Como não dava para estar em todos os lugares ao mesmo tempo, pedimos ao nosso amigo Bruno Scartozzoni para fazer a resenha do show do Devo:
Se você estava no Planeta Terra, tem uma idade por volta de 25 anos e gosta tanto de bandas moderninhas quanto daquelas que as influenciaram 10, 20 ou 30 anos atrás, então você, assim como eu, teve uma grande dúvida: assistir ao show do Devo ou do The Rapture?
Ambos aconteceram quase ao mesmo tempo, com apenas 30 minutos de diferença e, como em todas as escolhas que temos que fazer na vida, ganha-se alguma coisa e perde-se outra. No caso escolhi pelo Devo por ser muito mais provável que eu tenha outra oportunidade de ver o The Rapture. Não me arrependi.
Depois de poucos minutos de atraso a banda é introduzida por vídeo recheado de trechos dos inesquecíveis clipes da banda e então surgem os integrantes, todos uniformizados com os macacões amarelos e chapéus cônicos vermelhos, abrindo com “That´s Good” e deixando uma segunda dúvida: será que esses velhinhos vão dar conta do recado?
Sim, velhinhos que mais pareciam candidatos a trabalhar de Papai Noel em campanha de Natal de shopping center, do tipo que ninguém desconfia que um dia eles fizeram músicas e clipes tão malucos e memoráveis. Mas eles estavam lá e realmente eram o Devo que todos esperavam. Com energia de sobra (muito mais do que nós que orbitamos os 25 anos) eles não só tocaram clássicos como “Mongoloid”, “Whip it” e a engraçada versão de “Satisfaction” dos Rolling Stones como também pularam, brincaram, jogaram pedaços dos macacões, chapéus e bolinhas para o público e ainda tiveram o palco invadido pela Fernanda Takai do Pato Fu, ou seja, muita diversão.
Diversão, de fato, é a palavra que melhor sintetiza o show do Devo. Ver um show com músicos despretensiosos que brincam de tocar (no melhor sentido possível) é bastante raro hoje em dia. Ver um show onde músicos das antigas não parecem ter saído de uma vida pacata para entrar, de um dia para o outro, na onda revival dos anos 70 e 80 é ainda mais raro. Eles conseguem unir essas duas coisas. O pessoal do Devo parece se divertir como uma banda no começo da carreira, talvez até mais já que agora contam com uma bela bagagem de vida.
Resumindo: um show raro e um exemplo para quem tem medo de envelhecer.
*Foto tirada do site do Planeta Terra.
2 comentários:
Post primoroso! Parabéns!
concordo com a pessoa acima!
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