 2009
club de las serpientes #23 - relaciones sexuales
hummm wow wow wuahhhhh wuahhhhh ãaaaaaaff uuuhhhh hummm hemmm hiiiii foooofffffooofoof uuuuhhuuuhhuuhhuuhuu hiaammm nhá nhá nhá yé yé deusdeusdeus haaaaa haaaaaf haaaar eeeeeeeehhhhhe eeeeehhhhhhh aiaiai vaivaivai aaaaaaaaaaahhhh hummmm hummmmm hummmmm quaquaquaquaqua nhãããããããã wuahhh hhiiuuu hhhiuuuuuu huiiiiiiaaaa ahaha arran arran nhec nhec nhec nhec ploft ploft plofff ploffff frrrush frusshhh aaaaaaaaiiii aaaaiiii ãaahhhh ãaaannnnnn uhuuu ahhhh uhuuu quaquaquaquaaaaaa zzzzzzzzzzzz fffiuuuuuuu ffffiuuuuuuuu papapapapapapapapapapa mãããããp muuup plaff blullulululu blululululu blulullulululu aaahhhhffff aaahhhhfffff waaaauuuuuu waaaauauuuuuu ahf ahf ahf ahf nhec nhec nhec oooorrrooouuu urrraaaaaah wahhh wahhhhh rarn rarn rarn inh inh inho huhummm nhac nhac nhac tchlu tchlu tchlu ahhhnnn aahhhnnn aahhnnn uuushhh uushhhh ufff ffff fffff ffffiaaaaah fuuuuu fuuuu hummmm ihiiii ihiiii ihiii haaaaaa haaaaaa haaaaaa wooooo wooooo wooooo wooooo ahhhh éééééééé uhu uhu aha aha ehe ehe ehe hehehehe hehehehehe haaaafffff hãrrrf foi.
Rodrigo Maceira
[MP3: relaciones sexuales - haciendo el amor]
myspace.com/relacionessexuales
16 de fevereiro de 2009
mp3 do dia - lotus plaza
Esse é mais um texto sobre Deerhunter e/ou suas ramificações: o Lotus Plaza é o projeto paralelo do guitarrista deles, Lockett Pundt. Mas quero esclarecer uma coisa: isso não é bajulação barata. Apenas não quero cair na velha rotina de fazer pouco caso da genialidade temporária de outrem.
Sim, há uma data de expiração, um fim para esses acertos consecutivos. Estamos no meio de um carretel, puxando uma linha, sem ideia do seu término.
Hoje, daria atenção a quaisquer projetos que Bradford Cox & companhia tivessem - banda de Bar Mitzvah, orquestra de flautas peruanas ou musical sobre cabides. Ouviria todos e, muito provavelmente, gostaria. Melhor aproveitar agora, enquanto a inspiração dura. Como em um gancho claro para um texto ou uma noite de bom humor.
O fim provavelmente está próximo. Nos últimos três anos, quantas músicas eles lançaram, entre Deerhunter, Atlas Sound e Lotus Plaza? "Mais de cem" seria um chute cauteloso. Vocês repararam na qualidade dessa produção? Claro que saiu no Pitchfork e sabesseláondemais; feliz coincidência, gente ganhando o crédito que merece. Quantas vezes isso acontece? Batamos palmas, celebremos, direcionemos nossos rolares de olhos e tsk tsks para a banda inglesa du jour. Antes que a linha acabe.
[MP3: lotus plaza - different mirrors]
do álbum the floodlight collective (2009)
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12 de fevereiro de 2009
novo disco do sonic youth
O Sonic Youth acaba de divulgar, através do seu Twitter, os detalhes do seu próximo disco, The Eternal.
O novo trabalho da banda chegará ao mercado em vinil duplo, CD e em formato digital, via Matador Records, no dia nove de junho.
A tracklist é a seguinte:
1. Sacred Trickster
2. Anti-Orgasm
3. Leaky Lifeboat(for Gregory Corso)
4. Antenna
5. What We Know
6. Calming The Snake
7. Poison Arrow
8. Malibu Gas Station
9. Thunderclap For Bobby Pyn
10. No Way
11. Walkin Blue
12. Massage The History
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mp3 do dia - women
Demorei para colocar isso aqui. Estava ficando feio. Black Rice, dos canadenses do Women, é uma das melhores músicas de 2008. Não há um detalhe fora do lugar. Faz tanto sentido na primeira vez que parece sempre ter existido para você. Talvez tenha sido no vinil da sua mãe, ou no carro, voltando da casa dos avós, ou naquela fita que o intercambista dinamarquês trouxe consigo e deu sentido à sua adolescência. Um clássico já na concepção.
[MP3: women - black rice]
do álbum women (2008)
11 de fevereiro de 2009
estreia: chairlift - evident utensil
Coloquei esse clipe aqui em homenagem ao Fernando. Ele não para de me infernizar com essa música. Ele toca ela TODOS os dias em casa.
10 de fevereiro de 2009
não é carne nem peixe #10 - cidadão instigado
Entrevista com Cidadão Instigado (Fernando Catatau), por Felipe Gutierrez.
O seu público é sofisticado. Por que você acha que ele se identifica com temáticas de gente simples (como dentes de ouro ou "os urubus só pensa em te comer")?
Nem sei se meu publico é sofisticado. Talvez seja. Na minha cabeça é porque a música não tem fácil acesso a todas as pessoas. Se tocasse em rádio, no mínimo as pessoas teriam a opção de escolha pra saber se gostam ou não, mas esse é o mal do mercado fonográfico em geral. Enfim...não reclamo muito do que tenho, não. Quem se interessa e gosta, procura e acha.
Você é amigo do Rodrigo Amarante, certo? Tem conversado com ele agora que ele é "gringo"? E você pensa em tentar uma projeção no exterior?
Eu sou muito amigo do Rodrigo e converso com ele sempre. Não acho que ele tenha se tornado "gringo". Pelo menos não noto diferença. Continua sendo o Rodrigo que conheço. Simples e honesto. Em relação ao Cidadão no exterior, nós já tocamos poucas vezes na Europa. Vamos na homeopatia. Não temos disco lançado lá fora, mas tem bastante gente que conhece já.
O "Método Tufo (...)" já vai completar quatro anos. Você está com disco novo para sair? Se a resposta for positiva, pode falar um pouquinho do disco?
Começamos o processo do disco novo. Deve ser lançado no meio do ano. Tem várias músicas que já tocamos ao vivo. Ainda está tudo se resolvendo, mas tenho gostado bastante.
Você escreveu sobre o preconceito em algumas de suas canções. Depois do reconhecimento da crítica, você acha que alguma coisa mudou?
Preconceito sempre vai existir. Isso é natural do ser humano. Iluminado é aquele que aos poucos e com o decorrer da vida vai se desvencilhando dessas coisas, mas no geral é comum. Hoje em dia as coisas estão melhores pra nós, sim, mas mesmo assim é tudo muito lento. Poderíamos fazer mais shows. Isso seria perfeito. Correr o Brasil todo, mas a lentidão é necessária e tá tudo certo.
6 de fevereiro de 2009
club de las serpientes #22 - el mato a un policia motorizado
Amanheci com mortos uma porção de vezes. Meu quarto é um sebo. Defuntos dentro e fora dos livros. E discos. Tem aquela dedicatória da Eliana que não sai da minha cabeça. É o jeito como assina, acho. "Eliana Dedo Forte". O que será que quis dizer com isso? E quando? Caracas!
Hoje, senhores, completamente diferente. Não pensei em ninguém quando acordei. Nem tive excitação alguma, apesar do hábito de todos os dias. Nem senti frio, apesar do vento; muito menos calor, a despeito das janelas hermeticamente fechadas. Ouvi pouca coisa, uma formiga andando no ouvido, impressão. No escuro, exageradamente tranquilo. Sozinho, sem medo. Mudo e em paz. Com uma sensação esquisita: a ideia de Finados como o último dia. Estou confuso, confesso - a chuva lá fora é chuva de setembro.
Rodrigo Maceira
[MP3: el mato a un policia motorizado - rey del terror]
myspace.com/elmatoaunpoliciamotorizado
the happiness project
Como se já não bastasse o seu trabalho no Do Make Say Think e no Broken Social Scene, Charles Spearin começou mais um projeto musical no ano passado, o The Happiness Project.
Todas as faixas da "banda" foram feitas baseadas em conversas que Spearin tinha com seus vizinhos sobre felicidade. Ele gravou tudo isso, e depois criou melodias de acordo com as vozes e o jeito de falar de cada pessoa.
No My Space dele dá para ouvir duas faixas do seu disco, que sai no dia 14 de fevereiro, pela Arts & Crafts.
Para ser sincera, eu achei as músicas meio bizarras, mas a história toda é bem legal como experimento.
barrigada
Desculpa aí gente... dei uma barrigada com o Late Of The Pier. É isso que acontece quando você tenta fazer as coisas correndo no intervalo do trabalho.
Sorry!
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5 de fevereiro de 2009
panela velha: arthur russell
Arthur Russell viveu pouco, mas fez mais do que eu, você e todo mundo juntos. Após uma infância de reclusão no interior, acabou se mudando para Nova York, onde finalmente descobriu, na arte e nas pessoas, quem era. Foi lá que deixou de ser apenas um freak, essa simplificação provinciana que suprimia seus outros adjetivos: visionário, louco, gay, complexado, genial. Sua auto-restrição tornara-se desnecessária. Agora, sua insaciável curiosidade prosperava em possibilidades: folk, eletrônica, música indiana, cello clássico, poesia, performance e a cena disco nova-iorquina... Arte corrompendo a música corrompendo a arte.
Russell morreu cedo (1992, 41 anos, AIDS), mas ainda lança um disco inédito por ano. Deixou um acervo de milhares de músicas nunca lançadas, cortadas ao meio, justapostas entre si, rabiscadas e revisadas freneticamente. Hoje, quase duas décadas depois, sua obra ainda é vanguardista. Sua mente estava sempre adiante, já tinha experimentado o presente dos outros. Sua intensidade, quântica, acelerou o tempo.
[MP3: arthur russell - planted a thought]
do álbum love is overtaking me (2008)
Acaba de sair no exterior um documentário sobre o homem, Wild Combination: A Portrait of Arthur Russell. Queria poder acelerar o tempo para pegar o torrent.
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Só vi agora o coco-côco-cocô no MP3 do Dia do Eternal Summers. Tenho que parar de revisar as coisas somente 5 dias depois. Duh.
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4 de fevereiro de 2009
3 de fevereiro de 2009
christian bale dá piti e quem aproveita é o mae shi
O Christian Bale, que já tinha se metido em uma baita confusão no ano passado, quando foi acusado de agressão pela mãe e a irmã, aprontou mais uma.
Ontem foi divulgado o áudio de um piti que o ator deu para cima de um diretor de fotografia, durante as filmagens de Terminator Salvation. O motivo: o cara ficou parado atrás da cena, apareceu em quadro e acabou arruinando a tomada.
Bom, baixarias a parte, o Mae Shi foi rápido no gatilho e fez uma música em "homenagem" ao chilique, que levou o nome de R U Professional, usando trechos do áudio original do Christian Bale.
Alguém dá um chá de camomila para esse moço, urgentemente!
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fluxus #2 - song one, two & three
Assistiu a Paranoid Park, sozinho, ou com a namorada, um copo de suco de manga na mão, de tão doce, transe, o sobe e o desce do skate, poesia junkie, impressionante, quem diria? Toca o telefone, desliga, pensando quando e onde vai comprar a sua prancha, para balançar o fim de noite. Se está sem companhia, aperta o rewind, alto, doze vezes, tem superstição, prefere quando a soma é 3. Desliza a cabeça, para trás, para frente, confortável no deck, destino com e sem eixo, ao mesmo tempo, trucks, trucks, trucks, esse tapete voador, o céu tão mais perto, o peito tão mais longe. E Mr. Van Sant acerta de novo, em cheio; você domado, dopado: a música redonda emoldurando a vida quadrada.
Ethan Rose, Ethan Rose, Ethan Rose. Você, que mora em Portland e descobriu um aparelhinho ruidoso na casa dos avós, em 74, que ficou sem graça no dia do primeiro beijo e pediu uma segunda chance, que nunca veio, Ethan Rose; precisamente você, que persegue o som do vento que corre do outro lado da janelinha do avião, fantasiado de piloto, faux, faux, faux; nada precisa ser real, sendo (caramba!) de verdade; nem imagina, Ethan, mas estamos falando de você.
Rodrigo Maceira
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2 de fevereiro de 2009
mp3 do dia - starfucker
O nome da banda inspira uma certa agressividade, mas a música não poderia ser mais afável. Os sussuros quase pedem desculpas, como se estivessem envergonhados pela intromissão fisiológica do groove de Rawnald Gregory Erickson The Second. É uma daquelas canções que fazem a cabeça balançar involuntariamente - quem manda aqui sou eu! -, sem precisar fazer um escândalo.
Trata-se de mais uma das muitas facetas mostradas pelo Starfucker em seu disco de estreia, Starfucker (2008). 11 músicas que passam por Spinto Band, Unicorns e Olivia Tremor Control, e se alojam na cabeça. Pop simples, sem ser ordinário.
[MP3: starfucker - rawnald gregory erickson the second]
do álbum starfucker (2008)
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não é carne nem peixe #9 - xiu xiu
Entrevista com Xiu Xiu (Jamie Stewart), por Felipe Gutierrez.
A tortura é uma questão importante para os brasileiros e, enquanto o Bush estava a Casa Branca, também foi para os americanos. Adoro Guantanamo Canto. Na letra, você canta sobre os filhos dos que foram presos naquela prisão. O verso é "e seu filho vai crescer para nos matar". Você acha que agora, que o Obama mandou fechar Guantánamo, essa situação que você descreve pode, de alguma maneira, ser prevenida?
Bem, mesmo com o fechamento de Guantanamo (graças a Deus), ainda tem o Iraque, ainda tem o Afeganistão, ainda tem a história dos EUA na América Central, ainda tem a devastação ambiental, ainda tem toda a história da CIA, a opressão de pessoas de cor nas cidades interiores dos EUA.
Os EUA tem uma quantidade imensurável de sangue nas mãos. Acho que existe uma possibilidade de uma melhora em relação à gente pelo mundo dependendo do que o Obama realmente fizer, mas num nível individual, que alguém possa perdoar um governo e um país que é responsável por a morte de uma pessoa querida por causa de cobiça é inatingível. Pode ser um novo dia para nós que queremos fazer a coisa certa. Espero que ele tenha a habilidade.
Você já fez um cover dos Smiths e também de Under Pressure. O que nos anos 80 te atrai tanto?
Bem, era quando eu era jovem! Nasci em 1972 e minha adolescência foi nessa época. Como é comum com muita gente, a música que as envolve quando a cabeça e o coração estão sendo formados é a que as queima para sempre.
E também foi um período de tremenda criatividade. Havia novas expressões e combinações de expressões sendo criadas pelo período. Parece que era um tempo para se brincar com gêneros, emoções elevadas, internacionalismo, nova eletrônica, honestidade e política. Todas essas coisas são muito significantes para mim e acho que por ter crescido nesse tempo, elas tem um apelo absoluto. Tenho muitos amigos que são muito mais jovens do que eu como um resultado de estar no (negócio da) música e as canções que enchem as pistas de dança e animam as festas são todas dessa época.
Às vezes suas canções mudam de um tom delicado para um ruído experimental – e às vezes é o contrario, como em In Lust You Can Hear the Axe Fall. É bonito, porque você realmente sabe o que é delicado se tem "violência" perto. É esse o propósito? Uma estrutura chiaroscuro?
Não sou a pessoa certa para perguntar. Acho que é uma ideia ruim desconstruir qualquer coisa que tentamos fazer. Se funciona, acho que é muito, muito gratificante, mas sabendo porque algo funcionou, devido à minha insegurança e personalidade obsessiva, vai levar à reflexões excessivas e a uma implosão horrível.
Em relação à canção, não sou suficientemente esperto para fazer um paralelo entre chiaroscuro e música à frente do tempo. Todos na banda simplesmente tentam escutar e colocar seus sentimentos na música.
Você pode nos contra algo sobre 2009?
Estamos trabalhando num disco para 2010. Entrei numa nova banda, com meu amigo Freddy Ruppert, chamada Former Ghostos, e nós estamos trabalhando num disco novo. Estou fazendo uma série de subscrição de música ambiente, experimental e minimalista e também fazendo um tour solo pelos EUA e pela Europa. E também alguma colaborações como Prurient, Los Campesinos, Parenthetical Girls e com a Mary, do High Places.
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