28 de julho de 2009

não é carne nem peixe #18 - entrevista com o dj rupture

Os fãs já podem ficar tranquilos! Depois de um tempo desaparecido, o nosso querido colaborador Felipe Gutierrez voltou com a coluna Não é Carne Nem Peixe, com uma entrevistinha bem legal com o DJ Rupture.

Você está planejando um disco novo?

Sim. Em novembro vou lançar um novo disco de mixagens, chamado Solar Life Raft. Fiz junto com Matt Shadetek – é mais ou menos 30% de produção nossa. Remixamos Gang Gang Dance e Telepathe, e vários poetas amigos nossos estão lá, assim como vários beats exclusivos de outras pessoas.... Em setembro também sai um disco de Jahdan Blakkamoore chamado Buzzrock Warrior. Vai ser pela !K7 Records – eu e Matt produzimos o disco aqui no Brooklyn. Tem muita coisa acontecendo.

Eu tenho um projeto de banda chamado Nettle. No começo de 2010 vamos lançar um disco chamado “El Resplendor”. A banda envolve cordas marroquinas e eletrônica. “El Resplendor” é uma trilha sonora de um filme que ainda não existe. A ideia é: pegue O Iluminado. Imagine uma refilmagem d’O Iluminado, mas em vez de acontecer no Colorado, a ação acontece num hotel vazio em Dubai, nos Emirados Árabes. Estamos fazendo essa trilha sonora.

Posso estar errado, mas você esteve no Brasil há alguns anos para uma discussão sobre distribuição, não? E como foi? E o que você acha que mudou desde então?

Me diverti no Brasil. Foi há uns quatro anos. Então, sim, muito mudou na distribuição da música desde então. Se você quiser que eu seja mais específico, vai ter que me convidar para falar sobre isso de novo, haha.

Qual o sentido da expressão “Mudd Up!”, que é o nome do seu blog e do seu programa de rádio? E por que você escolheu esse nome?

Tem alguns sentidos. Primeiro, existia um Mudd Club da cidade de Nova York no começo dos anos 80. Era um lugar onde o rap e a no wave se fundiam. Blondie e Basquiat, era esse momento sensacional no qual diferentes culturas e cenas estavam se misturando e festejando juntas em Nova York. E então eu gosto disso. Mas Mudd Up também é um ritmo de reggae, então o nome se liga à cultura do dancehall, a cultura das versões e dos remixes e tudo isso. E claro, tem a referência a negritude também. Mudd Up pode significar “fique preto” ou então “fique sujo”.

Além da internet, em quais outros lugares você procura música? É possível achar canções que ainda não estão online?

Procurar só música online não funciona... Tem muita coisa boa offline. Desde lojas de discos de vinil até CD-R no mercado de Tepitos, na Cidade do México. A internet só representa uma fração pequena da música lá fora. As coisas mais interessantes são serão onde as músicas são feitas e fisicamente vendidas, falando com as pessoas, fazendo conexões, aprendendo no contexto. É muito fácil baixar alguma música e mixar. Mas estou muito mais interessado nas histórias dos sons, até música super nova. É sobre intimidade e não distância, e a internet ajuda as pessoas a ficarem distantes – eu gosto de sujar minhas mãos...claro que a internet é super útil, mas você precisa olhar em outros lugares e ter outras interações para entender o que acontece com a nova música e como tudo funciona.

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