20 de maio de 2009

entrevista com federico durand



O argentino Federico Durand se apresenta em São Paulo, no próximo sábado (23/05), no Estúdio Buck, no lançamento da revista virtual Cuadernos Cecilia.

O Rodrigo Maceira aproveitou a ocasião e entrevistou o artista.

Primeira vez em São Paulo?
Sim, é minha primeira vez na cidade. Minha conexão com São Paulo remonta à minha observação de registros fotográficos, música e cinema.

O que podemos esperar de um show do Federico Durand? Podemos classificá-lo de show?
É difícil. Sim e não: certamente é uma audição musical, mas tenho a pretensão de que seja uma experiência de vida. Algo como a chave que abre a caixinha mágica. Minhas apresentações são certamente prodigiosas: pelo menos, para mim. Não tenho uma imagem clara do que pode acontecer, antes e durante. Como a imagem confusa de um jardim visto através de um vidro fosco. Prometo melodias. Prometo gravações do campo, realizadas nas montanhas onde minha família tem um chalé: sons de libélula, caminhadas ao entardecer. A ideia é construir um espaço de plenitude, um instante de beleza perdurável e, contraditoriamente, fugaz.

Música e literatura. Qual é a conexão?
Existe uma ponte. De um lado, o bosque – seu silencio, sua humidade, os espaços de luz entre os ramos, a aurora boreal. Do outro, a abertura ao mistério – o etéreo, o céu estrelado, o crepitar das lenhas no fogo. Música e poesia são relíquias de um mesmo caminho percorrido, dois atalhos nascidos em diferentes ladeiras que sempre nos levam para o topo da mesma montanha.

A melhor palavra do mundo? E a pior?
Não sei qual é a melhor, gosto de várias: siesta, peldaño, ciruelo, pera. Existem palavras inglesas muito bonitas: hush, nithingale, pur. Gosto também de alguns substantivos suecos, apesar de não conhecer o idioma: rådjur e o nome Elsa Beskow. Uma palavra feia é aquela cuja combinação de sons perde a graça no uso corriqueiro. Não existem palavras piores. De todos os modos, existe uma palavra que prefiro não pronunciar.

Como faria um convite para quem não conhece sua música?
É uma oportunidade incrível para nos conhecermos e para que conheçam minha música – minha vida está nela!

Serviço
Federico Durand
23 de maio de 2009, às 16h.
Estúdio Buck. Rua Lopes Amaral, 123 - Itaim Bibi
Entrada gratuita.
Capacidade limitada: 50 pessoas

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