Muitos filósofos já tentaram definir a beleza em termos absolutos, usando nada além de palavras. Bobagem! Como encompassar todas as belezas do mundo, tão subjetivas e relativas, em uma frase de efeito?
Sim, invariavelmente, todos percebemos a beleza. Mas cada uma dessas percepções é única e pertencente somente àquele observador: o meu belo não é o seu. Como explicá-la, classificá-la ou capturá-la, então, quando ela somente pode existir dentro de cada um, resultante das visões, sons, cheiros e experiências que trouxeram-no à presença daquele momento ou objeto? A mera tentativa de colocá-la para fora já a corrompe irremediavelmente. Logo, mais do que definida, ela deve ser buscada, sentida e mantida, e o encontro dela já deve servir como satisfação. A beleza, infelizmente, é egoísta e solitária.
Logo, ao recomendar Downhill, faixa-título do novo EP dos suecos do Days, não tentarei usar adjetivos e metáforas espalhafatosas para expressar como ela soou linda para mim. Deixo-a apenas aqui, dois minutos e quinze segundos, na expectativa de que mais alguém consiga encontrar a sua própria beleza nela.
[MP3: days - downhill]
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