12 de março de 2008

club de las serpientes #6 - cineplexx



No arranjo dos assentos vagos do metrô, um pouco afastados um do outro. Te hago una confesión pecaminosa, puedo? 'Pecaminosa' - se dice?. Depois dos táxis-bicicleta no norte da República Dominicana, ou do Mexíco es increíble, uma confisssão imunda. Só para poder explicar por que já não estava em Madrid, de volta a São Paulo. Me gusta São Paulo, dissera ao telefone. E gostava, claro. Além de feiras na rua, salões de cabelereiros como los de la Rue du Faubourg Sant Denis, en Paris, discos raros, rascacielos, me recuerdan Nueva York, restaurantes vegetarianos, Libertad, Largo São Bento, Páteo do Colégio e están por todos los lados. E uma orquídea sem flor, a árvore pelada, as paisagens que não voltam. De aquí para el futuro: sí, soy melancólica, pero no vivo del pasado. As folhinhas no cabelo; quiero vivir de mis viajes por el mundo. O vento espremido entre o trem e a parede do túnel lá fora, o assobio agudo das rodas nos trilhos, a conversa com volume mais alto. E o senhor, sentado no meio dos dois, esperando a confissão bizarra. Te lo digo?. Ela, assentindo: claro, a ver qué me vas a inventar ahora. Bom, dividir apartamento com gente de cultura diferente, muito estranho, o hábito, a falta de limpeza, então, tem muita panela fora de lugar, cabelo no chão, no ralo, essas coisas, agora experiência de vida, não, também eu não quero viver do passado, mas é bom de lembrar, esse universo todo, dúvidas e certezas minhas, sabe? Então, para que te hagas una idea, outro dia, sabe, pecaminoso, eu, Internet, site pornô, manja?, é, então, vi uma das garotas que moravam comigo. E, só para não alongar a baixaria, limpou a última folhinha do ombro dela.
Rodrigo Maceira


[MP3: cineplexx - hojas]
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