Lembram-se de quando todo mundo dançava ao som de Le Tigre, toda noite, e Deceptacon soava como Smells Like Teen Spirit, e o electroclash parecia para sempre? Pronto, alguém tinha inventado (novamente) o indie para pista, o rock com batidinha - ah, agora eu também posso ir à balada eletrônica! -, ouvido e dançado com uma baby Chandon vazia na mão, após 4 copos de pinga no lado de fora da festa.
E da Miss Kittin, alguém se lembra?
Hoje, ninguém mais fala desse passado. O electroclash é a nossa década de 80, mas 10 anos atrás. E daí surgiu a seguinte dúvida: devo mencionar que o MEN é o Le Tigre sans Kathleen Hannah? Enquanto há tanto saudosismo pelos Smiths, por exemplo, poucos são aqueles que ousam tocar uma das músicas do trio nova-iorquino; músicas que, de fato, adornaram a própria juventude, amortizando a tristeza pela Copa da França e o fim de Seinfeld, ou celebrando a internet (*nerd alert*), o vestibular e o bicampeonato brasileiro do Corinthians. Seria vergonha daqueles dias? Não sou um fã do Le Tigre, mas apenas um incomodado pela incoerência daqueles que o eram.
E se a renegada banda está em um hiato, o MEN começa a dar os primeiros passos: as duas primeiras faixas gravadas pela dupla, Make It Reverse e Shakeoff, acabaram de surgir na web. São somente batidas e acessórios, como esperado, mas sem a acidez da voz e discurso de Hannah. E sim, elas são também ridiculamente dançantes, mesmo para os mais estabanados. E oferecem redenção aos filhos pródigos do electroclash.
[MP3: men - make it reverse]
2 comentários:
Eu lembro! Eu fazia isso tudo, mas sem a baby chandon.
A baby chandon era uma peculiaridade da audiogalaxy, o ápice do carão alcoólico.
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