30 de maio de 2009

dominódromo indica: milocovik e copacabana club na livraria da esquina

milocovik e copacabana club
Hoje tem Noite Alavanca na Livraria da Esquina, a partir das 23h, com uma escalação bem especial: vão tocar os favoritos da casa Milocovik (www.myspace.com/milocovik), e o sempre hypado Copacabana Club (www.myspace.com/copacabanaclubmusic). O Dominódromo, é claro, estará por lá!

Olha o serviço:

Noite Alavanca
Sábado, 30 de maio, a partir das 23h
Livraria da Esquina: Rua do Bosque, 1.254 - Barra Funda - São Paulo, SP
R$ 10 (aceita todos os cartões)
Estacionamento no local
(11) 3392-3089
www.livrariadaesquina.com.br

Mais informações: www.alavanca.art.br

29 de maio de 2009

surpresa: liam gallagher está feliz com a volta do blur

liam gallagher
Sim, é verdade! Mas é claro que seus motivos não são nobres - vejam o que ele disse sobre a volta dos seus arqui-inimigos:

"I'm right into the Blur reunion, 'cos it'll finish off the Kaiser Chiefs and put them to bed. There's nothing worse than a shit Blur. And at least the original shit Blur are back to finish off all these other shit Blurs. I'm bang into the Blur reunion."

A matéria original está aqui.

club de las serpientes #27 - boom boom clan



Pensei: nome de mulher, nome de mulher. Que a gente viu, teve ou só sonhou. Pensei, enquanto o IL repetia: gravamos um disco inteiro e vamos ficar solteiros. Como é que é? Boom Boom Clan acabou, meu caro, acabou. Decidimos terminar. Essas mulheres todas vão ficar abandonadas. As mulheres eram as músicas - e ainda não vi nada parecido por aqui.
Rodrigo Maceira

Boom Boom Clan – Monika
http://www.myspace.com/boomboomclan

estreia: bat for lashes - pearl's dream

28 de maio de 2009

mp3 do dia - sisters

sisters
A luxúria é justa; o resto - amor, afeição, companheirismo - são sofisticações que criamos, complicações para algo simples e absoluto, que reside dentro de todos nós. Ela, nossa una intenção final, acaba por virar apenas uma de várias, uma consequência beirando um porém. Tal coisa suja e animal não pode fazer jus aos nossos exclusivos dedões opositores. Daí criamos protocolos: casas noturnas, reservas de restaurante, calcinhas rendadas, interesses em comum. Tudo para não parecermos os ogros que somos; tudo apesar de nossa pele, nossa temperatura e nosso pulso, teimando em nos contrariar.

O rock é justo; o resto - efeitos, computadores, maracas - são sofisticações que criamos, complicações para algo simples e absoluto, que reside dentro de todos nós.

Sisters é rock: estado bruto, um take, nenhum rococó. Um Sonic Youth ogro e sem protocolos, reconhecido em imediato por nosso pulso, nossa pele, nossa temperatura. E assim como no caso da luxúria, não há propósito em lutar contra isso.


[MP3: sisters - lust is just]
do álbum everybody (2008)

27 de maio de 2009

e chega o evento final da vice

Jay Reatard, King Khan, A-Trak e uma atração surpresa internacional que, garanto, é sensacional. Essas serão as estrelas do evento final do projeto The Way We Run, organizado pela Vice e a Converse, que acontece na próxima terça-feira, 02 de junho.

Seguindo a tradição estabelecida nas outras semanas, a entrada e a bebida serão gratuitas. Dessa vez, porém, não basta só chegar lá: entram somente aqueles que tiverem comparecido nas quatro semanas anteriores e carimbado seu passaporte, e os felizardos que descolarem um convite.

Vamos a um vislumbre de como será a noite:

King Khan: ele é desse jeito mesmo, sem um pingo de ironia.


Jay Reatard: sim, o sujeito é intenso; em alguns casos, chega a dar bifas nos membros mais folgados da plateia.


A-Trak: DJ do Kanye West, campeão mundial de scratch, prodígio absoluto das pickups.


Olha, posso não ser a pessoa mais imparcial do mundo nessa situação (estou trabalhando no projeto), mas digo, sem titubear, que a noite será bem boa.

Serviço: THE WAY WE RUN
02/06/09 - 22h
Rua Guaicurus, 324


Shows (na ordem):
- The King Khan & BBQ Show
- Jay Reatard
- A-Trak
- Special Guest
DJ convidado: Dubstrong

Informações: www.thewaywerun.com.br

porque a áfrica ficou pequena para prince zimboo

prince zimboo
Saiu na Slate o perfil de um sujeito um tanto colorido. Dentre suas muitas famas, cabe destacar o harém de 999 esposas que o aguarda em seu reino, uma região sem nome na África Central. Ah, e no tocante do blog, também o fato de que suas debochadas (e surpreendentemente astutas) rimas estão ganhando gente do mundo inteiro. Bom para ele: para quem está recrutando a milésima cônjuge, viajar nunca é demais!

Seu nome é Prince Zimboo Abakunamabooba, Prince Zimboo para os íntimos. Trata-se de um personagem falso - e hilário - de, até o que se sabe, um produtor jamaicano de dancehall. Sua inspiração claramente vem da caricata imagem que o mundo tem dos africanos (pense no clássico "Um Príncipe em Nova York").

O vindouro disco do Major Lazer, novo projeto do Diplo, conta com uma participação especial da figura. E em homenagem à ocasião, Zimboo lançou um vídeo com seu freestyle sobre o primeiro single do Major Lazer, Hold the Line. Ah, um detalhe: a versão original da música conta a voz da célebre Santigold!

A versão freestyle (notem o "heh" que ancora cada verso - sensacional!):



E a original, ainda sem vídeo:

26 de maio de 2009

mp3 do dia especial - no age e matt and kim em sp!

no age
Pois é. São Paulo vai receber mesmo os shows de No Age e Matt & Kim, dois destaques do novo indie americano, e dos ingleses do The View, além das atrações nacionais Holger e Mickey Gang. Tudo isso rolará no Clash e fará parte do primeiro Popload GIG, projeto tocado pelo Lúcio Ribeiro e a Manifesta. E corre à boca pequena que os ingressos promocionais, bem mais em conta do que o preço cheio, acabarão logo mais. Não dá para perder essa.

O legal desses shows é que poderemos ter amostras de duas das cenas musicais mais efervescentes do momento: Brooklyn e Los Angeles.

Do primeiro local, vem Matt & Kim, casal que toca em um setup improvável (piano e bateria) e é conhecido por shows ridiculamente empolgantes. Nunca os vi ao vivo, mas dizem que é uma experiência daquelas que mudam a sua vida.



De L.A., vem o incrível No Age, uma das mais empolgantes bandas do indie rock atual. São apenas dois sujeitos, guitarra e bateria, que não perdem tempo com misturas de gêneros, instrumentos engraçadinhos e frivolidades; eles tocam rock sujo e barulhento, uma raridade hoje em dia. Em Nouns (2008), o disco mais recente, constam petardos que juntam pop, guitarras bem altas e o espírito lo-fi/do it yourself dessa nova cena da cidade. A fama inicial veio dos shows no (agora) lendário The Smell, pequena casa onde toca(ra)m, dentre outros, Mae Shi, HEALTH, Abe Vigoda e Mika Miko.

Para entender quão contundente é o som do No Age, deixo o MP3 da minha música de rock favorita de 2008, Sleeper Hold. Pura catarse adolescente.


[MP3: no age - sleeper hold]
do álbum nouns (2008)

E olha o serviço básico do evento:

POPLOAD GIG

06 de junho – 20h
Matt & Kim
No Age
Holger

07 de junho – 21h
The View
Mickey Gang

Clash Club (www.clashclub.com.br)
Rua Barra Funda, 696 – Tel: 11 3361-1500
R$ 40,00 - ingressos promocionais, até 05 de junho – apenas em dinheiro
R$ 50,00 (meia-entrada), R$ 100,00 (inteira) – ingressos vendidos na hora.

Pontos de venda:
American Apparel / Rua Oscar Freire, 433 - Tel: 11 3894-3888
Japonique / Rua Girassol, 175 - Tel: 11 3034-0253
Sensorial Discos / Rua 24 de Maio, Galeria Presidente, 116, loja 07 - Tel: 11 3333-1914

música nova do the national: runaway

beastie boys no programa do jimmy fallon

estreia: yeah yeah yeahs - heads will roll



O clipe novo do Yeah Yeah Yeahs foi dirigido pelo incrível Richard Ayoade (a gente já falou sobre ele aqui). O vídeo mostra a banda tocando em um palco, com pessoas assistindo, sentadas em mesas, enquanto um monstrengo, que parece ser uma mistura de lobisomem e Michael Jackson, faz coreografias para a música.

Do nada, dá a louca no "bicho", e ele começa a atacar as pessoas. É aí que vem o toque de classe do Ayoade: ao invés dele fazer uma coisa totalmente nojenta, o sangue das pessoas voando vira uma linda chuva de papel vermelho.

não é carne nem peixe #16 - yeasayer



Entrevista com Yeasayer (Chris Keating), por Felipe Gutierrez.

Quem disse que o Yeasayer é Enya com uma batida (“Enya with a bounce”), que é a descrição da banda no Myspace?

Enya com uma batida? Esqueci quem disse isso. Mas eu gosto… Eu gosto da Enya, e ia gostar mais se fosse possível dançar ao som dela.

Na imprensa brasileira vocês foram colocados num conjunto de novas bandas que usam sons de diferentes culturas numa música moderna, up-to-date. Era essa a intenção? E quais outras bandas vocês acham semelhantes ao Yeasayer, se é que alguma realmente o seja?

Nós achamos que estamos fazendo música num mundo que está ficando menor e menor, e que só parecia lógico que deveríamos pegar referências de onde pudéssemos. A intenção era fazer música que refletisse o conceito de globalização (o bom e o ruim) e levasse em conta a facilidade com que a música viaja, pela internet, para todos os cantos do globo.

Não sei quais as intenções e filosofias por trás da música de outras bandas, mas o Brooklyn é o lugar mais empolgante para fazer música neste momento, e tem muita gente talentosa tentando superar as fronteiras sônicas.

Vi a sua performance no La Blogotheque. Vocês estavam um tanto relutantes?

Nós estávamos relutantes para a performance do Blogotheque só porque foi depois de um show em Paris, e a última coisa que queríamos fazer depois do show era um outro show. Nós tentamos dar tudo em todas as apresentações e geralmente isso me deixa acabado. Eu não toco em festas pós-show porque estou completamente esgotado e minha voz fica rouca. Nesse caso, porém, eu já conhecia as Take Away Performances, e as achava brilhantes, então decidimos por fazer a nossa. Hoje estou muito feliz pela decisão e acho que o Vincent Moon é um grande diretor, que trabalha de uma maneira muito contemporânea.

25 de maio de 2009

22 de maio de 2009

estreia: grizzly bear - two weeks

Creepy!



Vale a pena colocar aqui também essa outra versão do clipe, feita por um fã, que apareceu recentemente pela internet. Mais uma vez foram usadas imagens de um filme antigo para ilustrar uma música contemporânea. O filme desta vez é o La Ballon Rouge.

dominódromo indica: olha quem vai aparecer hoje na neu!



Absurdo. Mais detalhes aqui.

ATUALIZADO: O sujeito não vai aparecer hoje na Neu! Parece que perdeu o voo para cá. Caso haja alguma novidade na situação, avisaremos aqui.

estreia: metric - sick muse

estreia: british sea power - come wander with me

lançamento da revista cuadernos cecilia e show do federico durand



Não se esqueçam: amanhã (23/05), às 16h, no Estúdio Buck, tem lançamento da revista virtual Cuadernos Cecilia, com exposição de desenhos originais que fazem parte da revista, e show do Federico Durand.

Cheguem cedo porque a lotação é de apenas 50 pessoas. Exclusivérrimo!

Serviço:
Lançamento revista Cuadernos Cecilia e show do Federico Durand
23 de maio de 2009, às 16h.
Estúdio Buck. Rua Lopes Amaral, 123 - Itaim Bibi
Entrada gratuita.
Capacidade limitada: 50 pessoas

estreia: heartsrevolution - 薔薇と彼女の王子 (the rose and her prince)



O clipe novo do Heartsrevolution ficou lindo. Ele foi feito com imagens do filme O Pequeno Príncipe, da década de 70, e essa música combinou perfeitamente com elas.

Eu nem sabia que existia essa versão em carne e osso da história, e eu fiquei morrendo de vontade de assistir o filme; o visual dele é incrível.

21 de maio de 2009

mp3 do dia - micachu and the shapes

micachu and the shapes
Puxa e empurra, puxa e empurra; sim, as palmas convidam, mas a dissonância afasta. É nessa curiosa dicotomia que o Micachu & The Shapes se identifica. Vulture é feita de sabe-se lá o quê. Ouço um pouco de pop, punk e afrobeat, e um muito de noise/wtf/?!?. O doce refrão dura pouco; no seu rodapé, chiado e teclas tortas de piano aguardam. E a dinâmica da primeira faixa repete-se por todo o disco de estreia, produzido pelo gênio Matthew Herbert. Nele, há milhares de ideias e melodias sensacionais. Todas, porém, desaparecem assim que surgem. Estranho. Parece algum tipo de experimento psicológico maligno; a expectativa é criada somente para justificar o próprio fim. Os trechos geniais não existiriam senão para serem arruinados.

Deve ser alguma tipo de piada doentia da Micachu, cuja voz nem se altera no meio da rotina. A moça, de apenas 21 anos, é um tanto, digamos, excêntrica: confecciona instrumentos, usa objetos do dia-a-dia, como aspiradores de pó e garrafas, em suas músicas, e lança discos como esse. A Bjork supostamente é fã dela – insígnia incontestável de birutice.

E eu gostar dela, siginifica o quê? Melhor nem saber...


[MP3: micachu & the shapes - vulture]
do álbum jewellery (2009)

estreia: deerhoof - this is good speaking

estreia: tortoise - prepare your coffin

20 de maio de 2009

entrevista com federico durand



O argentino Federico Durand se apresenta em São Paulo, no próximo sábado (23/05), no Estúdio Buck, no lançamento da revista virtual Cuadernos Cecilia.

O Rodrigo Maceira aproveitou a ocasião e entrevistou o artista.

Primeira vez em São Paulo?
Sim, é minha primeira vez na cidade. Minha conexão com São Paulo remonta à minha observação de registros fotográficos, música e cinema.

O que podemos esperar de um show do Federico Durand? Podemos classificá-lo de show?
É difícil. Sim e não: certamente é uma audição musical, mas tenho a pretensão de que seja uma experiência de vida. Algo como a chave que abre a caixinha mágica. Minhas apresentações são certamente prodigiosas: pelo menos, para mim. Não tenho uma imagem clara do que pode acontecer, antes e durante. Como a imagem confusa de um jardim visto através de um vidro fosco. Prometo melodias. Prometo gravações do campo, realizadas nas montanhas onde minha família tem um chalé: sons de libélula, caminhadas ao entardecer. A ideia é construir um espaço de plenitude, um instante de beleza perdurável e, contraditoriamente, fugaz.

Música e literatura. Qual é a conexão?
Existe uma ponte. De um lado, o bosque – seu silencio, sua humidade, os espaços de luz entre os ramos, a aurora boreal. Do outro, a abertura ao mistério – o etéreo, o céu estrelado, o crepitar das lenhas no fogo. Música e poesia são relíquias de um mesmo caminho percorrido, dois atalhos nascidos em diferentes ladeiras que sempre nos levam para o topo da mesma montanha.

A melhor palavra do mundo? E a pior?
Não sei qual é a melhor, gosto de várias: siesta, peldaño, ciruelo, pera. Existem palavras inglesas muito bonitas: hush, nithingale, pur. Gosto também de alguns substantivos suecos, apesar de não conhecer o idioma: rådjur e o nome Elsa Beskow. Uma palavra feia é aquela cuja combinação de sons perde a graça no uso corriqueiro. Não existem palavras piores. De todos os modos, existe uma palavra que prefiro não pronunciar.

Como faria um convite para quem não conhece sua música?
É uma oportunidade incrível para nos conhecermos e para que conheçam minha música – minha vida está nela!

Serviço
Federico Durand
23 de maio de 2009, às 16h.
Estúdio Buck. Rua Lopes Amaral, 123 - Itaim Bibi
Entrada gratuita.
Capacidade limitada: 50 pessoas

mp3 do dia - the xx

the xx
The XX soa como um Kills muito menos abrasivo. Crystalised, single de um disco ainda por vir, é feita de charme, elegância e concisão, sem tangentes desnecessárias.

Estranho encontrar toda essa restrição nos 19 anos desses garotos ingleses. Devem ser almas velhas, justamente os sujeitos que eu mais detestava quando tinha essa idade.

Quisera eu ter esse tipo de auto-controle naquela época...

Ao invés de sucumbir ao típico desespero juvenil - tudo, ao mesmo tempo, agora! -, a banda origina somente o suficiente para aliciar, pinçar atrás dos joelhos, fazer de bobo. A voz da moça, puro éter, basta por si só para o atordoamento - a submissão vem fácil, acompanhada de um "por favor".

Em relação à voz do rapaz, não estou qualificado para confirmar suas propriedades narcóticas sobre garotas. Acho bem provável. Quisera eu ter esse tipo de efeito com as minhas palavras naquela época.


[MP3: the xx - crystalised]
do single crystalised (2009)

19 de maio de 2009

club de las serpientes #26 - círculo polar anárquico

circulo polar anarquico
Ushuaia sempre me faz pensar na história de um amigo meu. A namorada e ele decidiram passar o inverno com pouco dinheiro e muito frio. Quando me contou, pensei que fosse uma espécie de provação. Se resistissem, era amor de verdade. O Lucas é fotógrafo. Comprou um casaco pesado, grande, três ou quatro camadas de uma espécie de camurça sintética. Lucas não come carne. A Lucía juntou tudo numa mochila. O tudo dela, segundo o Lucas, sempre foi pouca coisa. E olha que a garota tem plata, mucha plata. Conheci a Lucía na Livraria Cultura, aqui em São Paulo. Anotei uma lista imensa de novos autores argentinos, recomendações suas, e, depois, entendi o encanto do Lucas com a garota. Mi madre es una mujer libre, me disse. Os corações revolucionários só se apaixonam por mulheres livres, escrevi para o Lucas, semanas depois. De toda essa história, de tudo o que eu sei e não sei sobre Lucas y Lucía, hoje separados, fiquei com a declaração de amor mais bonita que aprendi na vida. Fazia três dias que Lucas tirava fotos de Ushuaia. Montanha de um lado, horizonte infinito do outro, o limite da beleza azul, sempre melancolia, que nunca se repete fora da Argentina. Num determinado momento, Lucía pediu a câmera. Espera, quiero hacer una foto. Quando o Lucas saiu do enquadramento, para não obstruir a paisagem, Lucía disse, naturalmente: "não quero foto de Ushuaia, querido, quiero una foto tuya, mi amor”. Revi o retrato outro dia: é lindo.
Rodrigo Maceira







[MP3: circulo polar anarquico - guantes que no abrigan nada]
myspace.com/cancionesdeplastico

estreia: modest mouse - satellite skin

estreia: cornershop - the roll off characteristics (of history in the making)

made in paraguay #11 bragging party por deerhunter e as irmãs deal



Esse é um Made in Paraguay meio fajuto, mas como essa é, mais ou menos, a ideia da seção, tá tudo bem.

É meio fajuto porque a música, Bragging Party, é da banda The Amps, que foi formada pela Kim Deal nos anos 90, durante uma pausa do Breeders. Como ela participou da performance do Deerhunter, é um pouco menos Made in Paraguay do que as outras.

Mesmo assim vale a pena colocar aqui. Eu tenho que reconhecer que não conhecia essa música, e gostei bastante, tanto da original, quanto do "cover".

Os dois vídeos aí embaixo são da mesma apresentação, que rolou no último final de semana no festival All Tomorrow's Parties. O primeiro tem a música inteira, mas em uma qualidade inferior. No segundo a imagem está ótima, mas a música está incompleta.



high places no studio sp - 15/05


Por Rodrigo Maceira.

Não conhecia muito bem o High Places. Dois dias antes do show, Cheky, amigo venezuelano, da dupla Jóvenes y Sexys, me chamou no MSN para dizer que teríamos um show imperdível em São Paulo. Tinha tentado levá-los para Caracas, sem sucesso. Depois, conversando com mis amigos de Dominódromo, combinamos de ir juntos. E fomos. Que sorte! Além de a vocalista ser tímida, linda e interessante, tem voz doce, afinada, e um swing irresistível. Ao lado, Robert Barber, ocupando o espaço do palco todo, com duas baquetas frenéticas e pancadas sequenciais sobre uma mesa digital. Pá, pum, pum pá. Ah, ah, ah. Efeito arrebatador: loops melódicos, mistura de dance FM com toques de Motown, clima de festa para apartamento, sala, cozinha americana e dois quartos pequenos. Que beleza! Pouca gente viu. Mas todo mundo voltou feliz. E compramos o vinil para continuar a farra em casa.

novo disco do danger mouse custa 50 dólares e vem em branco



Há um tempinho surgiram os primeiros comentários sobre o novo disco do Danger Mouse, em colaboração com o Sparklehorse, que leva o nome de Dark Night of the Soul, e conta com participações de vários outros artistas, entre eles Frank Black, Iggy Pop e Flaming Lips.

Como se isso já não fosse o bastante, esse material todo viria acompanhado de um livro de fotos feitas pelo David Lynch. Incrível, né?

A ideia é bem boa, mas devido ao número de pessoas envolvidas, a EMI decidiu não lançar o álbum por causa de problemas com direitos autorais e etc.

Agora o Danger Mouse e o Sparklehorse mudaram um pouco os seus planos e encontraram uma alternativa para as pessoas terem acesso a tudo isso. Eles vão lançar o livro do David Lynch, acompanhado por um CDR em branco.

O pacote custa 50 dólares e, segundo os próprios músicos, você pode usar esse CD do jeito que quiser.

Enquanto isso, o Dark Night of the Soul pode ser ouvido no site NPR, e comprado aqui.

Dica do Bruno Scartozzoni.

15 de maio de 2009

13 de maio de 2009

stephen malkmus & the jicks tocam música nova

A faixa se chama Senator.

ouça o novo disco do wilco



O novo trabalho do Wilco, que leva o nome da banda, só será lançado no dia 30 de junho, mas ele já está disponível para streaming no site dos caras.

Ainda não se sabe até quando as músicas vão estar disponíveis por lá. Para ouvir, clica aqui e corre.

era uma vez #6 - belleatec

belleatec
O belleatec surgiu como um projeto de Tarcila Broder, do Rio, e do produtor mineiro Paulo Beto. Mas só tomou a forma que inspira este post, tempos depois, com a entrada de Rodrigo Gorky e Corey Cunninghan. Exatamente isso: Rodrigo, que hoje está no Bonde do Rolê, e o Corey, agora no ótimo Magic Bullets. Sempre me lembro de uma história engraçada: quando conheci o Rodrigo, comprou o Pet Sounds, lá nas Grandes Galerias, aqui em São Paulo, e ficou completamente enlouquecido, o olho cheio d’água. Morava em Curitiba na época.

Tetra Pak, único registro distribuído pela banda, quase virou um 7’’ pela Elefant, de Madrid. Uma pequena obra-prima, com três músicas, todas entre o pop e o eletroacústico. “Caos”, “Sophia” e “Tetra Pak” são inteligentes, bonitas, pra frente, uma MPB Morr Music. Não à toa foi parar nas mãos do John Peel, entrando para a programação da Radio 1, da BBC. Recentemente, preparando a coletânea Pero esse olor en el cuarto del piano, fui surpreendido com a presença do belleatec entre as principais influências do supercombo Boom Boom Clan, de Caracas.

Roubando a citação que a Tarcila incluiu no myspace póstumo da banda: “como diria o Jean Cocteau, não existem os precursores, existem apenas os atrasados.
Rodrigo Maceira







[MP3: belleatec - caos]
myspace.com/belleatec

12 de maio de 2009

dan deacon no nbc morning

Esse vídeo é uma pérola! O Dan Deacon, ainda magro, canta a música Ohio, no programa NBC Morning, em 2006.

Fico imaginando qual era a expressão na cara das pessoas presentes, e que não tinham ideia de quem era o Dan Deacon, ou do que estava acontecendo.

estreia: love is all - last choice

relembrando um dos melhores momentos da tv



Hoje eu vi, no blog do Kid Vinil, um vídeo do show que o Killers fez no MTV Europe Awards do ano passado, que eu já tinha visto na época e achado incrível, apesar de não gostar muito da banda.

Bom, isso me fez lembrar da apresentação espetacular que o Yeah Yeah Yeahs fez no MTV Movie Awards de 2004. Foi lindo! O cenário, a música, a chuva de pétalas de flores. Tudo isso dirigido pelo Spike Jonze.

Essa foi, na minha opinião, uma das coisas mais lindas que já apareceram na televisão.



Ps - desculpem o momento nostalgia.

estreia: peter, björn & john – it don’t move me



O Peter, Björn & John têm feito uns clipes bem legais ultimamente. Esse é mais um deles.

Dica da Clarice Reichstul.

mp3 do dia - neon indian

neon indian
Os membros do Neon Indian fazem aquele datado joguinho de esconder a identidade. Preguiça. Corre à boca pequena que metade da dupla corresponde a Alan Palomo, embaixador texano do lo-fi eletrônico, mais conhecido como Vega, hoje, e Ghosthustler, antigamente. A outra parte, uma garota do Brooklyn, ainda é desconhecida. Por ora. Pois pode apostar que isso aqui será bem grande em 2009.

6669 (I don't know if you know) é pop, groove, sussurros e sintetizadores. Lembra italo-disco, de passagem, mas sem a indiferença. Alguma doçura, algum movimento de pé, dentes e covinhas à mostra. O tempo e a batida parecem tão certos... Gestos estrambóticos e suor na franja são desnecessários. A noite começou muito bem, obrigado. Espero que permaneça assim. Se não para sempre, que seja pelo menos até o sol nascer.

*
[MP3: neon indian - 6669 (i don't know if you know)]
do EP psychic chasms (2009)

*Caso o player esteja acabando com a música, é só baixar o arquivo e tudo ficará bem.

11 de maio de 2009

mp3 do dia - the field

the field
O sueco Axel Willner, vulgo The Field, um transe não basta. Ele quer o transe dentro do transe, o bolso de um bolso; local ainda mais inalcancável, mais inabalável, envolto de plástico-bolha. Sua música é a tentativa da fuga perfeita, que não pode ser interrompida pelos insistentes cutucões da realidade.

De um transe maior, Lorelei, do Cocteau Twins, Axel derivou em outro, The More That I Do, primeiro single do futuro Yesterday And Today. Apenas fragmentos da etérea e atemporal música dos anos 80 bastaram para sua elevação eletrônica, loop sobre loop. Os 9 minutos poderiam estender-se em décadas; são feitos de luz, sem o fardo da matéria e da deterioração. Mesmo com stops e pauses frequentes, nunca perderão a forma e o brilho. Resiliência absoluta.


[MP3: the field - the more that i do]
do álbum yesterday & today (2009)

não é carne nem peixe #15 - health



Entrevista com Health (Jake Duzsik), por Felipe Gutierrez.

Você pode explicar o que é o Zoothorn (instrumento inventado pela banda) para alguém que não sabe nada sobre instrumentos?
É um microfone ligado à pedais de guitarra e depois à um amplificador. É só trocar a guitarra por um microfone.

Los Angeles é o novo Brooklyn?
Definitivamente não. Maçãs e laranjas.

Quem merece morrer devagar?
Vários trouxas.

O Júpiter (guitarrista e vocalista) realmente se chama Jupiter?
Sim. Na certidão de nascimento dele. O nome da mãe dele é Jane Purple.

8 de maio de 2009

animal collective no late show with david letterman

era uma vez #5: charllote's suit - alice's dream

charllote's suit
Existiu uma fita chamada Slag Sampler #1. Obviamente, porque existiu um selo chamado Slag, que reuniu uma porção de gente com tato e gosto refinado para o mundo do rock. Muita gente sabe disso. Mas nem todo mundo chegou a conhecer alguns artistas interessantes que giraram ao redor do eixo Slag, no final dos 90.

Quando ouvi "Alice's dream", fiquei maluco. Porque, com toda a embalagem lo-fi, mixagem caseira e ambiência suja, foi das coisas mais bonitas que o rock independente dos 90 ofecereu por aqui. Climática, cinematográfica e linda no limite. Tensão escola Thurston Moore, arranjo à la Dean Wareham e melodias meio Mr. Cigarettes, Marcelo Colares. E isso tudo tinha um dono, uma cabeça - Pedro Palhares e seu Charllote's Suit, com dois "Ls" e um "T". 2 eles e 1 tê. Tempo depois, li o mesmo nome nos créditos de um curta que vi na Cinemateca, vazia, numa seleção de trabalhos universitários. Pedro Palhares. Sem nunca ter certeza, entendi que era a mesma pessoa. O filme era sensorial - colagens de cores, imagens-movimento. Bem podia ser um sonho de Alice. E foi - sendo até hoje.
Rodrigo Maceira







[MP3: charllote's suit - alice's dream]
myspace.com/charllotesuit

estreia: the mae shi: lamb and the lion

bizarrê - wanessa camarga e jarule



Finalmente o Brasil tem uma resposta para a Mariah Carey!

Vejam como a Wanessinha Camargo já está super-íntima do Ja Rule (para o qual já temos uma resposta: Mister Catra). Quanta química, quanta espontaneidade! E olha que o sujeito é durão - disse até que já deu uma surra no 50 Cent, na época em que ambos faziam parte de gangues em Atlanta.

Pois é: não há gangsta que resista à beleza morena da mulher brasileira.

estreia: black moth super rainbow - dark bubbles



Ontem o Black Moth Super Rainbow foi o MP3 do dia aqui no Dominódromo. Hoje, a banda volta com um clipe interativo bem legal.

O vídeo mostra um cara vestindo um macacão prateado, pulando em uma cama elástica, em um mundo sombrio e cheio de brilho ao mesmo tempo.

Dá para manipular as imagens por mouse ou webcam. Para assistir, é só clicar aqui.

não é carne nem peixe #14 - videohippos



Entrevista com Videohippos (Kevin O'Meara), por Felipe Gutierrez.

Os shows da banda são cheios de projeções. Vocês escolhem as imagens? Se a resposta for “sim”, qual o critério para definir uma imagem?
Nossos sets sempre incluem projeções de vídeo sincronizadas com a música. Os vídeos são normalmente feitos por nós, mas também podem ser de amigos (Meredith Moore, Chris Lineberry). Eles são colagens cuidadosamente construídas de uma grande variedade de imagens e gravações que têm alguma relação com a música, ou às vezes só personagens ou cenas que têm uma influência sobre nós. Por exemplo, o vídeo que acompanha a canção “Shadow Pups” contém imagens do Incrível Hulk, um ogro, tanques de exército, mísseis de desenho animado e raios. “One Speed” tem símbolos de maçonaria escondidos, desenhos Tesla, e o George Bush dando o dedo do meio. As imagens, normalmente, não se relacionam diretamente às letras, mas ajudam a transmitir um sentimento ou um tema. Geralmente as imagens vêem de antigas fitas VHS que estavam paradas ou que achamos em alguma loja de coisas de segunda mão, ou da internet.

Vocês são amigos de outros artistas de Baltimore? Quais?
Baltimore comporta uma grande comunidade de artistas, seria difícil nomear todos aqueles que são nossos amigos. Mas alguns dos mais próximos são: Max Eisenberg (aka DJ Dog Dick), Meredith Moore, Dan Deacon, Jimmy Joe Roche, Dina Kelberman, Twig Harper + Carly Ptak (Nautical Alamanac), Robby Rackleff (aka Blue Leader), Mark Brown, D'Metrius Rice, Ed Schrader, Nolen Strals + Bruce Willen (Post Typography/ Double Dagger), Devon Diamond + Matt Papich (WildfireWildfire), Ponytail, Future Islands, Jana Hunter, Teeth Mountain, the Creepers, Santa Dads, OCDJ, Lizz King, Beach House, Lexie Mountain Boys, Lesser Gonzalez Alvarez, Roby Newton, Rjyan Kidwell (CEX), Height, Jones, Charlotte Benedetto, e sei que estou esquecendo alguém.
Nós fizemos muitos amigos quando nos envolvemos com o grupo Wham City, em 2005, e nós fizemos ainda mais quando participamos nas duas encarnações do Baltimore Robin Tour, em 2006 e 2008.

Vocês têm problemas com blogs que postam suas músicas? Vocês fazem buscas do seu próprio nome em sites como o Hype Machine ou o Elbo.ws?
Sou definitivamente a favor da distribuição gratuita de músicas pela internet, desde que as pessoas ainda possam comprar nosso disco em vinil!
Eu não passo muito tempo na internet, exceto para checar o meu e usar o Google e a Wikipedia para aprender coisas novas, mas acho bom que os blogs existam e que as pessoas os leiam. Nós precisamos de quantas fontes de informações pudermos alcançar.

Você leu alguma coisa sobre o Videohippos que não fazia sentido?
Às vezes as resenhas são um pouco viajantes com a linguagem e as comparações, mas não me lembro de ter lido nada que era completamente sem sentido. Bem, talvez na resenha da SPIN que nos comparou a uma pílula de ecstasy. Eu não entendi aquilo.

Qual a melhor parte se ser uma dupla?
Tem várias vantagem em ser uma dupla, mas acho que a maior é não ter que lidar com muitas questões de personalidades conflitantes. É muito mais fácil tomar decisões e fazer as coisas. Isso sem mencionar o espaço na van.

o que o jarvis cocker seria se não fosse músico?



Eu nunca imaginei o Jarvis Cocker sendo professor de primário, instrutor de acampamento infantil ou algo do tipo, mas depois de ver esse vídeo eu me convenci de que ele é um tiozão super legal, que se entrega quando está na presença dos pequeninos.

Isso aí aconteceu ontem (06/05), durante uma instalação que ele está fazendo na Galerie Chappe, em Paris. Ele aproveitou que era o "children's day" na programação da galeria, e decidiu fazer uma coreografia do seu novo single, Angela, que foi acompanhada atentamente (ou nem tanto) pelo público infantil.

Lá no site do Jarvis tem uma série de vídeos mostrando um pouco da sua aventura parisiense.

estreia: land of talk - some are lakes

7 de maio de 2009

mp3 do dia - black moth super rainbow

black moth super rainbow
A vida do Black Moth Super Rainbow é como um carrossel. O tempo lá fora não existe: os cavalos não viram carros (ou videogames), as crianças não envelhecem, a música está em eterno loop. E os três - cavalos, crianças e música - sorriem, sempre. Tudo em 3 minutos de cada vez, para evitar a náusea.


[MP3: black moth super rainbow - twin of myself]
do álbum eating us (2009)

dominódromo indica - alandelon no berlin



O AlanDelon toca nesta sexta-feira (08/05), no Berlin, e o Rodrigo aproveitou para conversar com a banda sobre o show e outros assuntos sortidos.

Entrevista com AlanDelon, por Rodrigo Maceira.

Gabrielle: "tenho preguiça desse seu jeito de ouvir música". "Preguiça, Gabrielle?". "É, muita preguiça, Fraçois". "Mas eu só coloco o disco". "O disco, querido, você coloca o disco". "Tem jeito de escutar música?". "Você tem". "Quero comer uma madeleine". "Sobrou na cozinha, acho". "Mas quero da Confiserie". "Ficou difícil". "Passa a faixa pra mim, mon ami". "Alguma?". "Tem aquela banda brasileira, sabe?". "Com nome francês?". "É, adoro 'It all"."Você dança comigo?"."Cours, mon cher ami. Cours."

Como e quando vocês formaram o AlanDelon?
Esta é uma história bem comprida. Mas, basicamente, AlanDelon surgiu em função de dois fatores:
1o. fator - Nossa total falta de sorte em conseguir encontrar e manter músicos que quisessem encarar um projeto de música própria e formar uma banda totalmente independente.
2o.: falta de grana pra gravar em estúdio.Após muitas cabeçadas à procura de pessoas para integrar o projeto, desistimos de procurar, e começamos a fazer tudo sozinhos: criar, gravar instrumento por instrumento, mixar, produzir etc. Isso tudo foi no ano passado - de agosto a outubro mergulhamos em todo o processo de criação e gravação, que culminou com a disponibilização das faixas no myspace.

Quem está na banda? Projetos/grupos anteriores?
Atualmente somos em 5, pois, após a divulgação das músicas, conseguimos finalmente encontrar nossas 'caras-metade', pra tocar com o projeto ao vivo. Hoje, somos: Gigi (voz, guitarra), Roy (voz, guitarras), Marilia Denobre (teclados), Ugo St. Ugo (bateria) e Mel Char (baixo). A maioria de nós já havia tocado por aí com bandas cover e próprias. A entrada do pessoal foi muito importante porque a interação para tocar ao vivo não seria a mesma coisa sem eles.

Existe um clima de bar retrô nas músicas de vocês. Néon e performance meio crooner. O que também faz parte da música da banda, mas não salta aos olhos?
Uma coisa que está nas músicas porém não salta aos olhos são nossas limitações, que, obviamente, tentamos maquiar com inclusão de elementos e climas que caracterizam a nossa música. Tudo também que vivenciamos ou que nos impressiona acaba saindo pra música, mas de forma totalmente inconsciente, porque a gente nunca senta pra compor e diz 'vamos falar sobre isso'. Porém, quando olhamos o resultado, vemos que vazou alguma coisa para a música: pode ser um filme, como o Batman na "Let's put a smile on that face", ou uma história triste contada por alguém como na "Heart"(neste caso, a história triste foi contada pela mãe de Gigi).
Além disso, tocando num assunto mais prático, se você se esforçar bem, sem precisar girar o disco de trás pra frente (rs), você poderá ouvir nas músicas gatos miando, interfone tocando, pessoas conversando... Só pra dar um exemplo: a introdução da "Heart" é um carro passando na rua, que teve seu som captado no momento da gravação da voz, e foi mexido com flangers e reverbs. Sabemos que num estúdio isso jamais aconteceria, mas, por outro lado, não quisemos perder a espontaneidade das gravações. Fora que as pessoas às vezes pensam que está melhor do que pensamos que seria.

Vocês comentaram que já têm disco. Como publicaram? Quando?
Isso é intriga da oposição! (rs). Na verdade, nós temos 10 músicas, massssss não lançamos nenhum disco. Mas se você contar que um cd com 10 músicas gravado aqui em casa mesmo também é um disco, então, temos um disco. Depende tudo do referencial. A curto prazo, a gente planeja vender nos shows e tal; a longo prazo, quando o dinheiro estiver pingando com mais força, daremos de graça pra quem comprar o ingresso.

Música ou cinema?
Arte, venha como vier.

Lou Reed ou Alain Delon?
Há algumas divergências na banda sobre o que é melhor. Lou Reed é bom pra alguns e ruim pra outros. Alain Delon tem que nos desculpar, mas os filmes a que eu (Gigi) assisti dele quando criança já evaporaram da minha cabeça. Mas li muito sobre ele uma vez, e temos, de fato, simpatia por sua figura e por sua vontade de mostrar que era bom ator e não só um cara bonito. Fora que adoramos o nome dele. hoho

A voz da chanson? E o melhor da bossa nova?
Sinceramente, correndo o risco de sermos apontados como ignorantes, temos que admitir que não conhecemos muito estes estilos musicais, e que qualquer semelhança com a gente pode ser mera coincidência ou até mesmo puro 'espírito da época'. Então, preferimos nem falar sobre isso pra não correr o risco de falar besteiras. Conhecemos bossa nova e tudo, claro, qual brasileiro não conhece? Mas não conhecemos tão a fundo a ponto de falar qualquer coisa profunda sobre ela ou sobre o melhor dela, nem sobre seus rumos. Não sei se inconscientemente a gente fez coisas semelhantes a isso; às vezes, a gente é apontado como isso ou aquilo: 'lisérgico', 'descontraído', 'psicodélico', mas tudo que a gente tentou foi fazer uma coisa gostosa de ouvir (pra gente).

Como será o show de sexta?
Esperamos que seja ótimo e que todos que lerem isso aqui estejam lá. E que quem viajou recentemente pra qualquer país onde haja a gripe suína, e for ver o show, vá com uma máscara cirúrgica, vendida nas melhores farmárcias a R$3,00 cada. hoho. Esperamos ainda mais que, de alguma forma, a gente consiga tocar as pessoas que forem assistir, porque somos gratos a todos que nos ouviram no myspace e também por todas as mensagens que temos recebido. As pessoas são muito bacanas, e merecem ter uma diversão bacana, então estamos nos esforçando pra fazer esse show bem legal.

www.myspace.com/aldln

Berlin
Rua Cônego Vicente Miguel Marino, 85, Barra Funda
Fone: (11) 3392-4594
Entrada: R$ 10,00

baixe o novo disco do móveis coloniais de acaju



O Móveis Coloniais de Acaju, que dispensa apresentações, está lançando o seu novo disco C_mpl_te, pelo Álbum Virtual, da Trama.

O projeto, que já lançou discos do CSS, Macaco Bong e Tom Zé, é bem legal. Nele, o artista recebe um adiantamento para que sua obra fique disponível gratuitamente, por tempo limitado, na internet. Os usuários não pagam pelo material, mas recebem as mensagens do patrocinador ao realizar o download.

O segundo disco da super banda de Brasília traz 11 faixas inéditas, além do single Sem Palavras, lançado em 2007.







6 de maio de 2009

sonic youth no programa later... with jools holland

Para quem ainda não viu, aí estão os vídeos do Sonic Youth no Later... With Jools Holland, na semana passada.

Uma véinha e uma nova.

Teenage Riot


What We Know

estreia: milocovik - bitter plum



E falando em Milocovik, os caras disponibilizaram o novo EP deles, Sex Pack, com seis músicas novas, para download gratuito no MySpace.

Além disso, hoje rola essa festinha aí do flyer, com shows do Bazar Pamplona e Hidrocor, e discotecagem do Milocovik e Mono4. Cola lá!

made in paraguay #9: jimmy por of montreal

Of Montreal + M.I.A. Quer combinação mais purpurinada do que essa?

hidrocor e tatá aeroplano no labmis, estúdio aberto



Eu comentei aqui na semana passada sobre o LABMIS, Estúdio Aberto, que aconteceu no último final de semana, durante a Virada Cultural. O projeto reuniu quatro bandas e quatro tutores, sob a premissa de produzir uma música, nos estúdios do MIS, em apenas três horas.

Uma das bandas participantes, o Hidrocor (foto), fez esse vídeo aí embaixo, e registrou tudo o que rolou por lá, no tempo que eles trabalharam com o Tatá Aeroplano, que faz parte de umas seis bandas, mas é mais conhecido pelo Jumbo Elektro e Cérebro Eletrônico.

hidrocor na virada cultural 2009 from perdido on Vimeo.

5 de maio de 2009

estreia: ponytail - celebrate the body electric (it came from an angel)

mp3 do dia - pens

pens
Bandas lo-fi costumam ser agressivas. Gritam bastante, fazem cara feia, chutam o amplificador. Deve ser irritação com a própria falta de recursos. Culpa do tal do "sistema", provavelmente.

As meninas do PENS, trio de Los Angeles, não são tão frustradas. Sim, o espírito delas é punk, mas corre pop em suas veias. High in the Cinema lembra Beat Happening: do it yourself e fidelidade zero, porém com uma canção - das pegajosas - por baixo de um monte de fuzz.

Mais: lembra também um lendário multiplex em Buenos Aires, que servia, dentro da sala, um combo de cervejas e nachos com queijo derretido. Mágico. High in the Cinema, deveras.


[MP3: pens - high in the cinema]
do split pens/male bonding (2009)