O jardim verde depois de uma semana de muita chuva. Que bom. Agora, dia de sol - a grama úmida, as costas geladas, só para não perder de vista os caminhos trançados da nuvem em forma de livro, sozinha e pequena no céu grande e azul. Ali perto, sentada, e há algum tempo, a garota de rabo de cavalo e saia amarela espreita o livro que seu colega de banco lê. O rapaz apóia o tomozinho, arruma a camiseta, respira fundo e... E amarra o tênis; o sapato quase tocando o joelho dela. E, então, em pé, pede licença. Gonzalo, de espectador, molhado, acompanhando cada movimento. A capa do livro, Nueve Cuentos, Salinger, e o encontro que não houve entre os dois. As coisas tão quase da vida da gente, os minutos que ficam faltando, pouca coisa, nada até, ou... E, de repente, a certeza alegre de que existe o mundo de lá, sendo aqui, a ficção de um livro ou a letra de uma canção minha. "Aí, sim, por que não?" Em acordes simples, voz suave e poesia, se encontram, trocam autores, suspiram no cinema, têm proteção, tesão, piadas y carcajadas. Promessas seguidas de paixão, cotidiano, depois cansaço, orgulho e separação. "Aí, sim, evidente! Por que não? Os finais que quero, do jeito que quero, na música que só eu ouvi numa tarde de Montevidéu.".
Rodrigo Maceira
[MP3: franny glass - cine y libros]
http://www.myspace.com/32canciones
2 comentários:
Uau!
¡Vamos, Franny!
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