O Johnny Foreigner quer que o indie rock volte a ser barulhento. Talvez sintam-se estrangeiros na Inglaterra, pois esses anseios por distorção, velocidade e complexidade costumam ser americanos. Tudo está lá: a fuga da métrica, as entrelinhas das notas, as afinações tortas, aquele empolgante desespero nas vozes e instrumentos, como se a banda tivesse apenas uma hora de estúdio para gravar o disco inteiro, pois o dinheiro acabara comprando cerveja barata.Em Our Bipolar Friend, demo de um disco ainda por vir, dá para notar um pouco de math rock, um quê de art-punk e um muito do indie e emo americanos dos anos 90, e imaginar uma adolescência levada por um walkman recheado de Cap n' Jazz, Sleater-Kinney e Pavement. A dose de contemporaneidade é provida pela melodia pronunciada, quase açucarada, dos vocais de garoto-e-garota, à la *pausa para evitar a aliteração* Los Campesinos!. É música que entusiasma. Simples assim.
Nada como ser sacado da apatia por um mero play.
[MP3: johnny foreigner - our bipolar friends]
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