Rob Crow é um gênio. Além do Pinback, tem setenta projetos - do death metal ao banquinho e violão -, todos de qualidade imaculada.Seu último trabalho, o disco solo Living Well (2006), tão bom, tão recente e tão semelhante ao som da sua banda principal, me fez esquecer do Pinback. Estava sem expectativas por um disco deles tão cedo.
Apenas um ano depois, entretanto, está para sair Autumn of the Seraphs. E ouvindo-o agora é que percebo como o som do Pinback é mais sofisticado e variado do que o de Living Well. Suas faixas são mais orgânicas, pulsantes, com uma paleta sônica que abusa de harmonias vocais, pianos e elementos eletrônicos.
A dedução mais óbvia para tal seria uma: o resto da banda faz toda essa diferença. O Pinback, porém, é Crow e mais um baixista/vocalista, Zach Smith. Os dois, quando se juntam, se desdobram em mil.
From Nothing to Nowhere segue a tradição acústica da banda, mas já sai do portão com uma velocidade inédita. O susto passa logo: surgem as harmonias, a complexidade entre as partes, a maneira como a mesma melodia principal continua a surgir, escolhendo um local diferente por vez.
O Pinback já me fazia falta, e eu nem tinha percebido.
[MP3: pinback - from nothing to nowhere]
