30 de outubro de 2008

vocês viram o novo site de vídeos da MTV americana?

Por ora, são mais de 20 mil vídeos, incluindo boa parte dos clássicos do acervo do canal. Dá para encontrar também performances das bandas nos programas deles, como o clássico 120 Minutes (o Lado-B de lá). E tudo funciona muito bem (ao contrário do infame Overdrive daqui).

O endereço do site é www.mtvmusic.com.

Como exemplo, dêem uma olhada no que tem de coisa do Pavement aqui, ó.

22 de outubro de 2008

mp3 do dia - asobi seksu

asobi seksu
Devo ser o único fã de Asobi Seksu que não gostou tanto assim do Citrus. Ainda acho o disco de estréia, Asobi Seksu, muito melhor - os momentos mais belos eram infinitamente mais belos; os barulhentos, infinitamente mais barulhentos. No Citrus, esses extremos foram homogeneizados em músicas curtas e mais rígidas. E houve um equívoco na ênfase à voz aguda de Yuki Chikudate, que virou mais um porém do que um também para a verdadeira força da banda, suas guitarras absurdas.

Não entendo como ninguém concorda comigo: ainda hoje, as poucas músicas que fogem à regra, como a espetacular Red Sea, soam tão melhores do que Strawberries ou New Years, exemplos de uma forçosa tentativa de ser mais pop.

Nada contra a evolução para o pop. Basta ler o arquivo de MP3s do Dia para constatar como sou a favor dessa progressão. Basta que seja bem-feita e não sacrifique justamente aquilo que torna a banda tão especial.

E se o Citrus foi uma tentativa frustrada (e frustrante) de pop, Me & Mary, single novo do próximo disco do Asobi, é certeza irreprensível... Soa coerente com o som deles, mas vai muito além: uma bateria surpreendentemente agressiva, as mesmas guitarras absurdas supracitadas, e uma Yuki cantando com a moderação correta. É absolutamente pop, mas tem extremos, explosões, efeitos, ruídos, todos contidos em 3 minutos. Tudo se encaixou.


[MP3: asobi seksu - me & mary]
do single me & mary (2008)

16 de outubro de 2008

15 de outubro de 2008

mp3 do dia - lukestar

lake toba
O Lukestar é norueguês, mas tem gostinho de emo/post-hardcore americano dos anos 90, aquele momento no qual a turma do hardcore baixou a guarda e disse sim à melodia e a influências mais diversas.

Ainda ficou aí para ler o resto do texto? Que bom.

A lembrança deve surgir da falta de estrutura geral no som do Lukestar: sobram sobreposições meticulosas de guitarras suaves e dedilhadas, vocais em locais inesperados, pausas e novos começos, tempo em contração e estendimento. Tudo em pé, miraculosamente, graças ao grude das melodias. E com uma camada adicional de notas espaciais, que cria uma esquisitice estranhamente palatável - aparentemente, eles são maiores do que o A-Ha lá na Noruega.

O refrão de White Shade é ridiculamente pegajoso. Dá vontade de cantar junto, ainda que duas oitavas abaixo do desequilíbrio hormonal da voz de Truls Heggero, mais alienígena ou infantil do que efeminada. Cantar escondido, claro. Isso não parece música de hipster. E o disco se chama Lake Toba. Vou ter que colocar umas 20 bandas neo-indie-folk-drone por aqui para recuperar o crédito.


[MP3: lukestar - white shade]
do disco lake toba (2008)

14 de outubro de 2008

club de las serpientes #19 - loopdrop

loopdrop
Eu sei, pode parecer loucura, vai de quem quiser acreditar. A gente nunca acha que a nossa vida pode ser cinema. O cotidiano burocrático, a fila no terminal de ônibus, o troco de 1 centavo roubado no caixa do supermercado. Nada disso reforça a possibilidade de uma aventura especial. Caraca. Aí, quando surgiu o convite de viagem, completamente inesperado, tive medo da dívida a prazo e das quase 50 vezes no cartão, Dow Jones, Nasdaq, crédito no osso. Vai ser bom, Gustavo, repeti as 6 horas da noite que me manteve acordado, sem dormir. Férias, rapaz, larga de ser covarde, pomba, a vida passando, a ex-namorada casando, movimento, señor, arriba e adelante!. O espírito com que entrei no avião, frágil, dobrado imediatamente após as 8 horas de vôo (se não fui traído pelo fuso). Na cidade, meio em pânico, a água e a luz atrasadas - por cinco dias em Monterrey? Já foi, Gustavo. Tudo bem. O Alejandro e a Diana, dia inteiro fora, no trabalho; privacidade de hotel. Acordei, descansado, xícara de leite frio, uma volta no quarteirão, a loja de disco aqui do lado, igualzinha, igualzinha, chamando para dançar, com jeito de Eva Green, a chica com quem dormiria todas as noites da minha vida, à base daquele mesmo mantra, "Triciclo", e de um sem número de doses de conhaque, saudade e imaginação.
Rodrigo Maceira







[MP3: loopdrop - triciclo]
myspace.com/loopdrop

estréia: of montreal - id engager

10 de outubro de 2008

estréia: mgmt - the youth

mp3 do dia - memory cassette

memory cassette
Ainda guardo algumas fitas cassete. Não para ouvi-las, mas para me lembrar de quando as ouvia. São as coletâneas de melhores momentos das minhas músicas prediletas - eu os recortava na unha, rec, pause, rec -, as gravações de rádio – de músicas a vinhetas engraçadas -, e os CDs que pegava emprestados com os amigos.

Basta segurar uma fita dessas para ouvir cada música e ver a distância entre os Fernandos de cada época. Os objetos organizam nossas memórias, como marcadores de eras fora de métrica; 1 ano, 2 meses, 24 dias e 3 cidades diferentes. São vinculados a quem éramos, e não a datas.

O Memory Cassette, só pelo nome, evoca essa relação que tenho com as fitas cassete. Fica fácil gostar deles. Mas, sobretudo, o som é incrível, uma espécie de mixtape que passa por Broadcast, uma das minhas bandas favoritas, shoegaze, e disco. A moça que canta aqui é um mistério: só sabemos que a produção é do sujeito do Weird Tapes... Um lance meio Sally Shapiro, sabe?

Dá para baixar gratuitamente os dois EPs deles, Rewind while Sleeping e The Hiss We Miss. Vale a pena.


[MP3: memory cassette - surfin]
do disco rewind while sleeping (2008)

9 de outubro de 2008

mp3 do dia - hauschka

hauschka
Valsa, música oriental, minimalismo e glitch. A música de Hauschka é diversa, sim, mas nunca deixa de ser bela. A forma como Volker Bertelmann, o alemão por trás do projeto, incorpora tantas escolas musicais em uma obra tão coesa quanto Ferndorf impressiona.

A fluência de seu piano foi esculpida por dez anos de formação clássica. Mas o interessante é como ele consegue ir muito além desse viés acadêmico. Seu experimentalismo transforma o piano em uma máquina rítmica e de inúmeros timbres – tiras de couro entre teclas, estacas envolvidas por papel alumínio e cordas agrupadas por fitas adesivas. Uma espécie de marcenaria avant-garde, tão oposta à típica circunspecção do músico clássico.

Ainda assim, Ferndorf é sempre objetivo, acessível e palatável, distante da auto-indulgência de músicos com esse repertório técnico e artístico. Para ele, o experimentalismo é ferramenta, não objetivo; e para nós, é êxtase, e não estática.


[MP3: hauschka - heimat]
do disco ferndorf (2008)

por uma quinta-feira mais contemplativa

Deixo um clipe para Sometimes, a magnum opus do My Bloody Valentine, montado com cenas do Encontros e Desencontros.

música de fundo

Agora, vocês podem ouvir os últimos 30 MP3s publicados no Dominódromo, de maneira prática, rápida e limpinha: é só dar um play na geringonça do canto direito da página.

Usem a novidade como trilha sonora para ler o blog, ou trabalhar, ou jogar paciência, ou fazer sabe-se lá o que mais vocês, peraltinhas da internet, costumam fazer.

8 de outubro de 2008

mp3 do dia - passion pit

passion pit
Voz + sintetizador/teclado: tão simples, tão eficaz.

O electro/synth-pop nunca sai de moda. Todo mundo gosta. Pensa bem: New Order, Pet Shop Boys, Depeche Mode, Killers, The Postal Service... Todos artistas de porte, capazes de abarcar as audiências pop e indie, a um só tempo. Alguns são comedidos; outros, exagerados; mas todos se resumem ao binômio voz + sintetizador/teclado. Até o MGMT, mesmo com um disco mais próximo a Bowie com funk oitentista, tem como maiores sucessos duas músicas que são synth-pop puro, Time to Pretend e Kids.

O Passion Pit faz electro-pop. Em mais uma daquelas histórias boas demais para ser verdade (e típicas de assessoria de imprensa), o primeiro EP do projeto de Michael Angelakos, Chunks of Changes, foi feito para uma namorada do rapaz, como presente de Dia dos Namorados. Hmmmm. Aposto que o sujeito já tinha as músicas prontas e as lançaria de qualquer jeito. Esse truque é velho: quem nunca comprou um Wii e o "deu" para a namorada ou irmão mais novo?

Chunks of Change passa por momentos comedidos (os melhores) e exagerados. Na primeira categoria, I've Got Your Number brilha, voz + uma fundação eletrônica minimalista - o adjetivo mais usado no Dominódromo até hoje -, e um refrão incrível que toma o seu tempo (mais de 2 minutos) para surgir, triunfante. O silêncio torna tudo muito mais efetivo, cada nota precedida de uma expectativa, naquele fino equilíbrio que poucos (Junior Boys, o supracitado Postal Service...) conseguem achar. Pensando bem, isso é só voz + sintetizador/teclado, mas também é tão mais do que isso. E duvido que saia de moda.


[MP3: passion pit - i've got your number]
do disco chunks of change (2008)

estréia: deehoof - chandelier searchlight

7 de outubro de 2008

club de las serpientes #18 - hacia dos veranos

hacia dos veranos
Los quemados surgiram como um trio (Víctor, Xavi e Ada), em meados de 96, em Barberà del Vallès. A pequena cidade, originalmente uma das tantas cidades-dormitório que alimentaram o processo de urbanização de Barcelona, parece ter sido grande influências para a banda. Ídolos anarquistas, pouco patriotismo, literatura, decepções diversas: com amores e amigos, ironia e castelhanismos povoam as letras da trupe liderada pelo argentino Víctor J. Perguntado sobre o papel dos Quemados na cena espanhola dos 90, Víctor disse não acreditar em papéis: "no final das contas, somos uma banda pop. Ajudamos as pessoas a matar o tempo. Sei que não era esse o objetivo dos amigos que se reuniram para compor e escrever letras inflamadas, há coisa de 10 anos. Mas tudo acontece, assim, devagar. Hoje, quando cantam nossas músicas, querem apenas lembrar uma melodia bonita". A banda encerrou as atividades, com Carol Electra no baixo, em 2002.
Rodrigo Maceira







[MP3: hacia dos veranos - los quemados]
myspace.com/haciadosveranos

6 de outubro de 2008

estréia: weezer - troublemaker



O Weezer adora inventar moda nos seus clipes, e desta vez não foi diferente. No clipe de Pork and Beans, a banda chamou um monte de celebridades da internet para participar do vídeo; e agora, para o clipe de Troublemaker, eles convocaram um monte de gente que tem como meta bater alguns records bem malucos para entrar no Guiness Book.

estréia: love is all - wishing well

Como eu adoro o Love Is All...